Caso Daniel: As contradições que a polícia aponta sobre o crime
Empresário preso por suspeita de assassinato de jogador teria adotado série de condutas para despistar envolvimento dele, da mulher e da filha no crime
Futebol|Cesar Sacheto, do R7
O empresário Edison Brittes Junior, de 38 anos, que confessou em vídeo ter matado o jogador Daniel Corrêa, de 24 anos, no dia 27 do mês passado, durante festa de aniversário da filha Allana, na casa da família, em São José dos Pinhais (PR), teria tomado uma série de atitudes para despistar a polícia em relação à participação dele no crime. Veja o que as investigações da polícia apontam até agora.
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Edison prestou depoimento nesta quarta-feira (7) na Delegacia Regional da Polícia Civil da cidade, na regição metropolitana de Curitiba.
O empresário está preso temporariamente e poderá ser indiciado — junto com a mulher Cristiana e a filha — por homicídio qualificado (meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e fraude processual).
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Porta arrombada
A versão apresentada por Edison e Cristiana à polícia sobre o assassinato foi desmentida por quatro testemunhas ouvidas pela polícia na última terça (6). Todas estiveram na festa de aniversário na casa dos Brittes.
Os jovens negaram que a porta do quarto do casal tivesse sido arrombada pelo empresário, enfurecido pela susposta tentativa de estupro de Daniel. Segundo os depoimentos, tal atitude foi pensada posteriormente pelo suspeito para criar um álibi.
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Tese do estupro
Edison atribuiu o assassinato à defesa da esposa que estaria sendo violentada pelo jogador — Daniel entrou no quarto do casal e postou fotos ao lado de Cristiana, que parecia desacordada. No entanto, a tese já foi afastada pelo delegado que preside o inquérito, Amadeu Trevisan. Daniel enviou fotos ao lado de Cristiana a um grupo de amigos através do WhatsApp.
Câmeras de segurança
Segundo o programa Balanço Geral, da RecordTV, o empresário Edison Brittes também apagou as imagens das câmeras de segurança da residência da família. Havia pelo menos três equipamentos de monitoramento na casa e todos teriam sido removidos pelo suspeito do crime.
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Coação de testemunhas
Testemunhas ouvidas ao longo do inquérito demonstraram muito medo de represálias e revelaram ameaçadas por parte de Edison Brittes Junior.
Uma delas revelou ter sido procurada pela família Brittes para criar um "elo" entre eles e combinar as versões que seriam apresentadas à polícia. As identidades das testemunhas são mantidas em sigilo e todas estão sob proteção da polícia.
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Telefonema para familiares da vítima
Mais uma forma de ocultar a autoria do assassinato, segundo a investigação, foram os telefonemas de Edison Brittes a um primo e à mãe de Daniel depois da morte do jogador.
Nas ligações, o empresário procurava demonstrar desconhecimento do paradeiro de Daniel após deixar a casa da família. Brittes também disse estar bastante preocupado com o que poderia ter ocorrido.
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Allana Brittes também conversou com a família de Daniel via aplicativo de mensagens pelo celular. Como o pai, procurou esconder que sabia o destino trágico do jogador.
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Foto postada dois dias depois do crime
A aniversariante também postou uma foto em suas redes sociais ao lado de Daniel na comemoração de 17 anos dela, em 2017. No entanto, a publicação também ocorreu após o assassinato do atleta do São Paulo, que estava emprestado ao São Bento para a disputa da Série B do Brasileirão.
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