Copa América 2019 tem a quarta pior média de gols da história

Foram 59 gols marcados em 26 partidas da competição; Everton e Paolo Guerrero ficaram empatados na artilharia, com três gols cada um

08/07/2019 - 06h00 (Atualizado em 20/04/2024 - 12h41)

Com 26 jogos e 60 gols marcados, a Copa América de 2019 teve a quarta pior média de gols na história da competição. Foram cinco placares de 0 a 0 durante o torneio e uma média de 2,3 gol por jogo. A seleção brasileira sagrou-se campeã após a vitória por 2 a 1 contra o Peru, no Maracanã.

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A partir desses números, 2019 fica empatado com 1921, 1983, 2001 e 2015 com essa média de gols. As únicas edições com números piores do que os atuais foram a Copa América de 1922 (2,0), e de 1989 e 2011, que terminaram com média de 2,1 cada.

Finalista, o anfitrião Brasil foi quem mais ajudou para aumentar essa média. A partida contra o Peru, quando os brasileiros fizeram 5 a 0, auxiliou nos números. Foram 13 gols marcados no total. Porém, se o ataque foi eficiente, a defesa também, com apenas um gol sofrido nesta Copa América. O zagueiro Marquinhos chegou a falar sobre o tema antes da final.

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"Está difícil explicar. O futebol, principalmente em competições assim rápidas, vem se tornando cada vez mais disputado. A gente sabe como a seleção brasileira vem pensando em não tomar gols. Esse é um fator importante para o time conseguir aquilo que almeja. Todas as seleções têm isso como prioridade. Isso vem levando o futebol a se tornar cada vez mais competitivo, estudado e difícil de se marcar os gols. Não por falta de qualidade para marcar os gols porque a gente vê grandes nomes, grande jogadores. Então, nome e qualidade tem", disse.

Para se ter ideia, foram 13 jogadores dividindo o primeiro lugar da artilharia com dois gols marcados antes dos jogos de terceiro lugar e a final. Entre os eliminados, Darwin Machís (VEN), Duván Zapata (COL), Edinson Cavani, Suárez (URU) e Koji Miyoshi (JAP). Já daqueles que tiveram a última oportunidade de aumentar o número de gols, Everton, Philippe Coutinho, Roberto Firmino (BRA), Edison Flores, Paolo Guerrero (PER), Eduardo Vargas (CHI) e Lautaro Martínez (ARG). Apenas Everton e Guerrero conseguiram aumentar os números. Um dos fatores para a redução dos gols marcados é justamente o árbitro de vídeo, que foi decisivo para anular nove gols até a semifinal.

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A manutenção de Tite: Mesmo antes da grande decisão, o técnico Tite já fazia mistério sobre seu futuro na seleção brasileira. Com as saídas de Edu Gaspar para o Arsenal, e Sylvinho, seu auxiliar, para o Lyon, Adenor não se vê mais na mesma situação de antes. A popularidade em alta após as eliminatórias e pré Copa do Mundo deu lugar a vaias nas arquibancadas e reclamações por boa parte da torcida brasileira. Portanto, o futuro da amarelinha, inevitavelmente, passa pela permanência ou não de Tite. No momento, resta a dúvida se o treinador sai ou fica

Lapidar os novos talentos: Não são poucos os nomes que despontam no futebol brasileiro nessa nova geração. Prova disso é o assédio cada vez mais cedo de gigantes europeus, como Real Madrid, Barcelona, Manchester City, etc. A nova safra mescla jogadores que já vem conquistando espaço, como Vinicius Junior, Arthur, David Neres e Richarlison, mas também atletas que cabe esperar e ver o que o futuro lhes reserva, como Rodrygo. Fato é que, se bem trabalhados em seus clubes, o Brasil chega em 2022 com bons nomes em grandes centros do futebol mundial e talento de sobra

O resgate de jogador em baixa: É fato que Philippe Coutinho não vive um bom momento na carreira. Em baixa em seu clube, ele precisa reencontrar com o melhor futebol e as grandes atuações. Uma saída do Barcelona, por incrível que pareça, pode fazer bem ao meio-campo

Onde escalar Neymar: As boas apresentações de Everton Cebolinha na Copa América, atuando pelo lado esquerdo colocam uma dúvida em relação a posição que Neymar pode ocupar na seleção. As duas temporadas no PSG revelaram uma afinidade do atleta em atuar pela faixa central do campo, mas também representaram um momento de queda na carreira do jogador, que se lesionou em momentos decisivos e se viu cercado de polêmicas. Para 2022, o papel de Neymar é um grande ponto de interrogação, assim como o próprio futuro do atleta

Segurança embaixo das traves: Um grande time começa por um bom goleiro, e não há posição mais bem servida no Brasil do que o gol. Titular e reserva, Alisson e Ederson são dois dos principais nomes que a seleção brasileira tem no momento e terá em 2022. Referências no Liverpool e Manchester City, seus respectivos clubes, os dois vêm de sucessivas temporadas de ótimo retorno técnico e atuações marcantes, tendo acumulado títulos e conquistado cada vez mais o respeito de seus treinadores, companheiros e, principalmente, da torcida

A lateral direita: Ao contrário do lado esquerdo, em que o Brasil tem nomes de sobra para ocupar a posição, a lateral direita apresenta um grande desafio para o próximo ciclo de Copa do Mundo. Apesar de ter feito uma ótima Copa América, tendo sido eleito o melhor do torneio, é difícil que Daniel Alves se apresente no mesmo nível em 2022. Com 36 anos, o multicampeão já da mostras de que seu tempo vestindo a amarelinha pode estar acabando

Não se empolgar: Apesar da grandeza de conquistar uma Copa América, não se pode exagerar. O torneio não representa o nível dos desafios que as grandes seleções europeias apresentam e os resultados em competições locais podem construir uma falsa ilusão de que o que se está fazendo atualmente é o suficiente. As últimas Copas do Mundo mostraram isso para o Brasil. Em 2006, 2010 e 2014, a seleção chegava para os mundiais após vencer a Copa das Confederações. Na Rússia, os comandados de Tite vinham em alta após uma ótima Eliminatórias

*Estagiário do R7, sob supervisão de André Avelar

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