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Festa comandada por Gabigol leva Fla de volta à sua origem

Clube foi formado por esta interação com a multidão, quando jogadores, no início, treinavam em praias e em parques do Rio de Janeiro

Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7

Flamengo atraiu multidão na comemoração de título
Flamengo atraiu multidão na comemoração de título Flamengo atraiu multidão na comemoração de título

Sem camisa, ele comanda a festa de cima do trio. Ele conversa com a galera. A cada gol, ele cria coreografias, slogans, se expressa por meio de gestos. Como um ator diante da plateia. O bom ator traz em suas encenações alguma verdade à tona. Um sentimento, um desejo.

Leia mais: Só Zico fez mais gols que Gabigol pelo Flamengo em uma Libertadores

Nascido em São Bernardo (SP), Gabigol tinha tudo para ser um boy urbano. Mas o encontro com a cidade de Santos o moldou de outra maneira. Jogou no Santos desde os oito anos.

E Santos, afinal, é a Rio de Janeiro paulista, com o ar marítimo dando um toque de leveza, descontração e boa malandragem à cidade.

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O jeito descontraído de ser foi facilmente adaptado por Gabigol no Rio de Janeiro. Ele se reconheceu na Cidade Maravilhosa.

Assim como o carioca, Gabigol sabe como expressar alegria. O gol é a ponte para essa união.

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Ele fez renascer, mesmo nas arquibancadas, aquele velho clima das extintas gerais do Maracanã, quando os torcedores podiam se sentir únicos na multidão.

Criavam personagens, usavam perucas, carregavam cartazes, fantasias, artefatos, fazendo do Maracanã uma alegoria, um imenso divã onde podiam se ver incluídos e mais próximos de seus sonhos.

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Gabigol respeita esse sentimento. Faz questão de incluir quem pode. E de cima do trio, comomorando o título da Libertadores, manda mensagens, acena, responde, entende o clamor. Deixou o Flamengo correr em suas veias, como se o seu sangue fosse rubro-negro.

Fla popular

O Flamengo encanta multidões justamente por, desde os seus primeiros anos, ter se integrado a elas. Nos anos 10 e 20 do século passado, quando o clube era essencialmente de remo, os jogadores tinham de treinar em locais públicos, na praia, nos parques.

Era comum andar pela rua e, de repente, ver o back (antiga denominação do zagueiro) Píndaro conversando com populares em meio aos trabalhos.

Essa popularidade foi comprovada quando o Flamengo ganhou um concurso, em 1927, promovido pela água mineral Salutaris e pelo Jornal do Brasil.

Foi eleito o "clube mais querido do Brasil", com 254.850 votos enviados em rótulos da água ou cupons com a sigla do jornal.

Na Segunda Guerra Mundial, o Brasil chegou a ser alvo de ataques de submarinos alemães, após se aliar aos Estados Unidos, no meio dos conflitos.

Com isso, instalou potentes antenas para captar sinais do novo inimigo, em Natal-RN e Belém-PA, o que serviu para as rádios que transmitiam jogos do Rio de Janeiro alcançarem aquelas regiões.

A maior popularidade flamenguista no Rio, então, acabou se espalhando para o Nordeste do País.

O restante, é conhecido. O Flamengo foi ganhando cada vez mais a simpatia do povo por saber dialogar com ele.

Sempre que um jogador se dá bem no Flamengo é porque uma de suas características de destaque se identifica com a massa.

Zico tinha o dom de tranquilizar a torcida com sua precisão. Adílio, com sua ginga. Gabigol, com sua forma de se comunicar. Recebido com certa frieza na Inter de Mião, em 2016, ele murchou. Sentia que não tinha para quem jogar.

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