Pressão para todos os lados: os personagens da crise do São Paulo
Mau momento do Tricolor, que tem só o Campeonato Brasileiro para disputar até o fim da temporada, deixa diretoria, técnico e jogadores pressionados
Lance|Do R7
O que Cuca mais temia aconteceu: o São Paulo perdeu o clássico contra o Corinthians e foi eliminado pelo Bahia nas oitavas de final da Copa do Brasil, o que causou a ira da torcida e mergulhou o clube em mais uma crise. O primeiro passo para sair dela é vencer o Cruzeiro, às 16h deste domingo, no Pacaembu, em jogo que deverá ser marcado por novos protestos na arquibancada.
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O mau momento deixa diretoria, técnico e jogadores sob pressão. Abaixo, veja os personagens da possível crise são-paulina.
LECO
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O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva é a figura mais detestada pelos torcedores. Ele foi o mais xingado no protesto em frente ao CT da Barra Funda, neste sábado. A relação conflituosa com o ídolo Rogério Ceni, as constantes trocas de treinador, as vendas de jogadores importantes e os péssimos resultados da equipe pesam contra o mandatário.
Leco não deu entrevistas após a eliminação na Copa do Brasil, mas esteve no treino de sexta-feira para participar de uma reunião com Cuca e diretoria. Ele acredita que, para sair da crise, o São Paulo não pode apelar para novas mudanças abruptas de rumo: por isso, tanto o técnico (que já é o terceiro de 2019) quanto o diretor de futebol Raí só deixarão seus cargos se quiserem.
RAÍ
É o segundo mais pressionado, só atrás de Leco. No protesto em frente ao CT, a torcida pediu sua saída da diretoria de futebol mais uma vez. Conselheiros de oposição também desejam a demissão do ídolo, embora já tenham sido avisados pelo presidente que isso não ocorrerá.
Alguns episódios aumentaram a bronca com o diretor. Na última semana, ele esteve na França para um evento de sua Fundação Gol de Letra e um simpósio com dirigentes do futebol europeu enquanto o time perdia o clássico para o Corinthians. Na Bahia, após a eliminação na Copa do Brasil, disse que o clube precisa "aperfeiçoar algumas coisas" para brigar pelo título brasileiro.
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Vale lembrar que ele foi o responsável pela decisão que, hoje, o próprio clube entende ter iniciado a tormenta: a demissão de Diego Aguirre a cinco rodadas do fim do Brasileirão de 2018 e a efetivação de André Jardine antes mesmo do fim da temporada.
CUCA
Além de não estar conseguindo arrumar o time, que sofre muito para marcar gols e tem se mostrado desorganizado defensivamente, o técnico entrou no olho do furacão por causa das declarações que deu após a derrota para o Bahia. Ele disse que o elenco tem jogadores que já sabem que vão sair, que o São Paulo não conseguiu fazer o que é necessário em termos de remontagem do grupo e que isso causa "um efeito".
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Repreendido por Raí, Cuca convocou uma entrevista coletiva na sexta-feira para pedir desculpas aos jogadores que possam ter se sentido ofendidos. Antes, conversou com o próprio elenco para dar suas explicações.
Contratado com a missão de reformular o elenco para o segundo semestre, o técnico gostaria que o processo tivesse sido mais rápido. Bruno Peres, Jucilei e Nenê, por exemplo, embora saibam há tempos da possibilidade de deixarem o Tricolor, continuaram no elenco. Cuca também pede a contratação do centroavante argentino Juan Dinenno desde sua chegada e quer também o lateral-esquerdo Adriano, mas tem ouvido da diretoria que os valores envolvidos dificultam a chegada desses reforços.
PREPARAÇÃO FÍSICA / DM
O excesso de desfalques dificulta a montagem de um time titular confiável no São Paulo. Um exemplo disso é que os quatro garotos de Cotia que fizeram o time decolar no Paulistão (Luan, Liziero, Antony e Igor Gomes) só estiveram à disposição de Cuca simultaneamente uma vez em dez partidas. Pablo, único centroavante do elenco, ainda não foi usado pelo treinador por que se recupera de cirurgia. Arboleda também se machucou recentemente, Hernanes sofre para entrar em forma...
O número de lesões faz a pressão recair sobre a preparação física e o departamento médico, mas a avaliação interna é de que o problema está na pré-temporada curta e na falta de "homogeneidade física" do elenco, que tem jogadores que vieram da China, outros que estavam na Seleção sub-20 em janeiro, outros que chegaram no meio do ano... A expectativa é equilibrar tudo isso na parada para a Copa América.
JOGADORES
Reinaldo, Hudson, Jucilei e Nenê foram alvos da torcida no protesto deste sábado, mas a verdade é que poucos jogadores vivem um momento positivo no São Paulo - as únicas exceções no momento talvez sejam o goleiro Tiago Volpi, que se firmou após um início instável, e o zagueiro Bruno Alves.
Mesmo os jogadores de quem mais se esperava estão sofrendo, casos de Hernanes e Pato. Os dois vieram do futebol chinês, têm dificuldades físicas e precisam até conviver com o banco, algo inimaginável quando foram contratados. Cuca ainda não conseguiu encontrar uma forma de encaixá-los na equipe.
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Até Antony, que estava nas graças da torcida, virou alvo de ofensas nas redes sociais por que pediu para defender a Seleção Brasileira olímpica no Torneio de Toulon e desfalcou a equipe no mata-mata contra o Bahia. Raí explicou que o São Paulo e outros clubes haviam e comprometido com a CBF a liberarem um atleta convocado e que não havia muito o que fazer.
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