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Silvio Lancellotti Copa 2018
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Brasil 3 X 0 Áustria, a despedida tranquila da preparação à Copa

Em Viena, a adversária só incomodou quando, em dois carrinhos estúpidos, os seus jogadores atingiram, pelas costas, Neymar e Philippe Coutinho

Silvio Lancellotti|Do R7 e Sílvio Lancellotti


Neymar: recuperado, afortunadamente...
Neymar: recuperado, afortunadamente...

No dia 11 de Julho de 1971, num Morumbi que, na época, era capaz de abrigar 138.000 espectadores, o Brasil e a Áustria disputaram o cotejo mais importante da história dos seus confrontos. Mais importante que o realizado em 8 de Junho de 1958, estreia da seleção de Vicente Feola na Copa da Suécia, 3 X 0, dois tentos de Mazzola e um gol de Nílton Santos. Mais importante que o realizado em 11 de Junho de 1978, crucial para a passagem do time de Cláudio Coutinho à segunda fase da Copa da Argentina, 1 X 0, Roberto Dinamite. E o jogo de 1971 não passou de um mero amistoso e terminou em igualdade, 1 X 1. Por quê destacar o seu significado, então?

Pelé: contra a Áustria, em 1971, o último gol pela seleção
Pelé: contra a Áustria, em 1971, o último gol pela seleção

Ocorre que, naquela ocasião, um certo Édson Arantes do Nascimento, apelidado Pelé, disputou a sua última partida com a camisa canarinho no Estado de São Paulo e anotou o seu gol derradeiro pela seleção, então sob o comando de Mário Zagallo, um seu companheiro na bela conquista do título de 58 e seu treinador no Mundial de 70, quando o Brasil arrebatou de vez a Taça Jules Rimet. Pelé deixou o gramado antes de a pugna acabar, substituído por Paulo César Caju, ganhou uma coroa, um cetro e deu uma volta olímpica no campo. Ele ainda enfrentaria a Iugoslávia no Maracanã, dia 18. Não mais enfunaria a rede com o fardamento da sua pátria, porém.

Pelé: de cetro e de coroa
Pelé: de cetro e de coroa

Agora sob Adenor Bacchi, o Tite, neste domingo, 10 de Junho, no estádio Ernest Happel de Viena, a atual seleção do Brasil se despediu, contra a Áustria, da sua preparação à Copa da Rússia. Uma peleja significativa, por se tratar da décima entre as duas nações. Ou pelo fato de a equipe canarinho estar invicta, 6 vitórias e 3 empates, 14 tentos a 5. E pelo fato de o elenco da Terra das Valsas, longe da Copa, uma horrorosa quarta colocação no grupo europeu que qualificou a Sérvia, desde a sua eliminação trocou de técnico, o suíço Marcel Koller pelo alemão Franco Foda, e acumulou cinco sucessos, inclusive sobre o Uruguai, a Rússia e, impactantemente, até a Alemanha campeã.

Franco Foda, nos 2 X 1 sobre a Alemanha
Franco Foda, nos 2 X 1 sobre a Alemanha

Porque na etapa de preparação a FIFA não permite que um país se digladie com um adversário direto da Copa, Tite escolheu desafiar a Croácia, de estilo supostamente semelhante ao da Sérvia, e a Áustria, talvez teoricamente equivalente à Suíça. Com a Costa Rica, latino-americana de padrão bem conhecido, a Suíça e a Sérvia integram o mesmo grupo E do Brasil. Funcionariam as imaginadas parecenças? Apenas supostamente, talvez. De todo modo os pupilos de Tite sobrepujaram a Croácia, 2 X 0, tentos de Neymar e de Roberto Firmino. Enfrentarão a Sérvia no dia 27, supostamente, mais confiantes. E uma vitória contra a Áustria, talvez, levantaria bastante o seu astral para a estreia diante da Suíça, dia 17. Precisamente o que se viu em Viena, numa exibição leve, agradável, divertida, 3 X 0.

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Gabriel Jesus
Gabriel Jesus

Escolados pela contusão fatal de Daniel Alves poucos dias antes da sua apresentação, e pela lesão de Fred, num choque com Casemiro, numa prática boba da seleção, os pupilos de Tite ostensivamente fugiram das divididas e dos riscos em Viena. Paralelamente, os rapazes de Franco Foda, tão insinuantes diante dos seus antológicos rivais da Alemanha, respeitaram em demasia as cores do Brasil. Não tinham perpetrado um só ataque até os 36’ quando William cobrou um escanteio, na rebatida Marcelo tentou um chute de 35 metros, a pelota resvalou na bequeira e o oportunista Gabriel Jesus, na sobra, se locupletou com um arremate elegante ao lado do arqueiro Lindner.

Brasil 2 X 0
Brasil 2 X 0

Perigo, mesmo, a Áustria só produziu entre os 53’ e os 55’, dois carrinhos, perdão, cavalares, respectivamente de Proedl e de Schoepf em Neymar e em Philippe Coutinho. A TV mostrou nitidamente o PqP com que Tite reclamou, principalmente, da investida sobre Neymar, proveniente de uma cirurgia no pé direito. O treinador, contudo, não poupou os seus dois atingidos. Numa troca dupla, em substituições planejadas, aos 60’ trocou Thiago Silva e Casemiro por Marquinhos e por Fernandinho. Daí, logo em seguida, aos 63’, o ótimo William tocou a Neymar no lado esquerdo da área, o número 10 pespegou um naravilhoso drible de Futsal em Dragovic e fulminou Lindner.

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Coutinho, 3 X 0
Coutinho, 3 X 0

O flanco destro da Áustria, aliás, representava o poço de petróleo a se prospectar. Aos 70’, numa tabela deliciosa com Neymar, o excelente Philippe Coutinho, tocou entre as pernas do arqueiro. Então, tranquilo pela exibição no mínimo confortável da sua seleção, Tite mexeu no time e por atacado. Descansou Marcelo, Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus, colocou Felipe Luís, Firmino, Táison e Douglas Costa. Placar sonoro, 3 X 0. Claro que, além das pancadas que desferiu, a Áustria sequer se aproximou do que a Suíça poderá mostrar no próximo domingo, já na Rússia, em Rostov. Valeu o duelo, no entanto, para que o Brasil atestasse publicamente a sua competitividade.

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