Ultrapassado? Saiba como o Corinthians deve jogar com Vanderlei Luxemburgo
Técnico chamou atenção nos últimos anos por discurso de 'combate ao moderno'
Futebol|Do R7
Anunciado pelo Corinthians na última segunda-feira (1º), o técnico Vanderlei Luxemburgo chega ao clube para sua terceira passagem não apenas com a missão de tirar o Timão da atual crise, mas também de se provar como um treinador de alto nível no futebol brasileiro.
Se nos anos 1990 Vanderlei era conhecido como um profissional de vanguarda, entusiasta da tecnologia e com métodos inovadores, e contava sempre com o auxílio de seu estafe técnico, hoje o treinador luta para se livrar do rótulo de "ultrapassado" que ganhou dos críticos.
É verdade que Luxa deu munição a eles com o discurso de "combate à modernidade" que assumiu nos últimos anos.
. Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
. Compartilhe esta notícia pelo Telegram
Após a conquista do Paulistão de 2020, o nono em sua carreira, ele chegou a declarar que o futebol brasileiro não precisava ser rápido como o europeu, pois essa não seria "a essência pentacampeã do mundo".
Além dos rótulos, a busca por essa "essência" revela as ideias que o técnico utilizará para organizar o Timão daqui em diante.
Luxemburgo defende a tese de que o jogador do Brasil, de maneira geral, precisa de liberdade para tomar decisões dentro do campo, o que ele costuma chamar de "empirismo brasileiro".
Em outras palavras, é um futebol de tentativa e erro, sem uma linha racional na tomada de decisão.
Uma ideia muito parecida com a que Fernando Lázaro pretendia para o time, que não tinha padrões claros de movimento.
O sistema tático utilizado para isso pode variar, já que, nesse aspecto, o técnico tem amplo repertório.
Mas uma possível formação sai na frente se considerarmos o que sobrou da "era Lázaro"': o 4-4-2 com losango no meio-campo, sistema utilizado por Luxa no Palmeiras em 1993, 1994 e 1996, no Cruzeiro em 2003, no Real Madrid em 2004/2005 e no próprio Corinthians em 1998.
Mais um aspecto que une Luxemburgo e Lázaro está na forma de defender: ambos organizam suas defesas a partir de encaixes individuais, ou o popular "cada um pega o seu". Fágner, Gil, Balbuena e Fábio Santos devem encontrar dificuldade com esse estilo — como já tinham com Lázaro e fatalmente encontrariam com Cuca, outro adepto dos encaixes.
Se alguém espera uma ruptura nos comportamentos táticos do Timão, já pode se desacostumar com a ideia. Luxemburgo é uma continuidade, com mais peso no vestiário e no currículo.
De Rogério Ceni a Cuca: saiba quem são os técnicos que já caíram no Brasileirão 2023