Dia 4: Na bola parada, um gol de falta, a Sérvia bate a Costa Rica
Como em qualquer abertura de grupo, tensão, estudos e muito equilíbrio. Não se pode considerar que as rivais de Samara não possam atrapalhar o Brasil
Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti
Cerca de quatro horas antes de o Brasil enfrentar a Suíça na Arena Rostov, em outra Arena, a Samara, 1.300km acima, no rumo Nordeste, já tinham se digladiado a Costa Rica e a Sérvia, também integrantes do Grupo E da fase inicial da Copa da Rússia/2018, um dos mais equilibrados da competição. Exatamente por essa condição, era crucial uma obter uma vitória logo na jornada inaugural. A Costa Rica e a Sérvia produziram as suas chances. Todavia, foi graças a uma infração deliciosamente batida por Ksanda Kolarov, 32, da Roma, que a Sérvia fez 1 X 0. aos 56’,e abocanhou os seus 3 pontos.
Nas eliminatórias da Concacaf, América Central e Caribe, a Costa Rica tinha ficado atrás apenas do tradicionalísimo time do México. No Grupo B da Europa, a Suíça havia acumulado o mesmo número de pontos de Portugal, 27 num máximo viável de 30, a terceira melhor performance da competição, só abaixo da perfeição da Alemanha, 30, e dos 28 de Portugal. No Grupo D, a Sérvia tinha somado menos pontos, 21, mas fôra a líder, à frente da Irlanda.
Apelidados carinhosamente de “Los Ticos”, os rapazes da Costa Rica chegaram agora à sua quinta aparição na Copa, depois de um excelente desempenho em 2014, cá no Brasil, quando atingiram a etapa das quartas, com as oito melhores seleções, e se despediram numa disputa de penais particularmente ingrata, H.olanda 4 X 3. Quanto às “Águias Brancas” da Sérvia, herdaram o patrimônio da ex-Iugoslávia, inclusive Belgrado como a sua capital.
Treinador dos “Ticos”, o armador de “La Sele” na Copa da Itália/90, o melhor da pugna em que perdeu do Brasil, 0 X 1, um nome enorme e um epíteto diminutivo, Oscar Antonio Gerardo Ramírez Fernández, “El Machillo”, ou “O Índio Ruivo”, 53, no cargo desde 1915, acha o Brasil um óbvio favorito a uma das vagas na próxima fase, mas se programou para levar a outra.
Claro, mesma tese do seu rival deste domingo, Mladen Krastajic, ex-zagueiro, com as “Águias Brancas” desde 2017. Se o nome de Ramírez se divide em cinco partes, Krstajic ostenta quatro nacionalidades: a da Bósnia onde nasceu, a da Iugoslávia que englobava a Bósnia, mais o passaporte da Alemanha, onde viveu de 2000 a 2009, e a cidadania de Montenegro, pátria de origem do pai.
Fique bem claro. Não se considere, pelo resultado, que as duas seleções do desafio de Samara não atrapalharão o percurso do elenco de Adenor Bacchi, o Tite, nas plagas da Rússia. Nada disso. Uma estréia numa Copa apresenta, quase invariavelmente, mais tensão e mais estudos e não há quem se arrisque além do indispensável. A Sérvia teve mais posse de bola, cerca de 60%, porque a Costa Rica optou por atuar atrás e nos contra-ataques. O empate não significaria uma injustiça. Apenas, desafortunadamente, não aconteceu.
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