Futebol STJ pede que PGR se manifeste sobre possibilidade de apreensão do passaporte de Robinho

STJ pede que PGR se manifeste sobre possibilidade de apreensão do passaporte de Robinho

Justiça dá seguimento no processo para que o ex-jogador de Santos e Real Madrid cumpra no Brasil a pena de nove anos por estupro

  • Futebol | Pietro Otsuka e Gabriel Herbelha, do R7

Robinho foi condenado na Itália a nove anos de prisão por estupro

Robinho foi condenado na Itália a nove anos de prisão por estupro

Paulo Fonseca/ EFE - 16.03.2016

O ministro Francisco Falcão, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), determinou nesta quinta-feira (23) que a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifeste sobre um pedido para que o passaporte do jogador Robinho, condenado a nove anos por estupro na Itália, seja apreendido.

O pedido do STJ veio em conjunto com a decisão que rejeitou a solicitação da defesa do jogador para que o governo italiano apresentasse uma cópia integral e traduzida do processo que levou à condenação. O pedido para que o passaporte do atleta fosse apreendido foi feito pela União Brasileira de Mulheres. No documento, o STJ não dá um prazo ao PGR para se manifestar. 

Robinho foi citado (convocado a participar do processo) pela Justiça brasileira na quinta-feira passada (16). No mesmo dia, os advogados do jogador pediram que o governo da Itália fosse intimado a apresentar cópia integral do processo que culminou com a condenação do brasileiro. O ministro Falcão, porém, negou esse pedido.

Em decisão publicada na última terça (21), o ministro Francisco Falcão disse que Robinho "foi regularmente representado por advogado por ele constituído, e inexiste razão para que se presuma, sem nenhuma indicação precisa e objetiva, haver irregularidade no procedimento estrangeiro".

Falcão deu 15 dias aos advogados de Robinho para que se manifestem sobre o pedido do governo italiano para que o jogador cumpra no Brasil a pena de nove anos.

Em nota, a defesa de Robinho afirmou ter entrado nesta quinta-feira (23) com "pedido de entrega voluntária do passaporte do jogador". “Avaliamos que isso irá mostrar sua boa fé e a inexistência da vontade de se ausentar do país. Robinho continua a acreditar plenamente que obterá um julgamento justo", diz o comunicado. 

Confira a nota da defesa de Robinho na íntegra:

A defesa de Robinho tomou a iniciativa hoje de protocolar junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedido de entrega voluntária do passaporte do jogador. Assim que a solicitação for deferida pelo ministro Francisco Falcão, relator do processo no tribunal, o documento será formalmente entregue. “Avaliamos que isso irá mostrar sua boa fé e a inexistência da vontade de se ausentar do país. Robinho continua a acreditar plenamente que obterá um julgamento justo. Para isso ficará no Brasil e aguardará com confiança o pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça”, diz o advogado José Eduardo Alckmin, responsável pela defesa do atleta.

Do estupro contra jovem em balada a possível prisão no Brasil: relembre tudo sobre o caso Robinho

Quais os próximos passos do caso?

Julgado em última instância no país europeu, o atacante foi condenado a nove anos de prisão.

O pedido da ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente do STJ, faz parte do processo de transferência de pena.

Agora, a defesa do ex-Santos pode contestar a homologação da sentença em território brasileiro.

Segundo informações do colunista Cosme Rímoli, do R7, Robinho contratou “os melhores advogados do país” para tentar evitar ser preso no Brasil.

Entre a equipe contratada, três profissionais são primos do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

Jogador é considerado foragido?

Enquanto o STJ não homologa o pedido de transferência de pena da Itália para o Brasil, Robinho não é considerado foragido em território nacional e mantém seus direitos de ir e vir.

Inclusive, na última terça-feira (14), o jogador aposentado posou para uma foto ao lado de outros ex-jogadores do Santos — Wesley, Rodrigão e Renatinho —, em uma quadra de futebol society na Baixada Santista.

"Se esse mandado de prisão não for cumprido, se ele não se entregar ou se não o encontrarem, ele é considerado foragido, mas, por enquanto não, por enquanto ele ainda está em liberdade. Não tem nada que determine a prisão dele agora", afirma Matheus Falivene, mestre em direito penal pela USP (Universidade de São Paulo).

Quanto tempo vai levar o processo de homologação?

Ainda segundo Falivene, não se trata de um “processo complexo” e, visto a visibilidade do caso, a decisão deve levar "uns seis meses".

Contra Robinho, há o fato de que existe precedente no pedido de transferência de pena, visto que o Superior Tribunal de Justiça já homologou um caso parecido ao do ex-atacante, de um homem brasileiro condenado por crime sexual em Portugal, que estava no país de origem e cumpriu a pena.

"Portugal pediu para executar, o STJ acabou homologando e mandou executar a pena no Brasil. Então, já há esse precedente", complementa Faliveni.

Prisão, jogos festivos e outros rolês aleatórios: a vida de Ronaldinho pós-aposentadoria

Últimas