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Hebraica completa 50 anos de futsal com emoção e muitas histórias

Clube virou uma das referências deste esporte em São Paulo e comemorou a data com evento especial, que reuniu ex-jogadores do clube e da seleção

|Eugenio Goussinsky, do R7

Clube mantém tradição no esporte
Clube mantém tradição no esporte

Os refletores no teto, ao lado de colunas de suporte inclinadas e paralelas. As cadeiras de plástico azuis. O elevado em que ficam o mesário, protegido por uma pequena cerca. O piso da quadra de madeira, envernizado. As cores amarela, azul, vermelha, que desenham em arcos as marcações de cada esporte. Mas principalmente do futsal.

Várias gerações participaram
Várias gerações participaram

Esses componentes cresceram comigo. Em alguns tempos os via com mais frequência. Em outros, ficava afastado por anos. Mas aquele ginásio dos Macabeus, no coração da Hebraica, se assemelhava a um templo do futsal para os associados. Sem se esquecer do Centro Cívico, mais amplo.

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No último sábado (6), a Hebraica comemorou 50 anos de futsal. Do velho futebol de salão. Foram - e continuam sendo - muitas emoções, títulos, tradição e histórias.

Ao longo do tempo, o clube se tornou uma das referências do esporte em São Paulo. A comemoração teve a presença de ex-jogadores (do clube e da seleção brasileira) e dos meninos que atuam no momento, para disputas especiais.


Nos anos 70, parecia que fazia séculos que o esporte já existia por lá, quando, aos sábados, meu pai me levava para as competições internas ou oficiais, entre sócios.

Eram dias festivos, em que me expandia ao ver meu potencial se desenvolver em meio a dribles, desejo de vitória, mas também de amizades. Mesmo que silenciosas e que se mantiveram ao longo dos anos, por meio de olhares ou da simples percepção da presença.


Nunca me esqueço do gol de bicicleta que fiz na quadra dos fundos, após receber passe do Fábio Skujis. E das tabelas que fazíamos naquelas manhãs ensolaradas que pareciam infinitas. Joguei também no competitivo.

Mas, lá, ao lado de ferinhas como o Fabinho, o Celsinho, o Garrincha, o Alessandro "Botijão" (que um dia vi, pela TV Cultura, jogar pelo Eintracht Frankfurt) a dificuldade era maior. Mesmo assim, fiz boas jogadas.


Como o lançamento que dei para o Valdir, de balãozinho, fazendo a bola quase alcançar o teto do ginásio (na minha imaginação) para cair pronta para o chute e o gol. Até o Ernani, o técnico, íntimo do futsal, veio me elogiar depois do lance.

E, no treino seguinte, ao anunciar minha convocação para o próximo jogo, lembro-me do sorriso que dei para o meu pai, que estava do outro lado da quadra.

No jogo da vida, fui substituído pelo meu filho Raul. Agora é ele, que iniciou com o tio Neimar, quem corre por aquele quadrilátero infinito, tentando desenhar sonhos, descobrindo sua identidade.

Raulzinho e sua turma se misturam, entre tantos, a nomes como Deyvid Arazi; Décio Berman; Alexandre Brett; Sidney e Charles Buchman; Ronaldo Gabbay; Gersinho Gildin; Marcelo e Kiko Melsohn; Menta; Joel Murachovsky; o saudoso Marcelo Nigri; Meyer, Flávio, Beto e o saudoso sr. Edgar Nigri; Celso Passos Jr.; Robertinho; Sérgio e Jacques Schop; Henry Sztutman; Moishe, Quinho e o saudoso sr. Hélio Waintraub; Fábio Wasserstein e Ari Zeckcer. 

E também a palavras e expressões espontâneas como bola; "p..."; ô juiz; professor; marca o pivô; briga; cobertura; irmão; você é ruim; lá fora eu te pego; boa; valeu; tá lá!!!!

A molecada ouve o som do apito, o elogio e a bronca do Tinho e do Dudu, sentindo aquele cheiro característico do éter e aprendendo com os erros e acertos.

Alguns das antigas ainda estão por lá, assistindo, lembrando, sendo pais, organizando, jogando como veteranos. Cabelos ralos, barriga avantajada, joelho estourado, mas uma sensação de aconchego. A velha conversa que mata a saudade. Um sentido mais conhecido, para o desconhecido da vida. O futsal é este sentido. Enquanto isso, no cronômetro do placar, os segundos vão passando, continuamente.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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