Maracanã 70 anos: retrospecto do Flamengo não é só de festa
Relembre jogos que marcaram negativamente a história do Flamengo no estádio, que completa 70 anos de inauguração nesta terça-feira
Futebol|Do R7
Ainda no início da temporada de 2020, antes das paralisações ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus, o Flamengo conquistou o seu primeiro título (Recopa Sul-Americana) atuando no Maracanã e ratificando a era gloriosa sob o comando de Jorge Jesus. Porém, o Estádio Jornalista Mário Filho, que completa 70 anos de inauguração nesta terça-feira (16), também trouxe dissabores ao clube ao longo deste período.
Abaixo, a reportagem relembra sete derrotas ou eliminações (ou ambas) que traumatizaram o torcedor rubro-negro no histórico palco do futebol mundial.
UM 6 A 0 ENGASGADO POR 9 ANOS
Em seu 77º aniversário, o Flamengo sofreu um massacre histórico no Maracanã, cujo placar era lembrado em cada clássico contra o Botafogo durante longos nove anos. Isso porque, no dia 15 de novembro de 1972, o Alvinegro aplicou um sonoro 6 a 0 no Rubro-Negro, pelo Brasileiro e com direito a três gols de Jairzinho (inclusive um de letra).
"Nós gostamos de você" e outras faixas provocativas fizeram parte das provocações nas arquibancadas até o Carioca de 1981, quando o Flamengo deu o troco, venceu pelo mesmo placar e findou as gozações por parte dos rivais. Zico já revelou que a goleada passada o deixava engasgado.
COCADA NADA DOCE
Um só (entre aspas) gol que ficou marcado negativamente foi o de Cocada, então reserva do Vasco, na decisão do Campeonato Carioca de 1988. A bola na rede saiu já no apagar das luzes do Maraca e deu o título estadual ao Cruz-Maltino, que foi para a finalíssima com a vantagem do empate, mas voltou a sair vitorioso, desta vez por 1 a 0, em um jogo que ficou eternizado para o rival.
Após o gol, jogadores protagonizaram uma briga generalizada no gramado do Maracanã - inclusive Romário (Vasco) e Renato Gaúcho (Flamengo) se desentenderam e acabaram expulsos.
E OLHA O RENATO AÍ DE NOVO...
Desta vez defendendo o outro lado, Renato Gaúcho marcou um gol que até hoje é lembrado, sobretudo pelo contexto e parte do corpo que utilizou para balançar a rede. Pelo Carioca de 1995, faltavam poucos minutos para o Flamengo conquistar o Estadual em seu centenário, até que o atacante pôs a barriga na trajetória da bola chutada por Aílton: gol e vitória tricolor por 3 a 2.
Minutos antes do famigerado gol de barriga, a torcida do Fla já festeja o título, em jogo que contava com mais de 100 mil pessoas e atraía uma expectativa alta para os primeiros passos de Romário pelo clube da Gávea.
DO SUL PARA SER CAMPEÃO NO RIO
O Flamengo atropelou o Grêmio por 5 a 0 para ir à final da Libertadores do ano passado. Entretanto, no mesmo palco, em 1997, o Tricolor gaúcho teve a oportunidade e conseguiu calar o Maracanã na decisão da Copa do Brasil, cuja partida de ida havia terminado empatada em 0 a 0.
No dia 22 de maio daquele ano, o Maracanã recebeu mais de 95 mil torcedores para a peleja. João Antônio e Carlos Miguel que balançaram a rede para os visitantes, enquanto Lúcio e Romário fizeram os gols do Rubro-Negro. O empate em 2 a 2 fez o Grêmio dar a volta olímpica na casa dos flamenguistas, que ainda esperavam um título expressivo com a contratação do Baixinho.
NADA GENEROSO
Possivelmente esta é a maior zebra que o Flamengo foi vítima no Maracanã. Diante do Santo André, pela finalíssima da Copa do Brasil, cerca de 80 mil rubro-negros testemunharam a tragédia esportiva do dia 30 de junho de 2004.
Após empatar em 2 a 2 fora de casa com o Santo André, o Flamengo podia empatar em 0 a 0 ou em 1 a 1 que conquistaria o título - o que não ocorrera no ano anterior, quando a equipe carioca foi vice do mesmo torneio para o favorito Cruzeiro. No entanto, um novo revés (e muito mais dolorido): 2 a 0 para o time paulista. Uma nuvem de incredulidade pairou sobre o estádio.
CABAÑAS, UM ETERNO ALGOZ
Quatro anos depois, com uma equipe jogando futebol de alto nível e sob o comando de Joel Santana, outra decepção colossal no Maracanã. Depois de vencer o América-MEX por 4 a 2 no México, o Flamengo levou um dilacerante 3 a 0 no Rio, com três gols de Salvador Cabañas, e deu adeus à Libertadores em sua fase de oitavas de final.
Além de ver a esperança pelo bicampeonato da América ir por água abaixo, o Flamengo ainda viu Joel Santana se despedir do clube de forma melancólica, pois o treinador já estava acertado, antes de a bola rolar, com a seleção da África do Sul.
HERMANO INDIGESTO
Em mais um jogo de volta para decidir título no Maracanã, o Flamengo voltou a decepcionar a sua torcida, em 2017. Pela decisão da Copa Sul-Americana daquele ano, diante do tradicional Independiente-ARG, o Rubro-Negro não conseguiu inverter a vantagem dos argentinos, que venceram na ida por 2 a 1.
No Maraca lotado, a equipe comandada por Reinaldo Rueda chegou pressionada pois vinha contratando medalhões e os títulos não ocorriam. O empate em 1 a 1 no Rio, depois de sair vencendo, não foi o suficiente. Ou seja, o Flamengo teria que passar por mais um revés traumático antes de entrar na fase de glórias dos dias atuais.
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