Jô, ex-Corinthians, se aposenta aos 35 anos de idade: 'Era a hora'
Centroavante cita experiência frustrada no futebol árabe como um dos motivos; entre polêmicas, atleta conquistou títulos de libertadores e brasileirão
Futebol|Do R7
O atacante Jô, protagonista de títulos importantes conquistados por Corinthians e Atlético-MG, anunciou neste domingo (26) que está se aposentando dos gramados.
Aos 35 anos, o agora ex-jogador disse, em entrevista à Rádio 365, que decidiu encerrar a carreira por causa da experiência ruim que teve na Arábia Saudita, por onde teve uma passagem muito breve como jogador do Al-Jabalain, da segunda divisão. Lá, jogou apenas uma partida e rescindiu o contrato cinco dias após assiná-lo.
"Depois desse último episódio que eu tive na Arábia Saudita, muito difícil, cheguei lá e o clube não tinha estrutura suficiente para um jogador profissional. Uma cidade árabe, bem fechada, pequena. Bati um papo com o presidente, nós dois conversamos, rescindi o contrato e eu voltei. Fiquei sete, oito dias longe. Era a hora", disse.
Jô também revelou planos de seguir atuando em algum segmento dentro do futebol, provavelmente como empresário.
"Em primeira mão nesta entrevista, quero deixar claro que, a partir de hoje, o Jô encerra o ciclo dentro do futebol profissional, e aí o João Alves de Assis Silva vai ter continuidade na vida pessoal, claro dentro do futebol porque é o lugar que me abriu muitas portas e conhecer tanta gente. Por tudo o que passei na vida, acho que vou seguir no caminho de empresário", afirmou.
Revelado nas categorias de base do Corinthians, Jô ainda ostenta o posto de jogador mais jovem a anotar um gol pelo clube. Quando tinha apenas 16 anos, três meses e 29 dias, balançou a rede pela primeira vez durante a vitória por 3 a 1 sobre o Internacional, no Pacaembu, em 2003. Permaneceu no time alvinegro até 2005 e fez parte do grupo campeão brasileiro daquele ano.
Após o título, o atacante se transferiu para o CSKA Moscou, da Rússia, e iniciou sua jornada pela Europa. Saiu da Rússia para a Inglaterra, onde vestiu as camisas de Manchester City e Everton, e depois foi para a Turquia defender o Galatasaray.
Voltou ao Brasil em 2011, quando acertou com o Internacional, clube no qual não teve bons números, além de ter acumulado episódios de indisciplina até ser dispensado. Em entrevistas recentes, ele já admitiu que foi "punido por merecimento".
Após a dispensa, foi contratado pelo Atlético-MG e viveu um dos melhores momentos da carreira no time liderado por Ronaldinho Gaúcho. Marcou um gol na vitória por 2 a 0 sobre o Olimpia na final da Libertadores de 2013 e celebrou o título inédito do time mineiro na disputa dos pênaltis. Também foi o artilheiro do torneio. Além disso, foi campeão da Copa do Brasil e da Recopa Sul-Americana.
Jô voltou a ter problemas disciplinares e chegou a ser afastado do Atlético em 2014, mesmo ano em que foi convocado para a Copa do Mundo de 2014 para ser reserva de Fred. Deixou o clube mineiro em 2015 e passou pela China e pelos Emirados Árabes antes de finalmente voltar para o time que o revelou.
No Corinthians, em 2017, mostrou uma postura mais madura e foi peça essencial para as conquistas do Paulistão e do Brasileirão, com gols em clássicos e terminado o ano como artilheiro da competição nacional ao lado de Henrique Dourado.
O atacante despediu-se do Corinthians em 2018 para defender o Nagoya Grampus do Japão e voltou em 2021. Sem o mesmo desempenho e conquistas da passagem anterior, somou uma nova polêmica para a carreira em junho de 2022 ao faltar a um treino dias após a divulgação de um vídeo em que aparecia tocando pagode em um estabelecimento enquanto a TV do local exibia o jogo entre Corinthians e Cuiabá. Depois disso, rescindiu o contrato com o clube. Chegou a passar pelo Ceará, antes de ir para a Arábia Saudita.
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