Bahia enfrenta altitude em estreia na Libertadores; entenda riscos
Especialista explica efeitos gerados pela altura e detalha prevenções
Lance|Do R7

O Bahia encara o The Strongest (BOL) nesta terça-feira (18), o, em La Paz, no jogo de ida da segunda rodada da Libertadores. Primeiro brasileiro a estrear na competição ainda em busca de uma vaga na fase de grupos, o time comandado por Rogério Ceni terá um desafio especial: a altitude.
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Tentando diminuir o impacto dos 3.600 metros acima do nível do mar, o Tricolor de Aço realizou algumas mudanças na logística da viagem até a Bolívia. A começar pelos goleiros Danilo Fernandes e Marcos Felipe, que estão em La Paz desde a última quinta-feira (13), quatro dias antes do restante da delegação.
Segundo o clube, a ideia é fazer com que os atletas estejam mais adaptados após treinar por alguns dias na altitude. Questões como a velocidade da bola, o tempo de reação, a mudança de trajetória e outros gestos técnicos foram levados em conta na preparação.
Segundo Flávia Magalhães, médica do esporte, especialista em gestão de saúde e performance de atletas, o ideal seria uma aclimatação de três semanas no local, mas existem outras formas de minimizar os efeitos, dado que o período mais adequado é impraticável no futebol.
— Primeiro é fundamental a hidratação. Também é recomendável aumentar o consumo de ferro e vitaminas. Na alimentação, a ingestão de carboidratos ajuda muito. Seis horas antes da subida para o local da partida, pode tomar um anti-inflamatório, com orientação médica. Em caso de sintomas importantes, recomenda-se o uso de oxigênio — explica a profissional.
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Além do preparo especial para os goleiros, o Bahia decidiu viajar para a Bolívia somente na véspera do confronto, na segunda-feira (17), e ficar inicialmente em Santa Cruz de La Sierra, onde há menos altitude. Dessa forma, a ida para La Paz ocorrerá somente três horas antes da partida, reduzindo os impactos da altitude, como redução na disponibilidade de oxigênio.
— Quando se atua a dois mil metros acima do nível do mar, é comum sentir náuseas, tonturas, fraqueza, fadiga, cefaleias. Alguns atletas chegam até a vomitar. Esses sintomas aparecem de seis a 12 horas após chegar nessas condições. Quando você sobe para mais alto, a situação é bem mais complicada e, se não for tratada, pode evoluir para um edema pulmonar agudo e edema cerebral — aponta Flávia Magalhães.
Desde que recebeu a notícia de que enfrentaria o The Strongest nesta fase da Libertadores, o Bahia tem aproveitado para trocar informações com o Bolívar, rival do adversário, e obter maior conhecimento sobre as dificuldades geradas pela altitude para clubes que não estão acostumados. Mas, na prática, como isso afetaria o desempenho do clube?
— Em altitudes elevadas, ocorre uma baixa saturação de oxigênio nas hemoglobinas, que são responsáveis pelo transporte no sangue e vão até os músculos e cérebro. Com isso, a recuperação entre um sprint e outro, que seria rápida ao nível do mar, é mais demorada na altitude. Isso acaba provocando um gasto energético muito maior e o atleta cansa mais rápido — detalha Flávia.
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