Jogadores viajaram com o avião para partida da Libertadores
Cesar Greco/PalmeirasO Palmeiras não usou o avião que pertence à empresa da presidente Leila Pereira para viajar para o Rio de Janeiro, onde enfrenta o Flamengo nesta quarta-feira (8), no Maracanã, pela 33ª rodada do Brasileirão.
Foi a segunda viagem consecutiva da delegação alviverde sem a aeronave da empresária. O avião da Placar Linhas Aéreas, empresa de Leila, passa por uma manutenção programada nos Estados Unidos há alguns dias. Por isso, os atletas e a comissão técnica também não viajaram na aeronave em outra viagem recente ao Rio, na semana passada, para enfrentar o Botafogo no Engenhão.
A última vez em que a delegação palmeirense viajou no avião da Placar, um Embraer E190, da família E2, foi no fim de outubro, quando o time esteve na capital paranaense para enfrentar o Coritiba.
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Nesse período, sem o avião de Leila, a alternativa do Palmeiras foi voltar a fretar voos de outras companhias aéreas, como era feito antes da compra da aeronave. O clube diz não saber quando o avião estará novamente à disposição do time. A ideia de adquirir uma aeronave própria partiu de Leila Pereira. A iniciativa, segundo ela, visa gerar uma economia para o Palmeiras e ajudar na logística. A presidente afirmou em recente entrevista que o clube havia economizado R$ 3 milhões ao usar a Placar. A promessa é que ela vai oferecer em breve os serviços a outras equipes do futebol brasileiro.
Como contrapartida à economia que pode ser gerada aos cofres do clube, Leila ganha publicidade e dinheiro ao alugar o avião para outros times e para empresas interessadas quando não estiver sendo utilizado. Até por isso a aeronave não tem as cores do Palmeiras. Ela apresenta as cores azul e branca e o nome da companhia aérea.
Conselheiros do Palmeiras sugerem mais um conflito de interesses que envolve Leila, que é patrocinadora, presidente e credora do clube e recentemente ganhou concessão para administrar a Arena Barueri, onde o time joga quando o Allianz Parque não está disponível. Ela, porém, sempre repete que submete todas as suas decisões ao Conselho de Orientação Fiscal (COF) e negou, em polêmica entrevista, a existência desse conflito.
"Onde há conflito de interesse quando eu que ponho o dinheiro?", argumentou ela. "Se eu deixar esse avião parado quando o Palmeiras não joga, sabe o que acontece? Nada. Eu posso pegar o avião e chamar vocês para passear", respondeu, em coletiva com a presença de poucos jornalistas.
"Eu ando em avião particular, um Falcon 8X, e nossos atletas viajavam em avião fretado, que, além de ser caríssimo, você fica à disposição da companhia aérea, e isso me incomodava muito. A presidente viajava a hora que quisesse, e os atletas ficavam nesse problema com a malha aérea. Eu resolvi comprar o avião, com meu dinheiro, para que meus atletas pudessem viajar a hora que quiserem", justificou Leila a respeito da aquisição da aeronave.
Em agosto, em seu primeiro voo internacional, o avião deixou o Palmeiras na mão, o que obrigou a delegação a atrasar o retorno para o Brasil e a percorrer quase 200 quilômetros de ônibus para pegar um voo comercial em Cali, na Colômbia, e só chegar a São Paulo quase dois dias depois da goleada sobre o Deportivo Pereira.
Os custos provocados pelo imprevisto na Colômbia, como hospedagem, deslocamento e fretamento de uma nova aeronave, também foram arcados por ela, que tem a ideia de fretar o avião para outros clubes — o próprio Palmeiras vai utilizar o serviço como cliente. No momento, contudo, isso não é possível, porque a Placar espera a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar voos comerciais. Sem essa liberação, a mandatária vai continuar bancando os custos dos deslocamentos.
Conheça o avião de R$ 280 milhões que Leila Pereira comprou para o Palmeiras