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Cosme Rimoli Copa 2018

Exclusivo: O R7 encontra grupo que invadiu a final da Copa. Algemado

Quatro membros do Pussy Riot invadiram o gramado da decisão. Para protestar contra o governo de Putin. Acabaram detidos em uma delegacia

Cosme Rímoli|com André Avelar, do R7, em Moscou, na Rússia e Cosme Rímoli

Com exclusividade, o R7 conseguiu chegar até os quatro membros do grupo Pussy Riot que invadiram a final da Copa do Mundo, no Estádio Luzhniki. Três mulheres e um homem, vestidos de ternos, conseguiram acesso ao gramado para protestar contra o alvo principal do grupo, o presidente Putin. Em pleno segundo tempo de França e Croácia.

As imagens foram transmitidas por todo o mundo. Empanando a decisão do Mundial. 

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Acabaram arrastados por seguranças para fora do gramado. E 'sumiram'. Ninguém queria passar informação para os jornalistas sobre o paradeiro dos quatro. 


Grupo invadiu campo no segundo tempo da final entre França x Croácia
Grupo invadiu campo no segundo tempo da final entre França x Croácia

Mas foi possível apurar que o grupo acabou detido, levado para uma delegacia. Foram mantidos algemados. Como serão processados pelo governo, responsável pela organização da Copa do Mundo, telefonaram para o advogado Vasilev Nikolay.

Depois de muita negociação, ele aceitou falar. 


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"Eles se disfarçaram de policiais russos e entraram no gramado, com os ternos. Foi tudo muito rápido. Logo os seguranças os arrastaram do campo. Estou esperando há sete horas e ainda não consegui ainda falar com eles pessoalmente. Só me telefonaram e me disseram do processo", falou, nervoso.


Nikolay não sabe futuro do grupo
Nikolay não sabe futuro do grupo

O motivo de protesto é a falta do 'estado de direito' na Rússia. O grupo acusa a intervenção policial na vida das pessoas. E que também queria chamar a atenção como ficará o país após a Copa.

Quando a polícia viu a reportagem do R7, as coisas mudaram. Logo Vasilev pôde subir e ter contato com os invasores. E ficou sabendo que eles serão mesmo processados pela invasão do jogo. 

Seis policiais saíram para a entrada da delegacia. Não falavam nada, mas a intenção era clara. Intimidar os jornalistas e o advogado. O clima estava tenso, quando, de repente, duas das invasoras tiveram o direito de descer para fumar. É terminantemente proibido fumar em qualquer repartição pública da Rússia.

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E como os quatro não estão condenados, apenas detidos preventivamente, até que aconteça o julgamento, teriam o direito a fumar do lado de fora do prédio. 

Só que os policiais que os conduziam não esperavam jornalistas às 3h10 da manhã de segunda-feira. Quando viram, era tarde. As duas garotas foram filmadas, algemadas. Elas se assustaram. Estavam com medo. Não queriam dar entrevistas com medo de retaliação do governo Putin.

Uma das integrantes do grupo, detida no gramado, na final França e Croácia
Uma das integrantes do grupo, detida no gramado, na final França e Croácia

Mas o advogado autorizou a filmagem. Sabia que a imprensa poderia servir como uma maneira de pressionar as autoridades pela liberação do grupo. E Pedro, o único nome que Vasilev confirmou, também resolveu filmar. Desceu devidamente algemado tambem.

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Putin queria que a Copa divulgasse apenas notícias boas sobre a Rússia. O protesto justo na decisão do Mundial foi muito ruim para a organização.

Depois uma terceira garota também desceu para fumar. Devidamente algemada.

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"Espero que elas não tenham apanhado. Mas é a Rússia. Todo o tipo de situação é possível. A lei não é uma regra. Somente a lei dos poderosos", disse, o advogado.

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Nenhum dos quatro quis confirmar oficilamente o motivo de protesto. 

Depois de mais de sete horas, o advogado conversou com o grupo. E disse que iria voltar na manhã desta segunda-feira para decidir o que fazer judicialmete.

Policiais não quiseram falar com a reportagem. 

A solução para o caso pode ser hoje, com o pagamento de uma multa.

Ou um julgamento, com risco de prisão.

"Vai depender das acusações. Espero que tudo seja esclarecido amanhã", dizia, preocupado, Vasilev.

Grupo ficou com medo de sofrer retaliação a dar entrevista aos repórteres do R7
Grupo ficou com medo de sofrer retaliação a dar entrevista aos repórteres do R7 CARL RECINE/REUTERS

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