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Gestão Esportiva na Prática: A cabeça, o corpo e a bola

A nova matemática do futebol

Lance

Lance|Do R7

Torcida no jogo entre Brasil e Argentina (Foto: Daniel Ramalho/AFP)

No futebol moderno, a cabeça joga mais do que os pés. Sim, eu sei que a minha frase pode parecer exagerada, mas acredite, ela carrega uma verdade cada vez mais evidente nas quatro linhas: 80% do jogo é mental, e os outros 20% ficam para os pés, que apenas executam aquilo que já foi pensado. E me arrisco a não parar por aí; 80% do resultado do jogo é fruto dos treinamentos e os outros 20%, dos 90 minutos da partida.

Não estamos mais na era do talento puro e do jogo improvisado. Hoje, o futebol é ciência. Pareto, economista e sociólogo italiano, já dizia: a maior parte dos resultados vem de uma minoria de ações. No futebol, essa minoria não está no chute ao gol ou no desarme salvador — está na qualidade do treino, na alimentação equilibrada, na inteligência emocional e no descanso que regenera. É a matemática da performance. E acredite, ela não perdoa amadores.

Como a cabeça vence um jogo de futebol

A vitória de domingo começa na segunda-feira, no vestiário, no GPS do preparador físico, na estratégia a ser adotada e na planilha do nutricionista. É ali que se constrói o corpo que vai obedecer à mente. Um jogador de alto nível toma, em média, entre 2 e 4 decisões por segundo com a bola rolando. Multiplique isso pelos 90 minutos de jogo e entenda: futebol é xadrez em alta rotação. O jogador que dorme mal, come mal, não se prepara mentalmente e treina de forma displicente entra em campo com 20% de si mesmo — e contra times organizados, isso é suicídio.


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Pensando na indústria do futebol e nas movimentações do mercado, ofereço uma reflexão ainda mais alarmante: os jogadores brasileiros estão sendo vendidos cada vez mais cedo para a Europa. Meninos de 16, 17 anos estão sendo “pescados” por gigantes europeus antes mesmo de estrearem profissionalmente. Por quê? Porque os europeus querem completar a formação por conta própria. Não confiam no nosso processo. No jogo mental da atualidade, perdemos o protagonismo.

Romantizar o talento nato e achar que futebol ainda se resolve somente na ginga ou na vontade, é um erro gigantesco e a matemática da alta performance é muito clara: 80% da vitória é construída antes do apito inicial. O resto é execução que deve ser feita por jogadores que pensam, entendem o jogo e tomam decisões assertivas - com os pés, claro - mas guiados pela cabeça.

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