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Maior campeão da Copinha passa por dificuldade após “demissão injusta” no Corinthians

Fabio Barrozo não consegue voltar a trabalhar em clubes grandes do Brasil, apesar do currículo vitorioso

Blog do Nicola|Do R7

Fabio Barrozo está desempregado há um ano e meio, após polêmica no Timão Arquivo pessoal

Ninguém é mais famoso nas categorias de base do futebol brasileiro do que João Paulo Sampaio, gerente do Palmeiras. Mas o status de maior campeão da Copa São Paulo de juniores, o grande torneio da categoria no país, é de Fabio Barrozo, carioca de 46 anos, que foi tricampeão pelo Corinthians. A ironia vem agora: enquanto João Paulo coleciona ofertas de Flamengo, São Paulo, Corinthians, Santos e até da CBF, o grande mercado se fechou para Barrozo.

Tudo por causa de sua demissão no Corinthians, em 2016. Barrozo até conseguiu na Justiça que o Timão o indenizasse por danos morais, além de uma carta de recomendação. Mas a porta dos maiores times brasileiros insiste em não abrir, como em outros tempos. Ele está desempregado há mais de um ano e meio.

Neste período de quase nove anos desde a saída do Parque São Jorge, Barrozo ainda conseguiu ser coordenador da base do Santos de 2020 a 2021, diretor da base e gerente geral do sub-23 na Ponte Preta, e diretor-executivo do Futebol Clube Oliveira, time pequeno de Portugal.

Bem pouco para quem conquistou mais de 30 títulos na base do Corinthians, incluindo o tricampeonato da Copinha, o tricampeonato do Mundial sub-17, além dos Brasileiros sub-20 e sub-15. No Paulista, todas as categorias do Timão do sub-11 ao sub-20 deram voltas olímpicas. O Timão de Barrozo também revelou o zagueiro Marquinhos, os laterais Arana, Carlos Augusto e Piton, o volante Maycon, os meias Willian, Pedrinho e Claudinho, além do atacante Martinelli, hoje no Arsenal.


O negócio que mudou tudo: Barrozo começou no futebol como jogador de futsal no Vasco. Depois, trabalhou como gerente da modalidade no Vasco e no Flamengo, até passar a atuar no futebol de campo, primeiro no clube do Zico, o CFZ, e depois no Avaí e no Santa Fé, da Argentina.

Barrozo foi contratado para a base do Corinthians em 2011, um ano antes da conquista do Mundial de Clubes da Fifa pelo profissional. Em maio de 2016, surgiu uma denúncia interna que culminou na sua demissão.


O gerente da base corintiana afirma que assinou um documento a pedido do conselheiro Mané da Carne para que fosse aprovado o repasse de 20% dos direitos econômicos do jogador Alyson Mota para um investidor americano chamado Nick Apaza.

“Eu avisei o Mané que essa prática estava proibida pela Fifa, mas ele disse que já havia comunicado o presidente Roberto de Andrade e que, se tivesse algum problema, ele mesmo iria resolver”, relembra Barrozo. “Só que, no meio da negociação, houve um desentendimento entre as partes envolvidas e o investidor americano foi ao clube pessoalmente para falar com o presidente. Como ele não foi atendido, acabou falando com o vice-presidente, que era desafeto declarado do Mané. Aí, vazaram a notícia para a imprensa, incluindo o documento que tinha minha assinatura”, acrescenta Barrozo.


O Corinthians acabou criando uma sindicância interna. Quando convidado a fazer esclarecimentos, Barrozo garante ter recebido um recado: “Um alto membro do grupo Renovação e Transparência me falou que, se eu dissesse toda a verdade, o Mané da Carne seria expulso do conselho e que o melhor a fazer naquele momento era pedir demissão”, afirma. “É que, sem meu depoimento, a sindicância seria arquivada, como acabou acontecendo”.

Barrozo reconhece que, depois do caso, foi recolocado em um clube que tinha parceria oficial com o Corinthians, o Tigres, do Rio de Janeiro. “Só que essa ajuda durou apenas de junho a agosto”, relembra.

O gerente de futebol acabou entrando com ação por injúria, calúnia e difamação contra Nick Apaza, que não retornou mais ao Brasil após receber a intimação. “Se ele se sentiu enganado, porque não decidiu processar o Corinthians?”, questiona Barrozo.

Ao perceber que perdeu sua credibilidade no mercado depois do episódio, Barrozo também entrou com ação contra o Timão por coação em seu pedido de demissão. O clube acabou obrigado a pagar uma indenização de 100% por danos morais.

“Eu só gostaria que todos entendessem que eu não cometi nenhuma infração. Acreditei na palavra de um conselheiro com mais de 35 anos de casa. Qualquer um na minha situação faria o mesmo, mas julgar é mais fácil do que esclarecer. Eu tive que ir atrás da justiça sozinho para provar minha inocência e consegui em juízo esclarecer que o Corinthians errou comigo. Ainda assim, hoje, tenho dificuldades de me realocar no mercado de trabalho dos clubes de primeira prateleira. Quando vou fazer um processo seletivo, tenho que mostrar o documento da justiça provando tudo o que eu já falei através de uma indenização por danos morais, enquanto os outros envolvidos continuam levando suas vidas sem dolo algum”, finaliza Barrozo.

Barrozo foi ressarcido em R$ 154 mil pelo Corinthians por danos morais Reprodução
Após pedir demissão, Barrozo chegou a receber uma carta de recomendação do Corinthians para voltar ao mercado Reprodução

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