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Silvio Lancellotti Copa 2018

Dia 5: Lukaku, Harry Kane, dois gols cada qual, que valeram três pontos

No Grupo G, os triunfos da Bélgica e da Inglaterra sobre o Panamá e a Tunísia. E no Grupo F, o sucesso da sólida Suécia sobre a correria coreana

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti

Lukaku, o melhor do Dia 5 da competição
Lukaku, o melhor do Dia 5 da competição

Sem dúvida um roteirista de filme de gangues de rua ou de quadrilhas de motoqueiros maléficos encontraria a sua mais perfeita inspiração na rodada de número 5 da Copa da Rússia/2018. Nesta segunda, 18 de Junho, pela ordem se defrontaram as “Três Coroas” e os “Guerreiros de Taeguk”, os “Diabos Rubros” e a “Maré Vermelha”, as “Águias de Cartago” e os “Três Leões”.

As "Águias de Cartago"
As "Águias de Cartago"

Tudo bem, traduzirei. No horário brasileiro das 9h00, no Estádio Nizhny de Novgorod, lotação de 43.319 pessoas, pelo Grupo 1, o mesmo de México 1 X 0 Alemanha, se digladiaram a Suécia e a Coréia do Sul. Daí, às 12h00, no Fisht de Sochi, 44.287 lugares, Grupo G se debateram a Bélgica e o Panamá. E enfim, ainda pelo Grupo G, às 15h00, na Arena de Volgogrado, 43.713 espectadores, houve o cotejo de desfecho da segunda, a Tunísia e a Inglaterra.

Chernyshev, o melhor de Rússia 5 X 0 Arábia Saudita
Chernyshev, o melhor de Rússia 5 X 0 Arábia Saudita

Com a exceção de Rússia 5 X 0 Arábia Saudita e Croácia 2 X 0 Nigéria, definidos com muita tranquilidade, todos os outros nove resultados, até domingo, variaram entre o sufoco, a perplexidade e a normalidade. O sufoco, por exemplo, caracterizou as porfias Uruguai 1 X 0 Egito e Irã 1 X 0 Marrocos, ambas com tentos decisivos nos instantes derradeiros.

A perplexidade adveio de França 2 X 1 Austrália, em que os “Bleus” apenas sobreviveram graças a um auto-gol. De Alemanha 0 X 1 México e Argentina 1 X 1 Islândia, com direito a um pênalti perdido por Messi. E de Brasil 1 X 1 Suíça, em que o árbitro César Ramos, do México, se recusou a pedir ajuda ao VAR, no gol da empate, quando o autor, Zuber, empurrou o becão Miranda.


A normalidade, digamos assim, prevaleceu no sucesso da Dinamarca sobre o Peru, 1 X 0, da Sérvia diante da Costa Roca, também 1 X 0, e no esperado e natural empate no clássico da Península Ibérica, Espanha 3 X 3 Portugal, o melhor combate destes começos da Copa, destaques para, respectivamente, Andrés Iniesta e Cristiano Ronaldo, o CR, rivais em "La Liga".

O Nizhny de Novgorod
O Nizhny de Novgorod

Em qual dos parâmetros se encaixaria Suécia X Coréia do Sul? Favoritíssima, a esquadra das “Três Coroas” já tinha um pequeno currículo absolutamente favorável contra os “Guerreiros de Taeguk. Um placar devastador de 12 X 0 nos Jogos Olímpicos de Londres/1948. Mais dois triunfos por 2 X 0 em amistosos recentes. E a circunstância de, na atual gestão de Jonne Andersson, 55, seu treinador desde 2016, ter até eliminado a “Squadra Azzurra” da Itália na repescagem das eliminatórias da Europa. Enquanto isso, o seu rival Tae Yong Shin, 47, no cargo desde 2017, com irônica autoindulgência, batizou sua equipe de “Bagunça Feliz”, o absurdo de 46 atletas testados em dez meses.


Mesmo seu o astro primacial do Futebol da nação, Zlatan Ibrahimovic, 62 tentos em 116 partidas, que Andersson optou por não convocar depois que o craque, petulante, o desrespeitou em declarações abusadas, o elenco sólido e homogêneo da Suécia mandou no jogo mas necessitou do VAR para definir um placar de 1 X 0. Aconteceu aos 63’, quando Kin Min-Woo derrubou Claesson e Joel Aguilar, árbitro de El Salvador, corretamente obedeceu à chamada “Lei da Vantagem”, permitiu que o lance prosseguisse e, então, com a bola parada, consultou o Mauro Vigliano, o argentino do Vídeo. Uma intervenção de Vigliano já fôra crucial em França 2 X 1 Austrália, então um pênalti em Griezmann. Notificou Aguilar, pelota na marca de cal, inapelável, e a cobrança precisa do capitão Granqvist, Suécia 1 X 0.

