COI cita 'posições irreconciliáveis' sobre participação russa em Paris 2024
Comitê não fará um convite especial a atletas do país, mas a decisão da participação ou não no evento ainda não foi tomada
Olimpíadas|Do R7

O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse nesta quinta-feira (13) que foi confrontado com "posições irreconciliáveis" de Rússia e Ucrânia em relação à participação de atletas russos e bielorrussos na Olimpíada de Paris do ano que vem.
O COI emitiu em março um primeiro conjunto de recomendações para as federações esportivas internacionais permitirem o retorno de atletas russos e bielorrussos, desde que eles foram banidos após a invasão da Ucrânia por Moscou, no ano passado.
Em uma versão atualizada dessas recomendações publicada nesta quinta-feira, o COI disse: "Ainda estamos diante de duas posições irreconciliáveis. O lado russo quer que o COI ignore a guerra. O lado ucraniano quer que o COI isole totalmente qualquer pessoa com passaporte russo e bielorrusso."
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Embora o COI tenha dito que os comitês olímpicos da Rússia e de Belarus não receberão um convite oficial para os Jogos de Paris como outros países no fim deste mês, uma decisão sobre sua participação será tomada em uma data posterior. "O COI tomará essa decisão no momento apropriado, a seu total critério, e sem estar vinculado aos resultados das competições anteriores de qualificação olímpica", afirmou.
Atletas de Rússia e Belarus foram autorizados a competir como neutros nos Jogos Asiáticos de Hangzhou para ajudá-los a ganhar pontos para se classificar para a Olimpíada de Paris. O COI disse ser deplorável que alguns governos europeus tenham mostrado "reações negativas" à sua posição sobre a participação de Rússia e Belarus.
"Não vimos um único comentário deles em relação à participação de atletas cujos países estão envolvidos em outras 70 guerras, conflitos armados e crises no mundo", afirmou. Também disse lamentar que os atletas ucranianos tenham se afastado dos campeonatos mundiais de judô e taekwondo devido à participação de russos e bielorrussos.
Entenda a discussão do COI sobre a presença de russos e bielorrussos nos Jogos de Paris 2024
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começam no dia 26 de julho de 2024. A cerimônia de abertura acontecerá no rio Sena, o mais famoso da capital francesa. Uma das maiores discussões do COI até o início das competições é referente à presença (ou não) dos a...
Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começam no dia 26 de julho de 2024. A cerimônia de abertura acontecerá no rio Sena, o mais famoso da capital francesa. Uma das maiores discussões do COI até o início das competições é referente à presença (ou não) dos atletas russos e bielorrussos no evento esportivo, por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia




![Como resposta, em 7 de fevereiro de 2023, a prefeita de Paris — cidade sede do evento —, Anne Hidalgo considerou que a bandeira neutra "não existe realmente" e se opôs à presença de russos em território francês, enquanto houver guerra.
"Não sou a favor dessa opção, acharia totalmente indecente [...] Um país que está agredindo outro não pode desfilar como se isso não existisse", disse](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/UYSYVCL6CVJIPI5NRT5AVSUNYU.jpg?auth=4ae40c306b76d5252b852741d96eaf59c47285fb5c3e008d596849e0fea12472&width=1280&height=852)
![Além das críticas por parte da França, atletas ucranianos também acusaram Thomas Bach, presidente do COI, de estar "do lado errado da história".
O alemão resolveu mencionar em 13 de fevereiro de 2023, durante entrevista em Courchevel, na França, no Mundial de Ski Alpino que encontraria uma solução "justa à missão do esporte, que é unificar". "
A história mostrará quem está fazendo mais pela paz: aqueles que tentam manter as linhas abertas para se comunicar ou aqueles que querem isolar ou dividir [...] Nosso papel é unir as pessoas", pontuou](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/J26GMNYW2BNQRDAUSUCR56WHTQ.jpg?auth=003a1161ca053b2a561906f0efdc54f9b93af19426f4cc9a2ccabfddaf514d90&width=1280&height=854)

![Poucos dias mais tarde, em 4 de março de 2023, os comitês olímpicos de países africanos (ANOCA) concordaram com os posicionamentos do COI e defenderam a presença de russos em Paris-2024, sob uma bandeira neutra.
"Os políticos não podem pressionar o esporte e retirar os nobres valores intrínsecos que se baseiam na paz, união e solidariedade [...] nenhum atleta tem de pagar o elevado preço de um conflito, seja ele qual for e onde for", salientaram em nota](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/7C6GQGUYDFI5ZGWJYXOK5OFEHE.jpg?auth=14b35cb7751a293ddc18c9fa5046aeccad236f61e2b533940a0cb11dcc427750&width=1280&height=818)
![A discussão, que começou a envolver cada vez mais países e federações, incomodou novamente a prefeita de Paris, que em 14 de março de 2023 reiterou que "fará de tudo" para que os atletas da Rússia e de Belarus não disputem no evento.
"Não consigo imaginar por um segundo que o COI queira deixar tal legado [incluir russos e belarrussos]. Então, farei tudo o que puder para garantir que isso não aconteça [...] O fato do COI ter escolhido Paris para a celebração destas Olimpíadas é um sinal muito forte, porque é a capital dos direitos humanos", disparou](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/NCWO4ZZ3B5NRZJCHWQX4KVXITQ.jpg?auth=4850081de93f635b3052c384f281c671c0ae71e8aea7f31c05caec4a7d91e88f&width=990&height=682)



![Em 30 de março de 2023, Thomas Bach se reuniu com a alta cúpula do COI para discutir a presença dos russos e belarussos, e declarou como "deplorável" o posicionamento de alguns países.
"É deplorável ver que há governos que não querem respeitar a opinião da maioria, tampouco a autonomia do esporte [...] Não vimos um único comentário a respeito da postura deles sobre a participação de atletas de países das outras 70 guerras e conflitos armados ao redor do mundo", retrucou](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/CN2VNJF5SVP5RC5YYVVJLAVQFY.jpg?auth=253bd14324eaa93f295cc1282a16f2f8f0ca924a53d22fbc0649455a479e6c4f&width=1280&height=853)
