Análise: porque João Fonseca perdeu na 2a rodada de Paris
Brasileiro foi eliminado pelo russo Karen Kachanov
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Tênis é um esporte interessante. E solitário. É o tenista jogando contra o outro, contra o público, muitas vezes, mas quase sempre contra ele mesmo.
Nas últimas semanas, este blog ressaltou que o tenista brasileiro João Fonseca vinha tendo performances admiráveis, sobretudo por conta de seu amadurecimento em quadra: a calma, o controle sobre os nervos e, acima de tudo, claro, um padrão técnico admirável. Além do talento natural de um jovem de 19 anos, que o levou a subir 14 posições no ranking em semanas.
Pois bem, até a partida contra Denis Shapovalov, na primeira rodada do Masters 1000 de Paris, João conseguiu manter todos estes ingredientes e, por isso, venceu cinco jogos em seguida. Foi campeão na Basiléia, jogando o fino.
Mas nesta quarta-feira, diante do tenista número 14 do mundo, João Fonseca não trouxe para a quadra os requisitos fundamentais para mais uma vitória. No primeiro set, então, não viu a cor da bola, cometeu erros que não costuma cometer e em 20 minutos já perdia por 5/0. Conseguiu evitar o pneu, mas não a derrota na primeira parcial. 6/1 para o russo, que nem estava jogando tanto assim.
No segundo set, João voltou a ser João. Brilhou nos saques, nas curtinhas, nas subidas, nos aces. Abriu logo 3/0 e só administrou até o fim, para fechar em 6/3, contra um jogador mais experiente e que já foi campeão do Masters 1000 francês.
Aí veio o terceiro e decisivo set, que seguiu igual até o 6º game, quando o brasileiro teve o serviço quebrado e nos proporcionou uma cena rara: atirou a raquete ao solo, de raiva. Ali, ficou claro que toda aquela estabilidade já não estava presente, e que o jogo estava comprometido. Mais uma quebra, no 8º game, e o jogo acabou com o placar de 6/3 para Kachanov.
Aí alguém pode perguntar: mas vai ser assim? Uma semana boa e outra ruim? Pode ser, porque o tênis é assim. Nem sempre se ganha (Alcaraz foi eliminado na primeira rodada). Nem sempre se joga bonito. Nem sempre se consegue um combo completo para dominar e vencer um adversário, em ranking inferior ou superior. Pelo segundo set, ficou claro que João poderia ter vencido a partida em mais uma memorável virada. Mas são os detalhes, sempre eles, que determinam uma vitória e uma derrota.
O que fica desta eliminação é a certeza de que João é bom aluno. Aprende rápido com as derrotas e não se deslumbra com as vitórias. Outros torneios virão e com eles novas vitórias e derrotas, títulos e eliminações precoces.
É o tênis, amigos, é o tênis.
O que a gente não pode esquecer é que João é um craque do presente, e não só uma esperança de futuro. Só cuidado para não querer que o futuro chegue amanhã. Ele vai chegar, mas no tempo certo.
A ver.