O Fisht de Sochi
O Fisht de Sochi

Bem mais do que favoritíssima parecia a Bélgica na sua peleja contra o Panamá, estreante na história da Copa e um currículo patético diante de nações da Europa: em 9 pugnas, 4 empates e 5 fracassos. Hernán Dário Gomez, 62, colombiano, o seu treinador desde 2014, encarava a sua visita ao Fisht Stadium de Sochi como a experiência mais significativa do Futebol do país do do canal. Para o espanhol Roberto Martínez, 44, no comando da Bélgica desde 2016, a vitória seria compulsória. A sua seleção chegou à Rússia na terceira colocação do ranking da FIFA, apenas atrás de Alemanha e Brasil.


Lukaku, de cocuruto, o segundo da Bélgica
Lukaku, de cocuruto, o segundo da Bélgica

Pois é, bem, muito, e muito mais do que favoritíssima a Bélgica, não apenas pela sua superioridade estatística mas também por um elenco precioso e um estilo charmoso de praticar o futebol. Já felizes pelo carimbo da alfândega da Rússia nos seus passaportes, os pupilos de Hernán Gomez se contentaram em manter serena a “Maré Vermelha” que se vestiu integralmente de branco, e permitiram uma livre navegação dos “Diabos Rubros, 3 X 0 através do sempre habilidoso Mertens e de Romelu Menama Lukaku Bolingoli, 1m91, o portento de origem congolesa do Manchester United, responsável por dois tentos.

A Arena de Volgogrado
A Arena de Volgogrado

Nem a juventude da seleção da Inglaterra, a terceira em média de idade entre as 32 da Rússia, 25,9 anos, apenas acima dos 25,7 da Alemanha e dos 24,9 da Nigéria, lhe valeria de desculpa para não se desvencilhar da Tunísia de Nabil Maalaul, 55. Com média de 26,8, as “Águias de Cartago” não participavam de um Mundial desde 2006. Aliás, Gareth Southgate, 47, treinador dos “Três Leões” desde 2016, em seus idos de becão do “English Team”, havia enfrentado a Tunísia nos 2 X 0 da França/98. Uma curiosidade de algibeira: durante os quase setenta anos da União Soviética, Volgogrado virou Stalingrado, no culto à personalidade do ditador Josef Stalin (1878-1963).

No alto do morro, a "Mãe Pátria" da Batalha de Stalingrado
No alto do morro, a "Mãe Pátria" da Batalha de Stalingrado

Pois a Arena construída ao pé da estátua gigantesca da “Mãe Pátria”, 85m de altura, homenagem aos mortos na Batalha de Stalingrado em que, de Agosto de 1942 até Fevereiro de 1943, a região resistiu à invasão dos nazistas de Adolf Hitler, foi a última das sub-sedes da Copa a se expor ao planeta. Que me perdoem a metáfora pobre, a Arena testemunhou um quase massacre. Em apenas 10’ o “English Team” desperdiçou três chances preciosas até quem, aos 11’, depois de um escanteio, Stone testou, o arqueiro Hassen, que já sentia dores na mão, espalmou de leve e o artilheiro Harry Kane aproveitou, 1 X 0.

A testada de Stone
A testada de Stone

Pobre Hassen, pediu substituição depois de um átimo de Copa. Ben Mustapha assumiu seu lugar. E as “Águias”, como aconteceu com tantos cidadãos de Stalingrado na “Batalha” da II Guerra, se tornaram livres-atiradores. E, num dos raros instantes em que avançaram em bloco, o zagueiro Walter acertou o rosto de Ben Youssef dentro da área. Pênalti. Aos 35’, Sassi cobrou, 1 X 1. E, claro, o panorama do prélio se modificou. A Tunísia se contentou na igualdade e a Inglaterra se dispersou. Harry Kane, no entanto, é um artilheiro natural. Nos acréscimos, córner, a bola cruza toda a área pequena da Tunísia e lá está ele, à espera, para cabecear a um metro do atônito estático Ben Mustapha. A Inglaterra e a Bélgica, 3 pontos, no topo do Grupo, a um degrauzinho da classificação. Graças ao oportunismo de Kane e de Lukaku.

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