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Relação com o Botafogo, dramas na carreira e futuro como treinador: Alex Alves abre o jogo ao L!

Ex-atacante mantém carinho pelo clube carioca e projeta retorno como treinador: 'Tenho essa vontade e sei que um dia irei concretizar'

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Dono de uma carreira de altos e baixos, Alex Alves se tornou um dos atacantes mais conhecidos do futebol brasileiro no início do século. Hoje aos 45 anos, busca se firmar em outro cargo: o de treinador de futebol. Em entrevista ao LANCE!, o ex-jogador falou sobre a passagem de sucesso pelo Botafogo, desabafou sobre os dramas vividos na carreira e ainda revelou quais clubes sonha em treinar no futuro.

Revelado pelo Juventus-SP, Alex Alves teve passagens por Portuguesa, Bahia e Cruzeiro antes de chegar ao Botafogo em 2004. E nas duas temporadas no clube carioca, o atacante viveu o melhor momento da carreira e caiu nas graças da torcida. No total, marcou 34 gols com a camisa alvinegra e foi o artilheiro da Copa do Brasil em 2004 - com oito gols em apenas três jogos. Segundo ele, esse sucesso se deve à confiança que teve desde a chegada em General Severiano.

- Quando fui para o Botafogo, acabei chegando como a solução dos problemas. Fazia tempo que o clube não tinha um atacante que caía nas graças da torcida. Eu cheguei com moral, tanto do presidente (Bebeto de Freitas) quanto do treinador (Levir Culpi). Acho que isso foi o mais importante. E tive sequência de jogos também, desde o começo. Aí as coisas acabam acontecendo naturalmente, foi dando tudo certo.

Apesar de curta, a passagem pelo Botafogo foi tão marcante que até hoje, 15 anos depois da saída, os torcedores ainda lembram dos gols marcados por Alex Alves. Um deles em especial: o golaço de letra em cima do Flamengo pelo Carioca de 2004. Sobre essa relação o ex-atacante se considera ídolo da torcida e garante que o sentimento é recíproco.

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- Ainda existe um carinho enorme pelo clube. Nas redes sociais, sempre estou postando algo sobre o Botafogo e a torcida vai em peso comentar sobre a minha passagem lá, meus gols. A galera não esquece e isso daí é muito gratificante para o jogador. Eu fico muito feliz com esse carinho que os torcedores têm pela minha pessoa.

Alex Alves - com camisa do Botafogo
Alex Alves - com camisa do Botafogo Alex Alves - com camisa do Botafogo

Alex Alves jogou no Botafogo entre 2004 e 2005 (Foto: Reginaldo Castro/Lancepress!)

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Mas nem tudo foram flores nos 14 anos de carreira de Alex Alves. Logo após sair do Botafogo, no início de 2006, o atleta viveu o primeiro drama. A transferência para o Denizlispor, da Turquia, que era a realização do sonho de jogar na Europa, se tornou, na verdade, um pesadelo. Durante os seis meses de contrato, o atacante não recebeu um salário sequer e, hoje, confessa que deveria ter permanecido no clube de General Severiano.

- Hoje, olhando para trás, é fácil dizer que me arrependo. Por mais que a gente sonhe em jogar fora do país, mas o momento que estávamos atravessando no Botafogo era legal. E digo que me arrependi principalmente porque no ano seguinte o Botafogo foi campeão do Carioca. Fiquei batalhando por esse título durante dois anos e tinha o sonho de ser campeão por lá.

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Após a breve e frustrada experiência no exterior, Alex Alves retornou ao Brasil para atuar pela Portuguesa. Destacou-se na Série B e recolocou o nome no mercado. No ano seguinte, assinou com o Juventude, mas outro drama impediu o sucesso do atacante. Em abril de 2007, foi pego no exame antidoping por uso do estimulante sibutramina e teve que cumprir seis meses de suspensão, mesmo se considerando um injustiçado.

- Fiquei muito triste na época. Consegui provar minha inocência, tanto que a empresa que fabricou o suplemento contaminado me pagou uma indenização. Mas toda essa situação me atrapalhou muito fora de campo. Mesmo com todas as provas, fiquei seis meses afastado. Mas, para um atleta profissional, não são só seis meses. Como que você vai arrumar um clube com tanto tempo parado?

O episódio, de fato, encurtou a carreira de Alex Alves. O atacante ainda rodou por clubes de menor expressão e se pendurou as chuteiras em 2010, aos 33 anos. Nos quatro anos seguintes, administrou em uma loja de tecidos com o irmão, mas sentiu falta do ambiente agitado e resolveu retornar ao futebol em outra função.

