Mundial de Clubes: estádios vazios são protagonistas na 1ª rodada da fase de grupos

O novo formato do Mundial de Clubes foi criado pela Fifa com o propósito de ser uma competição inovadora e atrativa para os espectadores de futebol. A primeira edição do torneio está servindo como um teste para os Estados Unidos, que vão sediar a Copa do Mundo de 2026 e as Olimpíadas de 2028.

Na ausência da Copa das Confederações, competição excluída do calendário internacional devido à baixa atratividade de público e de mídia, o Mundial é a oportunidade perfeita para isso.

Contudo, os estádios vazios durante a primeira rodada da fase de grupos da competição têm sido um grave problema para a Fifa na estreia do torneio mundial. Nenhum dos jogos disputados até o momento tiveram lotação máxima. Na verdade, a maioria não chegou a atingir metade da capacidade das arenas.

Reclamações dentro de campo começam a surgir

O pouco público presente impactou no clima dentro de campo. O técnico do Chelsea, Enzo Maresca, criticou o ambiente da estreia da equipe diante do Los Angeles FC, nesta segunda-feira (16), em entrevista coletiva. Cerca de 50 mil assentos ficaram vazios no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta.

“Acho que o ambiente estava um pouco estranho. O estádio estava quase vazio. Não cheio”, disse o treinador, que apesar de não estar satisfeito com a clima da estreia, é otimista quanto às próximas partidas, sobretudo, para o confronto contra o Flamengo. “Mas, sem dúvida, a próxima será legal porque nós conhecemos os times brasileiros, eles sempre trazem muitos fãs. Então, nós tentamos estar prontos para a próxima”.

O público médio do Mundial de Clubes é de, aproximadamente, 36 mil fãs por jogo. O número não é ruim se em comparação com a Copa do Mundo de 2022, torneio esportivo mais requisitado mundialmente, que atraiu uma média de 53 mil pessoas por partida. Porém, a maioria dos jogos foi disputada em estádios com uma capacidade superior a 70 mil lugares, o que é, em parte, o maior responsável por gerar a impressão de uma audiência reduzida.

Estratégias da Fifa para evitar impressão negativa

Para evitar estádios vazios nas transmissões televisivas, a Fifa está transferindo os espectadores que compraram ingressos em setores mais baratos para áreas centrais dos estádios, além de distribuir melhor o público. Além disso, os ingressos estão sendo oferecidos com descontos e preços reduzidos.

Para a competição, a Fifa adotou um modelo de preço dinâmico para os ingressos, no qual os valores variam conforme a demanda. Em dezembro, o preço mais barato disponível para uma partida no Mundial era U$S 349 (na cotação atual, R$ 1.953,10). Na tarde desta quarta-feira (18), ingressos a partir de U$S 25 (cerca de R$ 137,18) podem ser encontrados no Ticketmaster, empresa oficial que realiza as vendas para os jogos da competição.

Por exemplo, o jogo entre Atlético de Madrid e Botafogo, válido pela terceira rodada da fase de grupos, tinha ingressos disponíveis apenas a partir de U$S 41 (cerca de R$ 224,97) na manhã desta quarta, mas os valores caíram quase pela metade no fim da tarde.

O confronto entre Palmeiras e Inter Miami, contudo, continua com valores altos, não são encontrados ingressos por menos de U$S 110 (cerca de R$ 603,60). A presença em peso da torcida alviverde no Mundial e o fato de o jogo ser realizado em Miami, cidade com grande número de brasileiros, são motivos que tornam este jogo mais comercialmente valorizado.

A Fifa tinha a esperança de que mais partidas se mostrassem interessantes com o decorrer da competição, contudo, essa expectativa não tem se provado até o momento.

*Sob supervisão de Thaís Sant’Anna