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O que mudaria a presença de um psicólogo na campanha do Brasil nesta Copa do Mundo?

Entre as críticas ao treinador, a falta de um profissional capacitado para auxiliar a delegação foi um dos principais pontos levantados

Copa do Mundo|Do R7

Brasil não passa das quartas de final de uma Copa do Mundo desde 2014
Brasil não passa das quartas de final de uma Copa do Mundo desde 2014

Assim como em 2018, o agora ex-técnico da seleção brasileira Tite optou por não levar um psicólogo para a Copa do Mundo do Catar. Perguntado antes e durante a competição sobre a ausência de um profissional dessa área, o ex-treinador do Brasil argumentava que o Mundial era muito curto para os jogadores criarem um vínculo que permitisse com que eles "abrissem o coração". 

Depois de mais um fracasso, dessa vez para a Croácia, nos pênaltis, o assunto voltou à tona. Nas redes sociais, entre as várias críticas a Tite, uma das principais foi justamente sobre a falta de um profissional que pudesse auxiliar os jogadores em momentos de extrema pressão, como é uma Copa do Mundo.

Para o Dr. João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista de Psicologia do Esporte, em entrevista a Betway, “a cultura dos treinadores brasileiros ainda é refratária às questões psicológicas”. 

"As categorias de base da seleção têm trabalho psicológico, mas por algum motivo interno na CBF, a principal não tem. O Tite normalmente fala que é por causa de tempo. Talvez ele não conheça o modelo de grandes seleções”, emenda o professor.


Na ausência de um profissional capacitado, Tite tomou a frente do emocional dos atletas, nas palavras do próprio ex-treinador. Além disso, a CBF espalhou frases como “Mentalmente fortes” e “Aproveitem o momento de confiança” no Centro se Treinamento do Brasil no Catar. Na sala de musculação, estavam estampadas palavras como coragem, equilíbrio, força e determinação.

A estratégia, porém, não empolga o especialista: “Isso é a velha guarda do futebol brasileiro. É impessoal. Às vezes o atleta não está em um bom dia, ou está convivendo com uma pressão que precisa de um trabalho diferente de uma simples conversa com o treinador". 


O que poderia ter sido diferente

Para exemplificar como poderia ter sido caso houvesse um psicólogo acompanhando a seleção, o Dr. João Ricardo Cozac traz para a realidade o caso de Gabriel Jesus, e a pressão que o próprio atacante disse ter sentido por não ter marcado nenhum gol na Copa da Rússia. 

"Se o psicólogo, ao conversar com o Gabriel Jesus, percebe que essa é uma questão que envolve o que chamamos de emoções paralelas, que acabam desembocando em uma auto cobrança para fazer o gol, e se ele percebe também que tem conexão com outros momentos da vida dele, um enraizamento mais profundo, é fundamental o atleta seja encaminhado para um trabalho especial, mesmo que seja uma psicoterapia breve em oito ou dez sessões”, explica. 


Se o destino da seleção brasileira no Catar seria diferente, não se sabe. Na opinião do profissional, a presença de um psicólogo "não garante a vitória". No entanto, a ausência desse tipo de trabalho "pode ser determinante para a derrota". E, aparentemente, foi. 

Veja a entrevista completa com o Dr. João Ricardo Cozac, presidente da Associação Paulista de Psicologia do Esporte:

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