Flamengo define preço por Wesley e sonha com destaque da Juventus
José Boto, dirigente do Flamengo, comenta sobre possíveis movimentações no mercado
Lance|Do R7

O diretor esportivo José Boto, um dos protagonistas do Flamengo fora das quatro linhas durante o Mundial de Clubes 2025, foi entrevistado neste domingo (22) no tradicional jornal italiano La Gazzetta dello Sport.
De origem portuguesa e com passagens por Benfica, Shakhtar e PAOK, Boto falou sobre o projeto ambicioso do clube carioca, além de revelar detalhes sobre o interesse de clubes italianos em Wesley, lateral-direito revelação do time, e surpreender ao declarar que gostaria de contar com Vlahovic no elenco rubro-negro.
“Juventus e Roma querem Wesley, mas não o vendemos por menos de 30 milhões de euros (R$ 189,9 milhões, na cotação atual). Ouço falar em 20, mas isso não é suficiente. Ele está pronto para a Europa. É um grandíssimo talento”, afirmou à Gazzetta.
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O dirigente ainda comparou o jovem com outro brasileiro que atua no Campeonato Italiano.
“Wesley é mais rápido que o Dodô, da Fiorentina. Ataca melhor que defende, mas é tão veloz que sempre consegue se recuperar. Como todo lateral brasileiro, é ofensivo”.
Flamengo entre os grandes do mundo
Com 100% de aproveitamento no Mundial até aqui, o Flamengo já garantiu vaga na fase eliminatória e se destaca como um dos principais clubes não europeus da competição. José Boto ressaltou o peso da participação rubro-negra e destacou a força do elenco:
“Temos cinco jogadores na seleção do Ancelotti, um faturamento de 280 milhões de euros (R$ 1.772.400.000, na cotação atual), e fora da Europa só o Al Hilal está no nosso nível. Depois vêm River e Palmeiras.”
Sobre a contratação de impacto do meio-campista Jorginho para o Mundial, Boto destacou o fator emocional.
“Tentamos contratá-lo em janeiro. Ele nasceu no Brasil, mas nunca tinha jogado aqui. É um exemplo de mentalidade e profissionalismo, influencia positivamente o grupo — assim como Danilo e Alex Sandro"
Vlahovic e o sonho do Milan
Perguntado sobre qual jogador da Juventus gostaria de ver no Flamengo, Boto foi direto.
“Por aquilo que precisamos agora, pensaria em Vlahovic. O problema não seriam os valores, mas sim convencer jogadores desse nível a virem para o Brasil. No futebol, nunca diga nunca.”
Também questionado se aceitaria trabalhar em algum clube da Itália, o diretor não escondeu o desejo.
“Gostaria de trabalhar no Milan, mas eles acabaram de contratar o Tare. Ainda assim, o futebol italiano é o mais difícil taticamente, os técnicos italianos são excelentes.”
Douglas Luiz, Conceição e o futuro
A entrevista também abordou outros temas relevantes do cenário europeu. Sobre Douglas Luiz, que ainda não deslanchou na Juventus, José Boto foi direto: disse ter ficado mais surpreso com a contratação do que com o baixo rendimento do meio-campista brasileiro.
Em relação à possível compra de Francisco Conceição, emprestado pela Juventus junto ao Porto, o dirigente avaliou que tudo dependerá da visão tática de Igor Tudor – na sua análise, Conceição é um extremo, e não um meia central, como tem sido utilizado em alguns momentos.
Quando o assunto foi os jovens talentos que despontam no futebol mundial, como Estêvão, do Palmeiras, e Mastantonio, da Roma, Boto adotou cautela – reconheceu que ambos já podem ser considerados “top”, mas ainda não atingiram a prateleira mais alta do futebol.
Por fim, ao falar sobre a tradição de Portugal na formação de jogadores, o diretor esportivo destacou que o diferencial está no método – a técnica individual é tratada como prioridade absoluta nas categorias de base, seguida do entendimento do jogo, dois pilares que, segundo ele, explicam o sucesso internacional de tantos atletas portugueses.