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BRASILEIRO 2022

Com profissionais da base do Borussia, Alemanha dá nova aula de futebol ao Brasil

Mais Esportes|Do R7

Quase dois anos depois da aula de futebol na semifinal da Copa do Mundo, quando derrotaram o Brasil por 7 a 1, os alemães voltaram ao País para dar outra lição. Em 2014, fora a goleada, a passagem pelo País deixou como legado a construção de um centro de treinamento na Bahia. Agora, o objetivo é multiplicar entre 60 treinadores de escolinhas de futebol de projetos sociais da Grande São Paulo os métodos de treinamento das categorias de base do Borussia Dortmund.

É a primeira vez que o projeto passa pelo Brasil, em ação de uma patrocinadora do clube. A comitiva de seis treinadores da base do time chegou no começo da semana em São Paulo para um intercâmbio diferente de outras vindas de clubes europeus ao Brasil. Em vez de trabalhar com jogadores, o Borussia quis o contato com os técnicos.

"Queríamos deixar um legado no Brasil, de dar conhecimento para as crianças. E é possível atingir muito mais crianças ensinando os seus técnicos", disse à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo o chefe da organização da Escola de Futebol do Borussia Dortmund, Christian Diercks.

O clube é um dos mais tradicionais do país e teve como grande revelação recente das categorias de base Mario Götze, autor do gol do título da Alemanha na última Copa do Mundo.


O trabalho do Borussia durante a estada no Brasil teve dois compromissos principais. Ontem o clube reuniu técnicos de projetos sociais da Grande São Paulo para uma manhã de palestras e debates no Museu do Futebol, no Pacaembu, sobre a metodologia de trabalho. Neste sábado os treinadores brasileiros vão acompanhar um treino na periferia da capital paulista e ver como os alemães atuam na prática durante as atividades.

Cada um dos seis treinadores do Borussia será acompanhado por dez colegas brasileiros no treino no campo. Eles demonstrarão virtudes que fizeram o futebol alemão chegar ao topo do mundo, como a consciência coletiva e a concentração para aprimorar a técnica.


Os técnicos presentes ao encontro notaram o quanto o planejamento dos treinos é minucioso na Alemanha. Durante a conversa, Diercks mostrou a importância de repetir os fundamentos até a perfeição. Como exemplo, dissecou em diferentes etapas o domínio de bola, a começar por amortecer com a sola do pé, até entregar o passe ao companheiro.

"Geralmente o brasileiro não tem muita paciência na parte técnica e disciplina, porque acha que já sabe jogar, que já é craque", explicou o técnico José Ronaldo da Silva, do clube Pequeninos do Jóquei. O time na Vila Sônia, zona sul da capital, vai receber as atividades dos alemães neste sábado de manhã.


No futuro, o desafio será aplicar os conhecimentos alemães em comunidades com realidade social muito diferente da europeia. Em Dortmund, por exemplo, o Borussia reúne os pais dos meninos para transmitir em aulas as informações do guia nutricional do clube. Já no Brasil, os técnicos relataram que certas vezes as crianças não puderam nem se alimentar antes dos treinos.

O Borussia já realizou clínicas semelhantes na Ásia e há seis meses começou a se preparar para vir ao Brasil. O clube organizou a palestra com tradução simultânea do inglês para o português, conteúdo multimídia e convidou o diretor de futebol do Cruzeiro, Thiago Scuro, para participar de um debate.

A vinda ao País motivou um dos maiores ídolos do Borussia a se juntar à comitiva. O ex-lateral-esquerdo Dede, mineiro de Belo Horizonte, por 13 anos jogou pelo time, que tem uma torcida bastante fanática. A cada jogo em casa pelo menos 80 mil torcedores estão presentes.

"Na Alemanha todos os jogadores já vêm muito bem preparados das equipes de base. Isso é fundamental e tem prevalecido", explicou Dede.

INTERCÂMBIO - O ex-jogador explicou que a própria base do Borussia vai se fortalecer com a experiência dos técnicos no Brasil. "O alemão vai ter um testemunho para os garotos, para dizer que no Brasil não se tem uma estrutura tão boa, mas ainda assim se joga de forma competitiva."

A única mulher no grupo, Julia Farr, vê a passagem no Brasil como uma boa experiência. "Temos muito a ouvir e aprender. As duas nações podem se desenvolver se ajudando", afirmou.

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