Fifa lança plano para proteger crianças de abusos no futebol
Programa será implementado ao redor do mundo através de treinamentos e palestras para conscientizar sobre perigos aos quais crianças estão expostas
Futebol|Da EFE
A Fifa anunciou, nesta quarta-feira (10), o lançamento de um plano dirigido para acabar com os abusos a crianças no mundo do futebol e a proteger os direitos dos mais jovens na prática do esporte.
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O programa, que recebe o nome de Fifa Guardians, começará a ser implementado ao redor do mundo através de treinamentos e palestras que tentarão conscientizar sobre os perigos aos quais estão expostas as crianças quando começam a praticar o futebol.
Segundo explicou a Fifa nesta quarta-feira (10), em uma conferência no oeste de Londres, a expectativa é que a iniciativa esteja implementada no mundo todo nos próximos 12 meses.
O plano, que espera trazer "soluções reais" a um problema que afeta milhares de crianças no mundo, será utilizado em todos os níveis do futebol e tentará chegar a todos clubes.
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O evento começou com um discurso de Fatma Samoura, secretária-geral da Fifa, que ressaltou que os abusos são cometidos por "pessoas que estão muito próximas das crianças e nas quais as crianças confiam".
"É parte do nosso compromisso prevenir que nenhuma criança sofra danos por culpa do futebol", explicou Samoura.
Depois da apresentação realizada por Samoura, foi organizada uma mesa-redonda com várias pessoas envolvidas na luta contra os abusos a menores na qual esteve presente Gloria Viseras, ex-ginasta espanhola que denunciou abusos sexuais por parte do seu treinador, Jesús Carballo.
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"(O abuso) é algo que está acontecendo todos os dias em todos os esportes. É algo que prejudica a pessoa e que dói toda a vida. A vida como atleta é só um período muito curto da vida, depois fica todo o resto. É preciso cuidar das crianças, para que aprendam os valores do esporte. O esporte não é uma opção, é uma parte muito importante do desenvolvimento de uma criança", destacou.
Viseras, que chegou a ser campeã da Espanha e a participar dos Jogos Olímpicos de Moscou em 1980, também relatou sua história como exemplo do perigo ao qual podem estar expostas as crianças.
"Fui violentada muitas vezes pelo meu treinador. Não disse nada porque era o mais fácil a fazer. Dizia aos meus pais que estava cansada em vez de dizer que tinha sido violentada", declarou.
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"Estive 30 anos em silêncio. Sofrendo em silêncio, com muitos problemas de saúde. Um dia abri a caixa com todos os meus troféus e para mim foi como se todos os sentimentos voltassem. Vi que esse homem seguia treinando crianças e as minhas preocupações estavam com quem estava treinando com este senhor. Tive que fazer algo, tinha essa responsabilidade", acrescentou.
O presidente da federação inglesa de futebol (FA, na sigla em inglês), Greg Clarke, também esteve presente no lançamento do plano e citou como exemplo um dos casos mais famosos no Reino Unido; o de Andy Woodward, que denunciou o treinador inglês Barry Bennell por abusar dele quando era uma criança.
"Proteger as crianças para que desfrutem do futebol deve ser a prioridade número um para qualquer organização relacionada com este esporte", salientou Clarke.
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