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BRASILEIRO 2022

Saiba como seria a 'equipe da vida' do treinador Guardiola

Nos anos 90, Luxemburgo teve o mesmo dom do treinador espanhol, montando grandes equipes da história do Palmeiras e do Corinthians

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Três jogadores teriam lugar assegurado para Guardiola
Três jogadores teriam lugar assegurado para Guardiola

Nos altos e baixos do futebol, grandes times ficam eternizados nos mais altos patamares. E seus técnicos se tornam referências.

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Seriam eles, porém, causa ou consequência das partidas empolgantes, da sequência de gols e de títulos que ficam marcados na memória dos torcedores? Muitas vezes, eles acabam se tornando aquilo que eles pedem para os atletas em campo: são de tudo um pouco.

Um time encaixado prima pela versatilidade de seus jogadores. E o curioso é que, quando isso acontece, em vez de correrem mais, eles correm menos. Correm da maneira certa, ocupando os espaços vazios e fazendo do jogo uma alegoria da vida. Nos ciclos positivos, quando o planejamento dá certo, o sol brilha até em meio à chuva.


O treinador, de fora, mais parece um maestro. Ele não entra em campo, ele fica à beira da linha, sem sentir na pele a vivência do jogador dentro de campo. Às vezes o vê de forma menos nítida do que aquele que assiste à partida pela TV. Mas o técnico tem de "estar" dentro de campo de outra maneira. Por meio da empatia. Quando ela está apurada, ele sente como está o jogador desde os primeiros toques na bola.

E essa relação invisível, mas presente, acaba sendo uma espécie de obra-prima entre seres humanos. O treinador tem sim a capacidade de desenhar uma equipe como um pintor. De moldá-la durante uma partida, como um escultor. De afiná-la na sintonia certa, como um compositor ou regente.


Neste sentido, o vínculo entre jogadores e técnicos revela de certa maneira a alma de uma equipe. Ele é tão profundo que às vezes as jogadas mais impossíveis acabam sendo bem resolvidas, como um passe de mágica.

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Nos anos 90, Vanderlei Luxemburgo teve esse dom. Montou, em duas ocasiões, grandes equipes da história do Palmeiras e, em uma outra, uma inesquecível formação campeã do Corinthians. Também fez sucesso no Cruzeiro.


Na minha juventude, me perguntava, enquanto via jogadores florescerem e desempenharem seu mais alto potencial nas mãos do treinador, qual seria o pensamento de Luxemburgo a respeito de seu trabalho? Qual seria a equipe ideal que, em segredo, ele acumulava ao longo do tempo em que trabalhou com jogadores de alta qualidade?

Em um exercício de imaginação, apostava que, depois de pelo menos 10 anos de carreira, ele escolheria a seguinte formação, apesar de sua iniciativa em valorizar todos os seus comandados: Velloso; Cafu, Antonio Carlos, Gamarra e Roberto Carlos; Rincón, Edílson, Rivaldo e Alex; Edmundo e Müller.

Desde aquele tempo, o futebol brasileiro veio decaindo. E deixei de fazer essas comparações, ainda que inconformado com a nova realidade. Passei a ser obrigado a admirar algumas equipes de fora. E então o treinador Josep Guardiola tomou o espaço de Luxemburgo e passou ele a ser o mentor de grandes equipes.

Hoje no Manchester City, ele mantém aquela capacidade de intuir seu jogador e de fazê-lo descobrir coisas que às vezes nem mesmo o próprio acredita. Faz reuniões, conversas particulares e até jantares para tratar de questões de posicionamento. Tudo baseado em uma relação de confiança.

Já havia sido assim no Barcelona e no Bayern de Munique. E a legião de craques que ele ajudou a subir ainda mais de patamar provocou em mim novamente aquela indagação. Como Guardiola montaria o time de sua vida?

Na minha opinião, três nomes, entre os inúmeros talentos com quem ele trabalhou, têm presença garantida em sua seleção particular: Iniesta, De Bruyne e Messi.

Acredito que ele escolheria os seguintes jogadores: Neuer; Daniel Alves, Piqué, Puyol e Alaba; Xavi, De Bruyne e Iniesta; Messi, Agüero e Robben, com possibilidade de Lewandowski estar entre esses escolhidos.

Guardiola, com isso, abriria mão de um volante como Busquets, para poder encaixar Xavi no time. Mas, para quem já colocou Ribéry e Robben nas laterais, isso seria fácil.

Os grandes treinadores, afinal, mais do que parâmetros futebolísticos, se embasam em parâmetros artísticos. Quando escalam um time, não se restringem à sua visão do jogo, mas, sobretudo, à sua visão de mundo, com a sua assinatura. 

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