Crise no futebol turco: jogadores, árbitros e dirigentes suspensos por envolvimento em apostas
Investigação ampla sobre apostas e manipulação de partidas já afastou 1.024 jogadores e 149 árbitros, além de dirigentes e cartolas
Futebol|Do R7
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O futebol turco vive uma das maiores crises de sua história. A Federação Turca de Futebol (TFF) anunciou no início da semana a suspensão de 1.024 jogadores de diferentes divisões por envolvimento em apostas ilegais. Entre os punidos estão 27 atletas da primeira divisão, incluindo atletas do Galatasaray e integrante da seleção nacional.
As sanções foram impostas com base no artigo 57 do Código Disciplinar, que proíbe qualquer tipo de aposta em competições esportivas. As punições variam entre três meses e um ano. Paralelamente, um tribunal de Istambul decretou a prisão preventiva de oito pessoas, entre elas Murat Özkaya, presidente do Eyüpspor, clube da primeira divisão que conta com os brasileiros Luccas Claro, Calegari e Marcos Felipe, todos ex-Fluminense. Outros seis árbitros também foram detidos sob suspeita de manipulação de resultados.
A TFF informou que as medidas fazem parte de uma investigação ampla sobre apostas e manipulação de partidas. No início do mês, a federação já havia suspendido 149 árbitros e assistentes após uma apuração interna revelar que funcionários das ligas profissionais faziam apostas em jogos de futebol. Entre os 571 árbitros ativos no país, 371 possuíam contas de apostas, e 152 apostavam regularmente, segundo dados da investigação. Um deles chegou a realizar 18.227 apostas, enquanto outros 42 apostaram em mais de mil partidas cada.
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O presidente da TFF, Ibrahim Haciosmanoglu, classificou a situação como uma “crise moral no futebol turco”. A entidade também anunciou a paralisação das partidas da segunda e terceira divisões por duas semanas e convocou uma reunião extraordinária, realizada na terça-feira (11). Além disso, a TFF iniciou negociações com a Fifa para obter um período adicional de 15 dias na janela de transferências, permitindo que os clubes reforcem seus elencos após as suspensões em massa.
Entre os nomes citados na lista, Eren Elmali se manifestou publicamente nas redes sociais. O jogador de 25 anos admitiu ter feito uma aposta há cerca de cinco anos, mas negou envolvimento recente com jogos de azar. “Vi meu nome mencionado na investigação conduzida pela Federação Turca de Futebol. Quero deixar claro que isso se refere a uma aposta antiga, feita há cinco anos, com alguém que não fazia parte do meu time. Desde então, não apostei nem mantive qualquer relação com o tema”, escreveu.
Elmali afirmou que construiu sua carreira com “honestidade, dedicação e respeito aos valores do futebol” e disse que seguirá colaborando com as autoridades. Nesta temporada, ele disputou 15 partidas pelo Galatasaray, incluindo quatro na Liga dos Campeões, e marcou três gols.
O escândalo, que também levou à renúncia de 45 delegados de jogo, reacende o debate sobre a vulnerabilidade do futebol turco. Em 2011, o país já havia enfrentado um escândalo semelhante de manipulação de resultados, que culminou no rebaixamento do Fenerbahçe, um dos maiores clubes de Istambul.
Agora, com dirigentes presos, árbitros suspensos e centenas de jogadores sob investigação, a TFF tenta conter os danos de uma crise que ameaça a credibilidade de todo o sistema esportivo turco.
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