Com maior investimento da história, Palmeiras termina ano sem títulos

O Palmeiras foi o primeiro clube da América Latina a ultrapassar o valor de R$ 700 milhões na contratação de reforços em uma única temporada. Foram 12 jogadores recém-chegados. Após ganhar apenas o Paulistão em 2024, a renovação pedida por Abel Ferreira foi, enfim, atendida, e a expectativa do torcedor alviverde era de um resultado imediato, que não veio.

Vice do Paulistão e eliminado nas oitavas da Copa do Brasil para o maior rival Corinthians e vice da Libertadores e do Brasileirão para o Flamengo, o Palmeiras termina 2025 sem conquistar um título, algo que não acontecia desde 2019, antes da Era Abel Ferreira começar. Curiosamente, mesmo ano em que o Timão tinha conquistado o último título do clube.

Palmeiras resolveu problema no ataque?

Entre os 12 reforços do Palmeiras, a maioria teve o propósito de cumprir com as exigências do time. O ataque, uma das principais posições de deficiência da equipe, ganhou duas importantes adições: Vitor Roque, contratação mais cara da história do Palmeiras, e Paulinho, segunda compra mais valiosa do clube.

Juntos, eles custaram 43,5 milhões de euros (na cotação atual, R$ 270,4 milhões), o que já é maior que todo o investimento da maioria dos clubes brasileiros.

Vitor Roque formou uma dupla goleadora com Flaco López, fez 56 partidas e 20 gols pelo Verdão. Já Paulinho passou o ano fora dos gramados devido ao tratamento de uma fratura por estresse na tíbia direita. Nas poucas ocasiões em que entrou, jogou no “sacrifício”, mas foi decisivo com o gol que classificou o Palmeiras para as quartas de final do Mundial de Clubes.

Palmeiras lucrou com saídas, mas reposições cumpriram às expectativas?

Também tiveram reposições para as saídas mais importantes. Ramón Sosa e Facundo Torres, dupla que custou cerca de R$ 149,2 milhões, vieram para fazer a função de Estêvão, vendido para o Chelsea por 34 milhões de euros (R$ 216 milhões). Mas os dois acabaram no banco para Allan, joia da base.

Sosa ainda fez um gol importante quando abriu o placar para o Palmeiras na virada histórica contra a LDU Quito nas semifinais da Libertadores, mas ainda precisa de mais minutos para garantir vaga no time titular. Já Facundo Torres passou longe das expectativas.

Lucas Evangelista, que chegou por apenas 4 milhões de euros (R$ 24,8 milhões), veio como substituto imediato de Richard Ríos, contratado pelo Benfica por 30 milhões de euros (cerca de R$ 186,5 milhões). Mas o volante sofreu um rompimento do tendão do músculo posterior da coxa direita e precisou passar por uma cirurgia em outubro, ficando fora da reta mais importante da temporada.

Para as saídas de Luan e de Vitor Reis, que renderam juntos R$ 248,6 milhões aos cofres do clube, vieram Micael por cerca de R$ 29,8 milhões e Bruno Fuchs, emprestado do Atlético Mineiro.

O primeiro era uma grande aposta de Abel Ferreira, que pedia um zagueiro canhoto com boa saída de bola, mas a inconsistência das atuações dele o fizeram virar uma quinta opção para o português, atrás de nomes da base. Já Fuchs foi importante em diversos momentos e até atuou improvisado como volante devido à lesão de Evangelista.

Emiliano Martínez, outra contratação para posição de volante, mal foi utilizado. Para as laterais, Jefté foi uma boa escolha para repor Vanderson, custando menos com a mesma idade. Enquanto Khellven chegou e já conquistou a posição de titular.

Entre as chegadas mais badaladas, que são reposições já pensando no futuro, Andreas Pereira e Carlos Miguel tiveram efeito imediato. O goleiro aproveitou a lesão de Weverton para mostrar que é o futuro da posição. Assim como todos os investimentos do Palmeiras, que provam um planejamento mais a longo prazo do que para efeitos imediatos.

*Sob supervisão de Camila Juliotti

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