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BRASILEIRO 2022

"Fla é responsável", diz advogado que atuou no caso da Chape

Ele ressalta que clube não deverá ter prejuízo financeiro muito grande em função da legislação brasileira, que prevê indenizações baixas nestes casos

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Responsabilidade pode ser civil ou criminal
Responsabilidade pode ser civil ou criminal

O incêndio que causou a morte de 10 pessoas no Centro de Treinamento do Flamengo, na manhã desta sexta-feira (8), colocou o clube em uma berlinda e provavelmente terá consequências jurídicas.

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Segundo Josmeyr Oliveira, advogado especialista em indenizações, que atuou junto a associações de familiares das vítimas do voo da Chapecoense e em casos como a queda dos aviões da TAM (1996 e 2006) e da GOL (2007), o clube carioca tem responsabilidade no caso.

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Resta saber se ela é civil, caso haja apenas a culpa, ou criminal, caso haja o dolo, dependendo da conclusão das investigações. O dolo decorre de uma ação intencional de alguém que acaba causando um dano a outra pessoa. Já na culpa predomina uma conduta negligente, mas involuntária.


"As repercussões jurídicas dependem também da postura do Flamengo. O clube pode assumir tudo, chamar as famílias, resolver questões de seguro, dar todo o apoio. Com certeza o Flamengo é responsável, tem alguma responsabilidade. Pode ser no nível da culpa ou do dolo. Se for dolosa, alguém poderá responder criminalmente. Se for no nível da culpa, o processo será civil, com reparação de danos e indenizações."

Para Oliveira, por exemplo, poderia ser dolosa uma ação que comprovasse que algum funcionário do clube permitiu que se acendesse velas em locais escuros, devido à falta de luz que assolou o Rio nos últimos dias, em ambientes ocupados basicamente por adolescentes, quase crianças.


Oliveira ressalta que, no caso da Chapecoense, cujo avião caiu em novembro de 2016, deixando 77 mortos, o clube conseguiu se livrar da acusação por ter escolhido a Lamia (companhia aérea boliviana) para levar os jogadores e outros passageiros à Colômbia.

"O Ministério Público (no caso Federal) entendeu, por causa de alguns precedentes, que o clube não buscou o dolo, inclusive por já ter utilizado a companhia em outras viagens em que não houve problemas. Mas a culpa está sendo processada, o clube está sendo obrigado a fazer acordos com familiares, no âmbito civil."


Segundo o advogado criminalista Antonio João Costa, o Flamengo pode sofrer ações do Ministério Público Estadual e das próprias famílias.

"Eventuais consequências penais têm de ser apuradas. Depende de uma investigação, na qual se apure de quem era a responsabilidade, o que houve, quais as circunstâncias."

Oliveira ressalta que o Ministério Público certamente irá acompanhar o caso.

"Quando envolve qualquer tipo de vítima, mesmo se tiver uma unha quebrada, o Ministério Público entra no caso e será feito boletim de ocorrência."

O advogado alerta, porém, que o clube não deverá ter prejuízos financeiros muito elevados, em função da legislação brasileira, que não prevê indenizações altas e não inclui, como a justiça americana, o dano punitivo.

"Nossa legislação é tacanha. No caso dos meninos, eles não tinham ainda uma vida financeira ativa e isso é levado em conta na hora da indenização. E mesmo se algum tivesse um contrato com valores altos, nesse caso há seguros e coberturas que evitariam um desembolso significativo do Flamengo."

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