Felipe Pires volta à sua origem com Felipão: 'Gosto de jogar na ponta'
Ao R7, jogador elogia qualidade de alojamentos nas categorias de base europeias e diz que busca utilizar o que aprendeu para ter sucesso no Brasil
Futebol|Eugenio Goussinsky, do R7
O jovem Felipe Pires, aos 23 anos, nem precisa mais dizer que seu maior sonho é jogar na Europa para evoluir como jogador. Ele já passou por essa experiência, atuando pelo Red Bull Leipzig, da Alemanha, desde 2015. Depois, atuou por Hoffenheim, no mesmo país, e pelo Áustria Viena.
Leia mais: Felipe Pires celebra primeiro gol e diz que Palmeiras é uma 'família'
Brasil x Alemanha
Amadureceu rápido com as exigências locais, antes de fazer o caminho inverso da maioria dos jovens e promissores jogadores brasileiros: deixar o continente para ir jogar em um grande brasileiro, o Palmeiras. No clube desde dezembro de 2018, ele ganhou visibilidade. E, diante da pressão da torcida e da mídia, está experimentando um outro lado. E também aprendendo.
"O futebol brasileiro não tem só dois, três, quatro times fortes como outras ligas estrangeiras. Aqui é diferente. Mais disputado, pegado, times mais equilibrados, muita qualidade, muito jogador bom, individualmente falando, com muia competência. Lá na Alemanha, o futebol é mais de força. Mais estudado. Tem dias em que os caras ficam estudando o jogo inteiro, esperando uma oportunidade. Aqui no Brasil é mais para frente, o jogador brasileiro vai para cima, tenta."
Veja mais: Deyverson no Palmeiras: expulsões, decisivo em 2018 e 'novela chinesa'
Mas, depois de um bom tempo tendo de se adaptar às exigências táticas, longe de sua posição preferida, ele começa a sentir a diferença de ser mais compreendido em seu próprio país. No Brasil, com todas as dificuldades e certa defasagem tática dos treinadores, eles estão mais abertos a entender as preferências dos jogadores.
Felipão, neste sentido, não deixa de ser uma espécie de "paizão" para ele. O técnico está permitindo que Felipe Pires volte à sua origem de ponta.
Leia também
Thiago Santos comemora 150 jogos no Palmeiras: 'Realizei sonhos aqui'
Deyverson no Palmeiras: expulsões, decisivo em 2018 e 'novela chinesa'
Felipão critica chances perdidas e qualidade de lançamentos do Verdão
Sandro Rosell pede impugnação de declarações de Romário
Sampaoli destaca 'valentia' dos jovens atletas do Santos
"O estilo do Felipão é muito bom, é o estilo em que mais gosto de jogar, como ponta aberto. Na Europa, no Hoffenheim, não tive a oportunidade de jogar nesta posição. O treinador jogava no 3-5-2 não tinha ponta. O Felipão joga no 4-3-3, que é uma posição em que eu gosto demais de jogar. Quando tenho a bola, tenho de ir para cima. Quando não tenho, faço a marcação nas linhas. Estou gostando muito dessa posição."
Velocidade e posicionamento
Quem conhece futebol, logo percebe a presença do estilo europeu no momento em que Felipe Pires toca na bola. Um estilo de velocidade, objetividade, posicionamento. Que agora pode se mesclar ao talento para o drible e para a jogada individual, também presente nele.
Sua melhor partida até agora foi na vitória por 1 a 0 sobre o Oeste, em 31 de janeiro, quando marcou o gol e foi o destaque na Arena Barueri.
"Aprendi demais na Alemanha, em termos táticos. Os alemães são muito rigorosos quanto a isso, prezam muito jogador que sabe fazer essa parte defensiva, essa parte de marcação e eu estou podendo mostrar aqui no Brasil o que aprendi."
A novidade para o atacante, de 1,78 m, está sendo disputar uma posição de titular. A concorrência por uma vaga no Palmeiras é grande, já que, no ataque, apenas Dudu tem cadeira cativa. Na maior parte do tempo, Felipe Pires disputa uma das duas vagas no ataque com Carlos Eduardo, Borja e Deyverson.
COSME RÍMOLI: Globo joga o Palmeiras no fogo. Em briga injusta contra o Corinthians
"Na Europa eu não peguei um time com tantos jogadores de qualidade em uma só posição como o Palmeiras. O clube tem muitos bons jogadores, quatro ou cinco por posição. Fica difícil a luta por uma vaga. O caminho é dar o máximo todos os dias, procurar espaço todos os dias. Porque a oportunidade sempre chega e é preciso estar preparado."
Experiência na base
Um dos fatores que ajudaram a adaptação do paulistano Felipe Pires à Europa foi o fato de o Red Bull Leipzig atuar com um modelo similar ao do Red Bull Brasil, onde ele jogava. Muitos clubes têm feito este tipo de integração intercontinental, justamente para dar espaço a jogadores sul-americanos. Já na Europa, eles têm mais facilidade em seu adaptar depois ao estilo local. Felipe Pires foi para atuar na base do time alemão.
COSME RÍMOLI: Itaquerão comparado a mulher com Aids. Último absurdo de Rosenberg
"A diferença para mim na base foi muito pouca, do Red Bull Brasil para o Red Bull Leipzig a filosofia é muito parecida: muito joguinho, muita posse, praticamente a mesma formação tática, jogando em um 4-3-3, com ponta aberto."
Alojamento na Europa
Felipe Pires dormiu em alojamento por algum tempo, depois de chegar à Europa. Mas certamente, o risco de um incêndio no Centro de Treinamento local era quase nulo. Em vez de contênieres, ele dormia em uma espécie de hotel.
"A estrutura é maravilhosa. Ficava em um alojamento que é tipo um hotel. Cada jogador tem seu quarto. Era muito bom: café da manhã bem servido, campo de treinamento muito bom, muitos campos, vestiários bons. Havia transporte que nos pegava em frente ao CT e depois em frente ao alojamento."
Felipe Pires em campo?
A próxima partida do Palmeiras será contra o Ituano, pelo Campeonato Paulista, no Allianz Parque, nesta quarta-feira (27), às 21h30. A equipe está há dois jogos sem fazer gols: foram dois empates por 0 a 0, contra a Ferroviária e o Santos. O consagrado atacante Ricardo Goulart deve entrar no lugar de Borja. É mais um concorrente para Felipe Pires. É preciso ter paciência. Mas isso, ele também aprendeu na Europa.
Curta a página R7 Esportes no Facebook
Negócio fechado! Veja as contratações do mercado da bola