Entre vaias e aplausos, Messi se 'despede' do Maracanã com vitória e atuação apagada
Capitão argentino liderou decisão para time sair do campo após confusão entre as torcidas, mas não fez grande partida
Esportes|Do R7, com informações da Agência Estado
Não é exagero dizer que entre os 68.138 torcedores que estiveram no Maracanã na noite desta terça-feira (21), a maioria foi para ver o Brasil, uma minoria para ver a Argentina, e (quase) todos para ver Lionel Messi — mas não necessariamente para torcer por ele.
Antes do jogo, o nome do maior jogador de futebol desta geração foi pronunciado por torcedores de Salvador, de La Plata, do Rio e de Buenos Aires que chegavam ao Maracanã.
"Vim a este estádio magnífico para ver o último jogo de Messi no Maracanã", sentenciou um torcedor com a camisa do Independiente.
Aos 36 anos, Messi foi de longe a grande atração do clássico diante de um Brasil desfalcado de seus dois melhores jogadores, os lesionados Vinicius Jr. e Neymar. E claro que o capitão argentino foi vaiado pela grande massa de torcedores brasileiros.
Os apupos começaram antes mesmo do jogo, durante chutes a gol no aquecimento dos jogadores, e viraram xingamentos impublicáveis quando a seleção argentina voltou do vestiário após a briga nas arquibancadas que manchou o clássico.
Para fazer justiça, o camisa 10 também foi muito celebrado por parte dos torcedores. Em dado momento pré-jogo, Lionel sorriu e deu um "tchauzinho" para os brasileiros que o aplaudiram, quando ele se aproximou da lateral do campo.
Para contextualizar: quando a briga na arquibancada atrás de um dos gols eclodiu, um clarão onde estavam os torcedores argentinos se formou após a chegada de policiais militares (e seus cassetetes).
Todo o time argentino, capitaneado por Messi, foi ao local do confronto para tentar acalmar os ânimos. Sem muito sucesso nessa empreitada, o time voltou ao vestiário. No retorno, a torcida brasileira elegeu Messi o culpado pelos 20 minutos de paralisação.
Em entrevista à imprensa argentina — a única para a qual ele aceitou responder a perguntas após o apito final — o jogador explicou a decisão de deixar o campo de jogo.
"Acho que fizemos isso porque foi a forma de acalmar um pouco, porque estávamos lá, mas do campo não podíamos fazer muita coisa. Vimos como eles [policiais] batiam nas pessoas, como as jogavam para trás e uma desgraça poderia acontecer. Aconteceu. Por isso, quando tudo se acalmou um pouco, resolvemos entrar, perguntar como estavam os parentes, as pessoas que estavam lá, saber um pouco de tudo e bom, depois saímos".
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Quando a bola rolou e o foco finalmente se voltou para o futebol, o craque argentino pouco apareceu. Não que houvesse desinteresse da parte dele — nunca há —, mas a marcação brasileira se mostrou eficiente.
André era o mais próximo, mas dividia a função com Carlos Augusto, Gabriel Magalhães e mais algum jogador que eventualmente rondasse sua área do campo. O resultado foi um primeiro tempo em vão para o melhor do mundo, e provavelmente para quem foi ao Maracanã para vê-lo.
Messi ganhou um pouco mais de liberdade de movimentação no segundo tempo. Avançou um pouco seu posicionamento e até arriscou um chute a gol da entrada da área, mas a bola nem sequer chegou na marca da cal, interceptada pela marcação brasileira.
Aos poucos, o capitão da seleção argentina foi se dando por vencido. Passou a aparecer isolado no campo do ataque, principalmente após a equipe alviceleste abrir o marcador com Otamendi e passar a se preocupar apenas em administrar o jogo.
Aos 31, Di Maria entrou em seu lugar. Eram 23h35 de terça-feira, 21 de novembro de 2023, quando Lionel Messi deixava o gramado do Maracanã provavelmente pela última vez como jogador da seleção argentina. Não teve brilho, mas ficará para sempre registrado que seu último jogo no Maracanã foi com vitória.
Após o apito final, o elenco argentino fez grande festa no campo do Maracanã, onde, dois anos antes, Messi conquistou o seu primeiro título com a seleção principal.
“A verdade é que este grupo continua a conquistar coisas históricas, mais uma vez. É uma das coisas mais importantes que este grupo conquistou, é algo muito bom poder vencer aqui no Brasil, historicamente eles são muito fortes jogando em casa", declarou.