Título paulista dos 'Meninos da Vila', do Santos, completa 40 anos
Formado por jovens como Juary, João Paulo, Pita e Nilton Batata, time encantou por jogar um futebol objetivo e ousado, depois da era de Pelé
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7
Os "Meninos da Vila" estão completando 40 anos de uma conquista. Foi no dia 28 de junho de 1979 que a geração do Santos, posterior à era-Pelé, se consagrou, vencendo o Campeonato Paulista de 1978. O clube realizará uma homenagem aos campeões, nesta sexta-feira (28), às 16h, no Memorial das Conquistas.
Foi uma longa conquista, com três turnos, como se, nesta jornada, os meninos vislumbrassem a infância, a mocidade e a terceira idade, ou melhor idade, a idade do título.
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As crianças que ouviam os jogos pelo rádio naquele tempo, principalmente na voz de Fiori Gigliotti, Osmar Santos e José Silvério, ficavam imaginando que o campo era um palco de estripulias, cambalhotas e malabarismos de garotos como Juary, João Paulo, Pita e Nilton Batata, destaques daquele time.
Eles aprenderam durante a competição. Na final do primeiro turno, por exemplo, Sócrates deu um pito futebolístico na meninada, comandando em campo o Corinthians, na conquista do primeiro turno.
O gol foi marcado por Palhinha, após o Doutor enxergá-lo de costas e dar um passe de calcanhar que atravessou a defesa e foi encontrar o companheiro de frente para o goleiro.
Mas bem que aquele time santista poderia ser chamado também de "Meninos Maduros". As derrotas não serviram para tirar a confiança. Juary, atacante rápido e leve, foi o artilheiro da competição, com 29 gols.
Nilton Batata enfeitiçava os adversários com dribles ao estilo de Garrincha pela direita. João Paulo tinha a habilidade de um meia e a velocidade de um ponta. Também era oportunista.
Pita e Aílton Lira revezavam-se na armação, com maestria e visão de jogo. As cobranças de falta de Aílton Lira eram perfeitas. Outros jogadores também foram importantes, como o volante Célio e o campeão mundial Clodoaldo, já veterano.
Também em função da Copa do Mundo de 1978, o campeonato só foi se encerrar no meio do ano seguinte. Classificado para o terceiro turno, o Santos terminou na segunda colocação, chegando às semifinais. Superou o Guarani, de Zenon, Renato e cia., por 3 a 1.
Na final do campeonato, encarou o São Paulo, que havia superado o Palmeiras com um gol de Serginho, de cabeça, da entrada da área, aos 13 minutos do segundo tempo da prorrogação.
Foram necessários três jogos para a definição do campeão, os dois primeiros vencidos pelo Santos. Na terceira partida, o São Paulo venceu no tempo normal, por 2 a 0, mas, na prorrogação, o empate era do Santos, por ter feito mais pontos durante o campeonato.
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O Santos entrou com Flávio; Nelsinho Batista, Antônio Carlos, Neto (Fernando) e Gilberto; Zé Carlos, Toninho Vieira e Pita (Rubens Feijão); Nilton Batata, Juary e Claudinho.
O São Paulo, do estrategista Rubens Minelli, foi a campo com Valdir Peres; Getúlio, Tecão, Bezerra e Aírton; Chicão, Muricy Ramalho e Dario Pereyra (Tadei); Viana (Edu), Neca e Zé Sérgio.
O jogo ficou no 0 a 0 e o título foi para o time santista, comandado pelo técnico Formiga.
Foi um longo campeonato. Em um ano, muita coisa acontece. Um adolescente entra na puberdade. E um grupo de meninos pode se tornar eterno.
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