Opinião: Neymar, pode esperar... Sua hora vai chegar
Em baixa com o técnico Tata Martino, brasileiro não é mais unanimidade em Barcelona
Futebol|Dado Abreu, do R7
Se com a camisa 10 da seleção brasileira Neymar não deixa dúvidas de seu potencial, no Barcelona a fase do craque não é das melhores. Ao menos para o técnico Tata Martino.
Depois de assistir do banco de reservas à goleada da equipe contra o Osasuna, com direito a três gols de Messi, Neymar foi cogitado para ficar de fora do principal jogo da temporada, neste domingo (17h de Brasília), no clássico contra o Real Madrid, no Santiago Bernabéu. Entretanto, o brasileiro foi confirmado entre os titulares pelo treinador na coletiva deste sábado e vai para o jogo.
O entra-e-sai do brasileiro no time titular faz surgir uma pergunta: Neymar escolheu certo ao optar pelo Barcelona? Claro que sim! Ou há algum problema em preferir estar na melhor e mais vitoriosa equipe dos últimos dez anos?
Primeiro de tudo, é importante que se saiba que no Barça as coisas são diferentes. “Més que un club” não á toa é o slogan. Cada time, cada peça, cada contratação é desenvolvida para atingir o seu ápice somente alguns anos à frente. Ou mesmo muitos anos depois, se pensarmos nos pequenos craques formados nas canteiras de La Masia. (Clique e veja alguns deles em ação).
Quando Ronaldinho Gaúcho, aos 24 e 25 anos de idade, barbarizava no Barcelona com direito a ser eleito duas vezes seguidas o melhor jogador do mundo (em 2004 e em 2005) e a conquistar a Liga dos Campeões pela equipe catalã, Lionel Messi era apenas um menor de idade atrevido no radar do técnico Frank Rijkaard, o primeiro a dar chance ao argentino. Foi somente depois da queda gradativa do Gaúcho que La Pulga passou a ser protagonista.
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Por isso que a hora de Neymar no Barcelona não chegou. Por incrível que pareça, o craque brasileiro ainda não atingiu o seu ápice. Sua Copa do Mundo, por exemplo, não será esta próxima, no Brasil. Ou pelo menos não deveria ser. Por mais que ele possa brilhar e ajudar o País a conquistar o Hexa, ele estará “quebrando o galho” da geração perdida de Kaká, Ronaldinho e Adriano, que deveriam estar agora no comandando a seleção.
E assim como ocorreu com Ronaldinho Gaúcho, os números de Messi indicam uma queda natural no seu rendimento dentro de campo. Em 2010/11, quando estava voando, o argentino participava de 101,56 ações por jogo; hoje ele executa somente 65,78. Gols também ficaram mais escassos: na temporada 2011/12, foram inacreditáveis 50 tentos no Campeonato Espanhol e média de 1,35; atualmente este número é de 0,86, com 18 gols.
O que Neymar precisa – e parece que ele está maduro suficiente para entender – é ter paciência com este período irregular e esperar sua vez calmamente. Sua escolha foi acertada e logo ele voltará ao time titular. Messi é um gênio, talvez o maior jogador de todos os tempos, mas seu tempo vai passar. E neste dia, quando isto acontecer, Neymar assumirá a camisa 10 blaugrana. Podem anotar.