- Percebi que ficar atrás de um balcão na loja não era para mim. Na época, meu irmão me incentivou e eu fiz um curso da Sitrefesp (Sindicato dos Treinadores de Futebol de São Paulo). Logo na sequência, recebi um convite para assumir o Sub-17 na Portuguesa. Aí começou minha carreira como treinador e foi uma paixão imediata.

Entre fevereiro de 2018 e setembro de 2020, Alex Alves comandou o Juventus-SP, tradicional clube paulistano onde começou a terminou a carreira de jogador. Agora em busca do próximo desafio, o técnico admite que ainda tem um grande caminho a percorrer, mas não esconde o sonho de treinar dois gigantes do futebol brasileiro.

- Tenho o sonho de trabalhar no Santos, porque foi um clube que tive duas oportunidades de atuar como jogador, mas acabei não indo por detalhes. E no Botafogo também, obviamente. Tenho essa vontade e sei que um dia irei concretizar, se Deus quiser.

Alex Alves - Juventus
Alex Alves - Juventus Alex Alves - Juventus

Alex Alves comandou o Juventus por quase três anos (Foto: Divulgação/Juventus)

Confira outros temas da entrevista de Alex Alves ao L!

PERÍODO SEM RECEBER

Se eu pudesse voltar no tempo, eu também não iria para a Turquia. Depois do tempo que eu fiquei sem receber, eu descobri que isso é normal no futebol turco. Aqui no Brasil, a gente está acostumado a ficar um ou dois meses sem receber, mas ficar sem seis, sete meses é um baque grande.

DECISÃO DE PENDURAR AS CHUTEIRAS

Foi uma decisão que eu tomei de uma hora para outra. Eu não estava pensando em me aposentar, até porque ainda tinha mais um três ou quatro anos para queimar. Mas eu estava com uma lesão no púbis e sabia que iria me atrapalhar aonde eu fosse. Decidi que não queria ir para um clube, jogar dois ou três jogos, e ficar quatro do DM. Nunca foi minha conduta como atleta profissional e não quis fazer isso no final da minha carreira.

MELHORES TÉCNICOS DA CARREIRA

Trabalhei um tempo com o Vanderlei Luxemburgo e, para mim, ele sempre foi um dos melhores treinadores do Brasil. Principalmente, pelo jeito dele lidar com o grupo. Ele cobrava todo mundo do mesmo jeito e sempre com olho no olho. Essa é uma das coisas que eu copio dele. Também trabalhei com o Levir Culpi, que é um cara sensacional. Um paizão mesmo, que sabia ver o lado humano de cada um. O time corria por ele.

Alex Alves - Botafogo
Alex Alves - Botafogo Alex Alves - Botafogo

Alex Alves foi comandado por Levir Culpi na época do Botafogo (Foto: Divulgação)

INSPIRAÇÕES COMO TÉCNICO

Eu gosto muito de dois treinadores do futebol mundial. Um é o Klopp, que consegue aplicar nos times um contra-ataque espetacular. Fazer a metade do que ele faz é o sonho de qualquer treinador. A pressão pós perda da posse também é algo que me inspiro nele. O outro é o Simeone, com o estilo dele de jogo, a adrenalina, estar o tempo todo em alta intensidade. São dois treinadores fora de série, com elementos que a gente consegue extrair para nossas equipes.

PLANOS PARA O FUTURO

Fiquei três anos no Juventus, com mais de 80 jogos pelo clube. Fui muito feliz nesse período e o torcedor também gostou bastante do trabalho que eu vinha fazendo. Achei que tinha dado meu tempo por lá e resolvi sair. Estou agora terminando de tirar a Licença A da CBF e na expectativa pela próxima temporada.

MOMENTO ATUAL DO BOTAFOGO

Em 2004, eu passei pela mesma situação que eles estão passando, a briga para não cair. O time fazia boas partidas, mas não conseguia os resultados. A torcida pegava no pé, houve a eliminação na Copa do Brasil. E em nenhum momento a gente deixava a peteca cair. A partir do momento que o elenco dobra as atenções, a vontade, a intensidade e tenta absorver as ideias do novo técnico o mais rápido possível, as coisas tendem a dar certo.

COMO TÉCNICO, FARIA ALGO DE DIFERENTE?

É difícil falar sem estar no dia a dia, só acompanho os jogos. Mas dá para ver que o elenco do Botafogo tem muitos jogadores da base e muitas vezes o jovem chega como solução, sem estar preparado ainda. Aí a tendência é que as coisas deem errado. Acho que os mais experientes têm que chamar a responsabilidade e, quando precisar, os mais jovens entram em um jogo para tentar decidir vez ou outra.

* estagiário sob a supervisão de Aigor Ojêda

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