Dia 7 : CR7 artilheiro, o Uruguai nas oitavas, e nenhum 0 X 0 na Copa
O craque ainda é 100% Portugal, que se livrou do Marrocos, enquanto a "Celeste" de Tabarez batia os sauditas e a Espanha, no sufoco, superava o Irã
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Desde que a Copa começou a ostentar 32 seleções, houve uma edição, na França/98, em que uma equipe, no caso a do Chile, se qualificou à fase das oitavas com minguados 3 empates, ou meros 3 pontos positivos. Então, nas outras quatro edições, Coréia-Japão, Alemanha, África do Sul e Brasil, 14 ainda continuaram na competição ao obterem 4 pontos. Na terça, 19 de Junho, no Grupo A, ao vencer o Egito por 3 X 1, a Rússia anfitriã subiu ao patamar dos 6, com um saldo de 7 tentos. Pode-se dizer que se tornaram quase infinitas as suas chances de permanecer na luta pelo título em seus domínios.
Daí, nos três jogos desta quarta, 20, outras duas seleções disporiam, caso vencessem, de possibilidades imensas de classificação. No mesmo grupo A, o Uruguai, que havia superado o Egito por 1 X 0, pegou a Arábia Saudita, já detonada pela Rússia, 5 X 0. Jogo fácil? Não, a “Celeste” não realizou uma exibição minimamente meritória. De todo modo, no seu centésimo cotejo internacional, Luís Suarez, de voleio, anotou o seu gol de número 52 com a camisa do Uruguai. Além de amealhar os 3 pontos e de garantir uma vaga nas oitavas, o time de Óscar Tabarez podou as esperanças derradeiras das “Águias Verdes” . Aliás, Arábia Saudita e Marrocos, os dois muçulmanos do Grupo 1, antecipadamente já se despediram desta edição da Copa, e da Rússia.
Daí, no Grupo B o Irã, que já havia batido o Marrocos, enfrentou a Espanha, que havia empatado com Portugal. Logicamente inferior, o “Team Melli”, ou “Nosso Time”, dirigido pelo lusitano Carlos Queiroz, se retrancou na conveniência de um empate e se limitou à eventualidade do contra-ataque.
Quanto à “Fúria” de Fernando Hierro, desta vez de branco, sem alternativa, na paciência e nos toques de bola, repetiu e re-repetiu, ao limiar da exaustão, as viradas de flanco, à espera de uma brecha na muralha desta vez toda vermelha do Irã, dez homens acumulados à frente da área do excelente, acrobático arqueiro Ali Beiranvand. Só aos 54’ a couraça se romperia.
E ocorreu num acidente. Entre dois inimigos Diego Costa chutou, um tanto sem destino. Logo à sua frente, Ramin escorou. Traiçoeira, a pelota encontrou o joelho destro do brasileiro-ibérico e rumou na direção da meta do “Team Melli”. Que não desistiu, todavia. Logo em seguida, o Irã avançou em massa e, numa confusão na área de De Gea o grandalhão Mehdi Tarami igualou, oportunista. Atento, o uruguaio Maurício Espinosa, auxiliar do árbitro Andrés Cunha, levantou a sua bandeirinha. Na dúvida, de novo a consulta ao VAR.
Que confirmou a anulação. Bem infeliz o elenco de Queiroz, que merecia o empate e que, depois, se esbaldou em colecionar tentos malbaratados. Porque a Espanha e Portugal ainda não se provaram confiáveis, se tornou insondável o futuro do Grupo B. Dia 25, Irã (3 pontos) X Portugal (4), Espanha (4) X Marrocos (0). Até aqui, Espanha e Portugal com o mesmo saldo, 1 gol.
Curiosamente, o prélio mais equilibrado, nas estatísticas e na teoria, Portugal X Marrocos, foi o que se iniciou mais cedo e o único, digamos, de algum significado enciclopédico, porque foi o único a reprisar um confronto do passado. Na Copa de 86, no México, os “Leões do Atlas” tinham derrotado o time das “Cinco Quinas” por 3 X 1. Posteriormente, Portugal duelou três outras vezes com representantes da África: a sua afilhada Angola em 2006 (1 X 0), a Costa do Marfim em 2010 (0 X 0), e Gana em 2014 (2 X 0). Aconteceria a vingança ou o Marrocos reprisaria a façanha de 32 anos antes? Bem que o Marrocos tentou. Mas, desperdiçou ao menos quatro oportunidades de gol e, enfim, sucumbiu a mais uma testada portentosa de Cristiano Ronaldo, agora o artilheiro solitário da competição com quatro tentos.
PS: Você sabia que, até aqui, em vinte prélios da Copa, não houve um só 0 X 0?
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