Presidente da Federação de Futebol se recusa a deixar o cargo por beijo à força em jogadora da Espanha
Luis Rubiales pediu "perdão" pelo gesto contra Jenni Hermoso, disse que foi "mútuo e consentido" e que o faria com a própria filha
Copa do Mundo|Do R7, com AFP e Reuters
O presidente da RFEF (Federação Espanhola de Futebol, em tradução livre), Luis Rubiales, garantiu, nesta sexta-feira (25), que não vai "se demitir" pelo beijo forçado na jogadora da seleção do país Jenni Hermoso na final do Mundial no último domingo (20).
A declaração do cartola foi dada durante uma assembleia da entidade máxima do futebol espanhol.
"Não vou me demitir, não vou me demitir", disse, enfático, Rubiales no encontro, no qual pediu "perdão sem paliativos" por seu comportamento no palco com autoridades na final da competição, na Austrália, e posterior beijo em Hermoso. Rubiales classificou o beijo de "espontâneo, mútuo, eufórico e consentido".
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"Essa é a chave, foi consentido", disse Rubiales, que argumentou que, depois de abraçar a jogadora, disse a ela: "Você foi fantástica e sem você não teríamos ganhado este Mundial. Ela me respondeu que era um craque, eu disse mais alguma coisinha, e ela disse ok."
"Beijo numa filha"
O presidente da Federação Espanhola de Futebol comparou o beijo com qualquer que daria em uma filha: "Não tem desejo e não tem posição de domínio".
"Um selinho consentido para me tirar daqui?", perguntou a si próprio Rubiales, ao assegurar que vai se defender depois de ter sido alvo de críticas e petições que pediam a demissão por causa da ação em todos os setores da sociedade espanhol e a conunidade internacional.
"Está em curso um assassinato social. Contra mim. Estão tentando me matar", insistiu Rubiales.
Beijo forçado
A atleta da Espanha Jenni Hermoso cobrou "medidas exemplares" contra Luis Rubiales depois de ser beijada à força e sem consentimento na comemoração das espanholas na conquista da Copa do Mundo.
A solicitação de Hermoso foi divulgada pelo sindicato dos atletas profissionais (FutPro) na última quarta-feira (23).
"Estamos trabalhando para assegurar que casos como esse nunca fiquem impunes, que sejam sancionados e que medidas exemplares sejam adotadas para proteger jogadores de ações que acreditamos serem inaceitáveis", afirmou Hermoso em um comunicado publicado pela agência responsável pela carreira dela em parceria com o sindicato.
O episódio, que aconteceu quando Rubiales entregava às jogadoras as medalhas de ouro após a vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra na final de domingo (20), repercutiu dentro e fora da Espanha e diversas autoridades, incluindo ministros de governo, cobraram a saída dele do cargo.
Além de beijar campeã da Copa, dirigente teria roubado dinheiro para festa: