Messi decidiu deixar o Barça após conversa com Koeman
Insatisfação do jogador existia há algum tempo e a derrota para o Bayern simbolizou, na visão dele, problemas que ele já vinha apontando
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

O trio MSN, Messi, Suárez e Neymar, foi responsável por muitas glórias do Barcelona. Mal se sabia, no entanto, que o seu fim também acarretaria, mais para frente, no próprio desejo de saída de Messi do clube.
Justamente por isso, o Barça entrou numa das mais críticas fases de sua história, só perdendo para o momento em que a agremiação sofria a opressão do regime de Francisco Franco, ditador da Espanha entre 1938 e 1973.
Messi levou o Barça a um novo patamar. Iniciou uma era. Mas o fim do começo, como diria Winston Churchill no momento em que os aliados entraram na Normandia, em 1944, ocorreu no momento em que o clube não quis trazer Neymar de volta, em meados de 2019, após tentar negociar com o PSG, conforme conta o jornalista Luca Caioli, que escreveu biografias sobre Messi, Neymar e Suárez.
"No ano passado, ele insistiu com o presidente Josep Maria Bartomeu pelo retorno de Neymar, um jogador que o encanta. Não houve esforço neste sentido e ele ficou contrariado", conta.
Tal insatisfação marcou o início do processo que culminou com o pedido de liberação de Messi. Caioli vê que, a partir daí, várias divergências foram se acumulando.
"Essa busca de Messi pela saída tem duas vertentes: uma institucional, outra futebolística. Há mais de um ano ele vem neste enfrentamento com Bartomeu. Depois da questão de Neymar, houve um período de calma, ele ganhou a Bola de Ouro. Mas a saída do técnico Valverde reacendeu. Ele tinha ótima relação com o elenco e, mesmo com a eliminação da Champions, o time foi campeão espanhol e vinha conquistando títulos", afirma.
A derrota para o Bayern, por 8 a 2, não foi por si só o motivo da saída de Messi. Ele vinha há meses reclamando da maneira com que a diretoria estava formando o elenco que, para ele, já tinha perdido a necessária competitividade em várias posições.
"Com o perdão da comparação, trocaram o Iniesta pelo Paulinho, que é um bom jogador, mas não mostrou o mesmo nível de seu antecessor. Esse foi um exemplo. Ele estava avisando que o elenco não estava bom e chegou um momento em que ele não suportou mais".
Momento esse que tem a ver com a vinda de Ronald Koeman para ocupar o cargo de técnico. O holandês corre o risco de ficar marcado para a história como o treinador que, mesmo involuntariamente, não soube manter Messi no elenco. Como? Possivelmente ao descartar Suárez, um dos melhores amigos de Messi, de seus planos.
"Foi a gota d'água para Messi a saída de Suárez. Ele ficou indignado com a diretoria. Suárez foi avisado por meio de um telefonema de dois minutos, depois de tudo o que fez pelo Barcelona", conta.
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Restou a Koeman tentar convencer Messi a ficar. O treinador, com fama de pragmático, teve uma conversa que só desestimulou o argentino.
"Depois da conversa com Koeman ele comunicou o desejo de sair. Koeman não convenceu Messi, e ele passou a afirmar que não se sentia dentro do Barcelona. Não se sabe o teor da conversa, mas não surtiu efeito".
Pode-se até imaginar. Koeman revela a Messi.
"Contamos com você".
Messi responde.
"Eu fico, mas quero também que Suárez fique".
Koeman então rebate.
"Contamos com você, mas não poderemos ficar com Suárez".
Na cartilha do Barcelona, contrariar Messi é abrir as portas para ele ir embora. Só não se sabe se Koeman tinha a exata noção disso.
Messi, por sua vez, não se mostrou preocupado em demonstrar o desejo de deixar o clube tendo a derrota por 8 a 2 para o Bayern como a sua última partida.
"Ele ficou mesmo saturado", completou o jornalista.
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