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Patrocinadora deixa o Corinthians após escândalo, e prejuízo pode chegar a R$ 300 milhões

VaideBet anunciou o fim da parceria após caso de uso de laranja na intermediação do patrocínio vir à tona

Blog do Nicola|Jorge NicolaOpens in new window

VaideBet estampou a camisa do Corinthians por apenas cinco meses ETTORE CHIEREGUINI/Estadão Conteúdo - 14.03.2024

A VaideBet anunciou nesta sexta-feira (7) o encerramento do contrato de patrocínio com o Corinthians. O prejuízo do clube com o rompimento cinco meses após seu início pode chegar até a R$ 300 milhões. A casa de apostas decidiu encerrar o patrocínio após vir à tona o escândalo da utilização de laranjas na intermediação do contrato. O caso foi revelado pelo jornalista Juca Kfouri.

Ainda não há divulgação sobre o pagamento da multa rescisória, que equivale a 10% do valor devido até o fim do contrato. Se a VaideBet se comprometer a pagar, o Corinthians terá direito a cerca de R$ 30 milhões.

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Mas existe a chance de a casa de apostas optar pela saída sem indenização. Neste caso, ela tentaria provar na justiça que o Corinthians descumpriu o item 12.2 do contrato entre as partes, que trata sobre questões éticas.

O contrato com a Vaidebet era o maior da história do futebol na América do Sul. O Timão tinha direito a R$ 10 milhões por mês, em um vínculo que só terminaria em dezembro de 2026. A título de comparação, Crefisa e FAM pagam ao Palmeiras R$ 81 milhões por ano e exploram todas os espaços do uniforme alviverde.


A quebra do contrato da Vaidebet foi causada por uma série de escândalos, que têm como pivô a empresa Rede Social Mídia Digital, de Alex Cassundé. Ele surge no Corinthians durante a campanha eleitoral do presidente Augusto Melo.

Cassundé cuidava da comunicação digital e das redes sociais do então candidato. Depois, a primeira polêmica se deu com a descoberta de que o Corinthians faria um pagamento de R$ 25,2 milhões de comissão no acordo com a casa de apostas. De acordo com Rubens Gomes, ex diretor de futebol do Corinthians, Augusto afirmava que não haveria intermediários.


Mas não para por aí. Semanas depois, descobriu-se que a empresa de Cassundé recebeu R$ 1,4 milhão do Corinthians, referente a duas parcelas prevista no contrato e repassou cerca de R$ 1 milhão à Neoway, empresa cuja dona é uma mulher que mora em uma comunidade em Peruíbe e vive com a ajuda do governo - ela recebe por volta de R$ 700 por mês para sustentar três filhos.

Rumo a Belo Horizonte?


Existe desde a semana passada um forte rumor de a Vaidebet se tornar em 2025 a patrocinadora máster do Cruzeiro, no lugar da Betfair. Embaixador da Vaidebet, Gusttavo Lima tem enorme amizade com Pedro Lourenço, novo dono da SAF do Cruzeiro. Pedrinho, como também é conhecido, não assinou a prorrogação do contrato com a Betfair, que havia sido encaminhado por Ronaldo Fenômeno no mês passado. O vínculo atual rende R$ 25 milhões por ano e seria reajustado para R$ 43 milhões, com mais R$ 7 milhões em bônus.

Veja a nota oficial da VaideBet comunicando a rescisão:

“A VaideBet informa que exerceu nesta sexta-feira (7) a rescisão do contrato de patrocínio com o Sport Club Corinthians Paulista. Desde o início de abril a marca acompanha e solicita esclarecimentos sobre as suspeitas levantadas, tendo já realizado reuniões, comunicações formais e notificação extrajudicial. Diante das explicações apresentadas sem nenhuma resolutividade, a VaideBet lamentavelmente se vê obrigada a tomar tal atitude.

A marca avalia que não se pode manter a parceria enquanto pairar sobre o acordo qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais. Só a dúvida, no crivo ético da marca, já é suficiente para determinar a rescisão - que foi exercida pela VaideBet suscitando cláusulas do contrato que protegem direitos da marca nessa decisão.

A VaideBet lamenta pelo fim de uma parceria que deveria ter durado no mínimo três anos e agradece, pelo carinho e pelo respeito, à imensa e apaixonada torcida do Corinthians, que diariamente sustenta a história e os valores da instituição.”

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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