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Louco por desafios e um 'animal competitivo': veja como foi a primeira coletiva de Vítor Pereira no Corinthians

Vítor Pereira ainda destrinchou a escola de técnicos portugueses, explicou porque escolheu o Timão e detalhou como deseja ver sua equipe jogando em campo

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Na tarde desta sexta-feira (4), Vítor Pereira concedeu sua primeira entrevista coletiva como técnico do Corinthians no CT Joaquim Grava. Um dos pontos abordados foi a escolha em trabalhar no futebol brasileiro, mais especificamente no Corinthians.

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O português contou que já havia recebido convites para trabalhar no país, mas aceitou o trabalho no Timão pela insistência da diretoria e carinho da torcida, que o cativaram.

- Já fui convidado para vir ao Brasil várias vezes. Sou um treinador do pormenor tático, estratégico. O que me motiva é o lado tático, técnico, estratégico do jogo. Motiva a qualidade dos jogadores, e aqui tenho certeza que teremos qualidade. Um campeonato com qualidade. Me estimula também a dimensão do clube, a paixão dos adeptos. E mais a insistência, o lado emocional, do presidente e direção. Me fez sentir que tinha que ser eu. Comecei a me ligar com os adeptos, que também queriam. Mesmo antes de vir, vi que tinha uma ligação, e foi por aí. Antes não decidi porque tive sempre a Champions League na cabeça. A Libertadores é uma competição de uma dimensão muito grande também, a nível mundial. Experiência nova, vamos ver como consigo superar o desafio. Vamos competir e tornar a equipe mais forte, agressiva, competitiva, com essas qualidades de ter a bola e reagir forte quando perder a bola. Temos que aguardar a resposta desse Corinthians - revelou Vítor Pereira.

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Pereira também falou sobre a tendência dos clubes brasileiros em apostar cada vez mais em técnicos estrangeiros. Ele fez um breve análise sobre Jorge Jesus, que esteve na mira do Alvinegro, e destrinchou o estilo dos técnicos portugueses, que estão fazendo cada vez mais sucesso em terras tupiniquins.

- É um treinador que imprime um ritmo forte no jogo (Jorge Jesus). A escola de portugueses vai nessa linha de imprimir intensidade qualitativa no jogo. Se for ganhar e perder a bola logo em seguida, para mim não tem qualidade. Se ganhamos a posse e depois perdemos, não temos qualidade para ficar com ela. Quem tem que marcar o ritmo nas minhas equipes somos nós. Trabalho para dominar o jogo com bola, esse é o padrão da minha equipe. Quero evitar ao máximo correr para trás. Não é padrão das minhas equipes defender na área. É um bloco organizado e agressivo. Não gosto de marcações individuais, de corridas desnecessárias. Quero pressão agressiva e organizada. Quero uma transição defensiva e ofensiva agressiva, rápida. Quero uma equipe inteligência, quando não e o momento do contragolpe, é o momento de dominarmos o jogo com bola. Esses são os padrões, a intenção nos nossos treinos. Minhas equipes acabam tendo esse padrão. Tem prazer em ter a bola, construindo a jogada com inteligência. Quando perdemos a bola, uma vontade de atacar o portador da bola. Contragolpe rápido, intencional, em determinadas zonas. Esta será a matriz de jogo, independentemente do adversário - afirmou.

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O lusitano de 53 anos, que já trabalhou em Portugal, Turquia, Grécia, China e Arábia Saudita, afirmou que o clima e o calendário serão seus grandes desafios como técnico do Corinthians. Mas ele deixou claro que é apaixonado por novas experiências no futebol.

- Fundamentalmente, mais do que a cidade, é nos adaptarmos à cultura. É mais fácil adaptar no Brasil do que na China. Culturalmente, temos muito em comum. A língua é fácil de entendermos. A grande adaptação será o clima. Eu gosto de um jogo intenso, de qualidade. Podemos confundir intensidade do jogo com qualidade. Podemos ter um jogo intenso sem qualidade nenhuma, e podemos ter um jogo intenso com qualidade. E o que pretendo é isso. Acredito que o clima, calor, afeta um bocadinho a intensidade. A grande dificuldade serão as viagens, as densidades competitivas, serão muitos jogos competitivos. Ter que reformular minha metodologia de treino, no sentido de trabalhar sem carga. Vou ter que trabalhar os aspectos táticos e técnicos sem carga, porque os jogadores estão a recuperar de um jogo. Esse é o desafio, eles me estimulam, não tenho medo. Quando me sinto desafiado, é normalmente por aí que vou. Essa adaptação a um campeonato diferente - ponderou.

