Exclusivo: O R7 encontra grupo que invadiu a final da Copa. Algemado
Quatro membros do Pussy Riot invadiram o gramado da decisão. Para protestar contra o governo de Putin. Acabaram detidos em uma delegacia
Cosme Rímoli|com André Avelar, do R7, em Moscou, na Rússia e Cosme Rímoli
Com exclusividade, o R7 conseguiu chegar até os quatro membros do grupo Pussy Riot que invadiram a final da Copa do Mundo, no Estádio Luzhniki. Três mulheres e um homem, vestidos de ternos, conseguiram acesso ao gramado para protestar contra o alvo principal do grupo, o presidente Putin. Em pleno segundo tempo de França e Croácia.
As imagens foram transmitidas por todo o mundo. Empanando a decisão do Mundial.
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Acabaram arrastados por seguranças para fora do gramado. E 'sumiram'. Ninguém queria passar informação para os jornalistas sobre o paradeiro dos quatro.
Mas foi possível apurar que o grupo acabou detido, levado para uma delegacia. Foram mantidos algemados. Como serão processados pelo governo, responsável pela organização da Copa do Mundo, telefonaram para o advogado Vasilev Nikolay.
Depois de muita negociação, ele aceitou falar.
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"Eles se disfarçaram de policiais russos e entraram no gramado, com os ternos. Foi tudo muito rápido. Logo os seguranças os arrastaram do campo. Estou esperando há sete horas e ainda não consegui ainda falar com eles pessoalmente. Só me telefonaram e me disseram do processo", falou, nervoso.
O motivo de protesto é a falta do 'estado de direito' na Rússia. O grupo acusa a intervenção policial na vida das pessoas. E que também queria chamar a atenção como ficará o país após a Copa.
Quando a polícia viu a reportagem do R7, as coisas mudaram. Logo Vasilev pôde subir e ter contato com os invasores. E ficou sabendo que eles serão mesmo processados pela invasão do jogo.
Seis policiais saíram para a entrada da delegacia. Não falavam nada, mas a intenção era clara. Intimidar os jornalistas e o advogado. O clima estava tenso, quando, de repente, duas das invasoras tiveram o direito de descer para fumar. É terminantemente proibido fumar em qualquer repartição pública da Rússia.
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E como os quatro não estão condenados, apenas detidos preventivamente, até que aconteça o julgamento, teriam o direito a fumar do lado de fora do prédio.
Só que os policiais que os conduziam não esperavam jornalistas às 3h10 da manhã de segunda-feira. Quando viram, era tarde. As duas garotas foram filmadas, algemadas. Elas se assustaram. Estavam com medo. Não queriam dar entrevistas com medo de retaliação do governo Putin.
Mas o advogado autorizou a filmagem. Sabia que a imprensa poderia servir como uma maneira de pressionar as autoridades pela liberação do grupo. E Pedro, o único nome que Vasilev confirmou, também resolveu filmar. Desceu devidamente algemado tambem.
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Putin queria que a Copa divulgasse apenas notícias boas sobre a Rússia. O protesto justo na decisão do Mundial foi muito ruim para a organização.
Depois uma terceira garota também desceu para fumar. Devidamente algemada.
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"Espero que elas não tenham apanhado. Mas é a Rússia. Todo o tipo de situação é possível. A lei não é uma regra. Somente a lei dos poderosos", disse, o advogado.
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Nenhum dos quatro quis confirmar oficilamente o motivo de protesto.
Depois de mais de sete horas, o advogado conversou com o grupo. E disse que iria voltar na manhã desta segunda-feira para decidir o que fazer judicialmete.
Policiais não quiseram falar com a reportagem.
A solução para o caso pode ser hoje, com o pagamento de uma multa.
Ou um julgamento, com risco de prisão.
"Vai depender das acusações. Espero que tudo seja esclarecido amanhã", dizia, preocupado, Vasilev.