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Cassiano Hipólito faz 'desenho' de como deve ser a postura do atleta de FA: 'disciplina e foco são essenciais'

O General Manager do Galo FA trouxe sua experiência para o esporte e apontou caminhos que os jogadores de hoje e do amanhã precisam ter para vencer na modalidade

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Os últimos dias foram de orgulho para quem curte o Futebol Americano no Brasil com as confirmações de três atletas do esporte do país participando do draft da CFL(Canadian Football League). Klaus Pais (Ribeirão Preto Challengers) e Luis Polastri (Timbó Rex) conforme anunciados no dia do combine, mais Ryan Gomes (Galo FA) podem representar o FA nacional em uma liga relevante no esporte.

Além dos rapazes temos Gabriella Carvalho, que hoje atua no San Diego Tridents. Ou seja: talento no futebol americano brasileiro não falta. Todavia, além de aptidão esportiva para a prática do FA, outros ingredientes precisam ser acrescentados. Aí que entra o fator dedicação e disciplina, que são ferramentas vitais para que o talento alcance um nível alto de performance.

Por ser algo menos visível aos olhos de quem vivencia o esporte, a disciplina e dedicação quase não ganham um olhar mais apurado. Daí, fomos falar com uma pessoa que tem como premissa extrair o máximo de um atleta tendo como base essas qualidades.

O General Manager do Galo FA, Cassiano Hipólito, carinhosamente chamado de “Sargento”, praticamente fez um tutorial para quem está no meio do futebol americano no Brasil e ainda para aqueles que sonham em seguir uma carreira sólida no esporte. Se o sucesso dentro dos campos não vier, os ensinamentos deste militar da reserva, com experiências em ações de elite, servirão para a vida.

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Para Cassiano, “missões especiais'' requer pessoas especiais. E pessoas especiais requerem treinamentos especiais”. Desde 2017, o General Manager do Galo FA cuida do foco, da disciplina da equipe, algo que trouxe resultados práticos, como o título brasileiro de 2018, consolidando a equipe mineira no cenário do FA no Brasil como uma das forças do esporte.

E, a primeira dica de Cassiano é olhar as dificuldades da modalidade como um item a mais para ser superado. O foco virá antes de pensar em ter equipamentos, ou até mesmo condições materiais para praticar a modalidade.

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-Quando você me pergunta sobre a dificuldade que encontramos para treinar futebol americano, para desenvolver a modalidade no país, realmente as dificuldades são muitas, como a parte financeira, de materiais adequados. Mas aquele que deseja ser um atleta de futebol americano, que deseja começar nesta modalidade, tem de entender que antes de comprar qualquer tipo de equipamento, ou material, a pessoa precisa saber uma palavra chave na vida: foco. O homem sem foco não é nada-disse, para em seguida sugerir uma reflexão com algumas perguntas básicas feitas a nós mesmos.

-Quem sou? De onde eu venho? Onde eu estou? E para onde eu vou? O que eu quero para mim? Respondendo isso é um começo, pois além de querer uma liga forte, times bem estruturados, nós temos que construir o homem, conscientizar o homem que ele precisa ser. Um homem melhor do que aquele que chegou aqui, pois quando não quiser mais jogar futebol americano, a pessoa terá de saber que cresceu como ser, se tornou um homem melhor. Para isso, é necessário que se entenda a ordem de grandeza da palavra foco, da disciplina e do esforço-prosseguiu.

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O raciocínio de Cassiano sobre o atleta do FA traz uma percepção interessante sobre o perfil mental do praticante, se compararmos com outras modalidades, como o futebol da bola redonda, vôlei e basquete. É um esporte coletivo em que a força mental individual pode ser a chave para um triunfo, até mais do que um talento nato para o jogo.

-Quando você pensa sobre isso, o perfil do atleta de futebol americano, ele se diferencia dos outros esportes como futebol tradicional, ou basquete, mentalmente, porque a mente de um jogador de futebol americano tem de estar consciente o tempo todo que é um esporte de contato. Mas esse contato é com a técnica. E às vezes as pessoas confundem o futebol americano com um esporte violento apenas, o que não é de forma alguma, pois é um dos esportes mais democráticos, com espaço para biótipos de jogadores diversos. Dos mais atléticos e rápidos, até para os com mais força e menos mobilidade. A aplicação da técnica de jogo, que fará a diferença. Daí, vem o trabalho mental.

Por isso que, para que uma jogada seja bem executada, o atleta terá de ter muito foco e ser mentalmente forte. E, essa força só vem com o trabalho, a disciplina, que não é feita só dentro do campo. O foco é construído comigo lá na sala de aula onde esses homens recebem treinamentos específicos e treinamentos comportamentais. Eles recebem treinamentos de liderança, as habilidades dos líderes essenciais, como saber escutar, assumir responsabilidades, concentrar-se e influenciar o pensamento dos homens que estão sob seu comando. Sem esquecer de incentivá-los e manter a motivação.

Eu enxergo a motivação na prática, no dia a dia e passo para eles que motivação é igual a objetivo na vida. E ação é igual a atitude. Daí, questiono quais as atitudes que eu estou tomando para alcançar meus objetivos. Ou seja: como eu estou me comportando dentro do treinamento?

O GM do Galo FA colocou seu conhecimento à disposição dos atletas nessa conversa com a reportagem, mas também para quem busca foco e liderança em suas áreas de atuação. (Veja no vídeo acima o trabalho de Cassiano com seus jogadores).

-Quando você me pergunta quais as dicas que posso dar para quem almeja ser atleta de FA no país, eu peço para ficar atento a algumas coisas. Por exemplo: se a pessoa tem metas ousadas, como jogar fora do país, numa liga americana, mexicana, que é bem difícil, ou na liga alemã, europeia, o que eu posso dizer a este homem, que se ele vier treinar conosco no Galo Futebol Americano, ele vai ter uma noção muito clara do que é disciplina do que é ser cobrado, pois lá fora pode haver até mais intensidade, como em uma liga americana. Mas, mesmo sendo complicado, não é impossível, pois nada é impossível para o homem motivado. Aliás, um homem motivado não tem limite.

Quando se está consciente daquelas perguntas que devemos fazer para nós mesmos, o foco vem e as dificuldades que vem com cobranças e trabalhos pesados que virão. Com essa mentalidade, os obstáculos serão menores, pois o atleta irá se entregar aos treinamentos, saberá se cuidar para evitar lesões, vai poder apurar a parte técnica e chegar aos objetivos- concluiu.

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