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Pereira também confessou já conhecer o estilo de alguns atletas do elenco. Mas na visão do treinador, quem irá definir se o time vai estar com a identidade do português são os jogadores.

- Uma coisa é conhecer os jogadores, conheço muito bem alguns jogadores, porque enfrentei na China. Tive três anos na China, mas renovei sempre o contrato ano a ano. Alguns jogadores já conheço de fato, de qualidade. Muitos deles conheço de ver jogar. Eu já tive muitas experiências no futebol. Nós temos uma ideia sobre determinado jogador, e depois, quando começamos a trabalhar com ele, o jogador manifesta coisas, para o jogo que queremos jogar, que eu nunca tinha visto. Esta fase é de avaliação para mim. Apesar de conhecer as características de muitos deles, o importante é eu perceber, para o jogo que nos propomos a fazer. O jogo é feito de intenções, o treinador tem as suas e depois faz a avaliação dos jogadores que tem a sua disposição. Quando temos certa experiência, não precisamos de muito tempo para fazer essa avaliação. Eu considero que já tenho alguma. Treinei muitos níveis diferentes. Não consigo determinar se daqui um mês o Corinthians já vai estar com a identidade que pretendo, depende da resposta deles - afirmou o técnico.

Durante a coletiva, o português deixou claro o desejo em praticar um futebol ofensivo e agressivo, com o domínio da posse de bola. Mas a sua maior vontade é ver o clube levantar títulos.

- Gostaria de deixar títulos. Para além da qualidade do jogo, é importante. Gosto de ganhar com qualidade de jogo, mas ganhar é fundamental. Em um clube desta dimensão, com uma torcida enorme, é importante competir por títulos. Posso prometer muito trabalho no sentido de ir em busca dos títulos - disse.

Perguntando sobre a qualidade do elenco, Vítor Pereira disse ser cedo para pedir ou não reforços. Ele ainda enfatizou sua vontade de trabalhar com atletas da base. Na última semana, o Corinthians inscreveu mais sete garotos na Lista B do Paulistão.

- A densidade competitiva é grande. Gosto muito de trazer jogadores da base toda semana. Sempre tive essa preocupação nos clubes onde passei. Estou a avaliar, e depois estarei mais apto a perceber as necessidades. Preciso de mais tempo - contou.

Por fim, abordou sobre a sua 'loucura' à beira do gramado. Ele se mostrou ser uma pessoa comprometida e de bom relacionamento. Mas quando está disputando uma partida, se torna uma pessoas mais passional e vibrante. A única coisa que o incomoda é falta de respeito.

- Me considero uma pessoa de relacionamento fácil. De origens humildes, de fácil acesso. Que gosta da sua privacidade. Tenho muito trabalho para fazer. Sou obcecado pelo jogo, com uma paixão enorme. E essa paixão às vezes me transforma em um animal competitivo. Quero ganhar sempre. Costumo dizer que nem aos meus filhos costumo deixar ganhar. Sou muito competitivo e emocional. Quando se junta na mesma pessoa, no ambiente do futebol, a emocionalidade e paixão, é natural que às vezes haja momentos de desequilíbrio. Fora do campo, dessa arena, às vezes, me transformo como se fosse o animal. Mas acabando, está feito o trabalho, como no treino, deixo. Esse é o Vítor, pessoa tranquila, com valores morais. Que reage mal a quem me desrespeita em termos de valores, ai sim reajo mal, e me torno reativo - concluiu.

Vítor Pereira irá estrear pelo Corinthians no sábado (5), às 16h, diante do São Paulo no Morumbi, pela décima rodada do Paulistão.

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