O que é ETC, doença que o atirador de Nova York alegou ter para justificar ataque
A encefalopatia traumática crônica, ou ETC, é uma doença cerebral degenerativa provocada por traumas repetidos
NFL|Do R7
RESUMO DA NOTÍCIA
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O atirador que matou quatro pessoas em um prédio comercial na Park Avenue, em Nova York, alegou sofrer de encefalopatia traumática crônica, condição neurológica associada a impactos repetidos na cabeça, comum entre atletas de esportes de contato. Shane Devon Tamura, de 27 anos, deixou um bilhete de três páginas relatando a luta contra a doença e responsabilizou a NFL por não oferecer suporte aos afetados. O ataque, que deixou um policial morto e um funcionário da liga ferido, ocorreu na noite de segunda-feira (28).
A encefalopatia traumática crônica, ou ETC, é uma doença cerebral degenerativa provocada por traumas repetidos, como concussões. O diagnóstico definitivo só pode ser feito após a morte, por meio de análise do tecido cerebral, mas os sintomas costumam aparecer ainda em vida. Entre eles estão agressividade, impulsividade, depressão, confusão, perda de memória e tendências suicidas.
Tamura jogou futebol americano no ensino médio e não chegou a atuar na NFL. Ele trabalhava como segurança de cassino em Las Vegas e possuía licença de porte de armas. De acordo com a polícia, ele entrou armado com um fuzil M4 no edifício de 44 andares que abriga a sede da liga, disparou no saguão e depois subiu ao 33º andar, onde se suicidou.
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A ligação entre ETC e futebol americano tem sido amplamente discutida desde os anos 2000. Estudos da Universidade de Boston mostram que a maioria dos ex-jogadores da NFL cujos cérebros foram analisados após a morte apresentavam sinais da doença. Casos como os de Junior Seau, Aaron Hernandez e Phillip Adams ajudaram a intensificar o debate sobre segurança nos esportes de contato. Todos foram diagnosticados com ETC depois de cometerem atos de violência ou suicídio.
Em 2015, após diversas ações judiciais, a NFL concordou em pagar cerca de US$ 1 bilhão para indenizar jogadores aposentados com danos neurológicos. A liga também passou a adotar mudanças nos protocolos de concussão, aperfeiçoou a tecnologia dos capacetes e proibiu certos tipos de colisões. Apesar disso, especialistas afirmam que os impactos subclínicos, aqueles que não causam concussões visíveis, continuam sendo negligenciados.
Além do futebol americano, há registros de ETC em praticantes de outros esportes, como boxe, rugby e hóquei. No Reino Unido, uma ação coletiva envolve mais de mil jogadores de rugby que alegam ter desenvolvido sintomas neurológicos por falta de proteção adequada durante a carreira.
A polícia segue investigando o histórico médico de Tamura, enquanto autoridades de segurança e a própria NFL anunciam medidas para reforçar a proteção em suas sedes.
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