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Em seis Olimpíadas, Brasil tem duas medalhas de prata e três quarto lugares
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Técnica Pia Sundhage, bicampeã olímpica, foi contratada para levar seleção ao ouro inédito
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Time com jogadoras jovens tenta sair da dependência de Marta e Formiga
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Após a China, Brasil enfrenta Holanda e Zâmbia na fase de grupos
Marta e Andressinha são destaques da seleção brasileira
Sam Robles/CBF/DivulgaçãoA seleção brasileira feminina de futebol enfrenta a China às 5h (de Brasília) desta quarta-feira (21) dando início à aventura do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Nunca a equipe feminina do Brasil chegou tão preparada para ganhar uma Olimpíada como agora. Em busca da medalha inédita, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) contratou há dois anos uma especialista em títulos, a técnica sueca Pia Sundhage, que tem no currículo duas medalhas de ouro e uma de prata em Olimpíadas.
Veja os jogos da 1ª rodada do futebol feminino
Quarta-feira (21) - Horários de Brasília
4h30 - Grupo E: Grã-Bretanha x Chile
5h00 - Grupo F: China x Brasil
5h30 - Grupo G: Suécia x EUA
7h30 - Grupo E: Japão x Canadá
8h00 - Grupo F: Zâmbia x Golanda
8h30 - Grupo G: Austrália x Nova Zelândia
O Brasil fez uma preparação minuciosa de 20 dias em Portland (EUA) e chega forte para brigar pelo título inédito. O futebol feminino entrou para o calendário olímpico nos Jogos de Atlanta 1996, e nestas sete edições, o Brasil foi duas vezes medalha de prata (2004 e 2008), três vezes quarto lugar (1996, 2000 e 2016) e em 2012 caiu nas quartas de final.
Durante muitos anos as jogadores do futebol feminino encaravam competições como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos como a única forma possível de valorizar o esporte. Colocavam tanta pressão na necessidade de um título que acabavam derrotadas pelo próprio psicológico. Assim perderam duas finais seguidas para as norte-americanas na prorrogação, em Atenas e Pequim. Na Olimpíada do Rio 2016, a pressão de jogar em casa pesou na disputa por pênaltis na semifinal contra a Suécia. E, mais uma vez, nada de medalha.
O futebol feminino do Brasil seguiu crescendo assim mesmo com a criação de um campeonato nacional, a participação das equipes em competições como a Libertadores e a transferência de várias jogadoras para o futebol europeu ou dos Estados Unidos. Com a chegada de Pia Sundhage, a equipe passou a tratar mais a sua autoconfiança.
"Temos uma arma na mão, uma técnica muito experiente em Olimpíada e Mundial", disse a atacante Debinha. "Ela conhece muito bem o que é jogar essa competição e enfrentar grandes equipes. Estamos em ótimas mãos."
Sem depender de Marta e Formiga
Elenco da seleção brasileira feminina de futebol que vai disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020
Sam Robles/CBF/DivulgaçãoPia aprendeu a cantar músicas brasileiras, se adaptou bem ao país e passou a tirar da seleção brasileira o peso de depender tanto das experitentes Marta (35 anos) e Formiga (43). Nos 18 jogos sob o comando da treinadora, o Brasil obteve 11 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, com 49 gols marcados e 8 gols sofridos. A artilheira da Era Pia é a atacante Debinha, com 11 gols, seguida por Bia Zaneratto, com 5. Marta, por exemplo, fez apenas dois gols.
"Sabemos das dificuldades, mas poder representar o Brasil numa Olimpíada é sempre uma responsabilidade muito grande. E uma medalha de ouro vai ser muito importante para a evolução do esporte por aqui", comentou Marta ainda durante a fase de preparação.
Para Pia, o Brasil precisa de novas jogadoras. Na Olimpíada, ela promove uma mescla de gerações e conta com nove estreantes no grupo de 22 jogadoras. "Precisamos de novas jogadoras. Porque depois disso, vamos ter Copa América, Copa do Mundo, outras olimpíadas e assim por diante. É importante apoiar as mais jovens. Elas terão grande futuro", afirmou.
"Marta é uma jogadora fantástica, mas ainda assim, ela precisa de um time", afirmou a treinadora.
'Chorar no começo'
A técnica Pia Sundhage
Sebastião Moreira/EFE/12-12-19Na última Copa do Mundo, em 2019, Marta desabafou após a eliminação do Brasil nas oitavas de final para a França. "É isso que peço para as meninas: não vai ter uma Marta para sempre, não vai ter uma Formiga para sempre, não vai ter uma Cristiane para sempre. O futebol feminino depende de vocês! Valorizem mais! A gente tem de chorar no começo para sorrir no fim. Querer mais, se cuidar mais, estar pronta para jogar 90 minutos e mais 30".
Entre os destaques dessa nova geração estão a zagueira Bruna Benites, de 26 anos, a volante Julia Bianchi, 23, e as atacantes Geyse, 23, e Giovanna Queiroz, de apenas 18 anos, que tem de idade o que Marta tem de anos de seleção.
EUA são favoritos
A principal questão é: o Brasil está pronto para deixar os traumas para trás? O futebol feminino na Olimpíada é um torneio curto. São três grupos de quatro seleções cada. O Brasil joga contra a China, depois a vice-campeã mundial Holanda e, por último, a Zâmbia. Teoricamente, vai disputar contra a Holanda o primeiro lugar da chave (Grupo F).
Nos outros grupos estão Canadá, Grã Bretanha, Chile e Japão (Grupo E), e Estados Unidos, Suécia, Austrália e Nova Zelândia (Grupo G). As norte-americanas mantiveram a base do time campeão mundial em 2019 e querem recuperar o ouro olímpicos. Os Estados Unidos já têm quatro medalhas de ouro mas, na última olimpíada, caiu nas quartas de final diante da Suécia.
Para dar uma injeção de ânimo nas jogadoras, a CBF batizou a equipe de "Guerreiras do Brasil" e fez até uma campanha em mangá transformando cada jogadora em uma heroína dos quadrinhos. Agora é ver se o time corresponde em campo.
O time que deve começar a partida contra a China: Bárbara, Poliana, Érica, Bruna Benites e Tamires; Julia, Andressinha, Formiga e Marta; Bia Zaneratto e Debinha.