Brasil e Argentina criticam atuação da Anvisa em partida suspensa
Confederações divulgaram nota lamentando a autorização do início da partida neste domingo, na Arena Corinthians
Futebol|André Avelar, do R7
Rivalidade à parte, Brasil e Argentina entendiam que podiam jogar neste domingo (5), na Neo Química Arena. As confederações de futebol dos dois países deram as mãos e emitiram comunicados para criticar a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na forma como paralisou a partida atrasada da sexta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo 2022.
A agência, por sua vez, considerou que os titulares Emilianos Martinez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero, além de Emiliano Buendia, não poderiam disputar a partida. Por isso, aos seis minutos, o jogo foi paralisado e depois suspenso.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) foi a primeira a se manifestar publicamente:
"A CBF defende a implementação dos mais rigorosos protocolos sanitários e os cumpre na sua integralidade. Porém ressalta que ficou absolutamente surpresa com o momento em que a ação da Agência Nacional da Vigilância Sanitária ocorreu, com a partida já tendo sido iniciada, visto que a Anvisa poderia ter exercido sua atividade de forma muito mais adequada nos vários momentos e dias anteriores ao jogo", afirmou a entidade.
Pouco tempo depois, foi a vez da AFA (Associação de Futebol Argentino) também expressou o seu lamento:
“Assim como a CBF, a AFA se surpreende com a atuação da Anvisa assim que o jogo é iniciado. De referir que a Delegação da Albiceleste esteve em território brasileiro desde o dia 3 de setembro, às 8 horas, cumprindo todos os protocolos sanitários”, diz o texto.
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Na véspera do jogo, representantes das duas confederações, da Conmebol e da própria Anvisa estiveram juntos em uma reunião para decidir o que deveria ser feito com os quatro atletas que não teriam cumprido o protocolo sanitário na entrada ao Brasil.
Segundo a Anvisa, esses jogadores, que atuam na Inglaterra e, por isso, deveriam cumprir quarentena de 14 dias no país, entraram com informações falsas.
"A decisão de interromper o jogo nunca esteve, nesse caso, na alçada de atuação da Agência. Contudo, a escalação de jogadores que descumpriram as leis brasileiras e as normas sanitárias do país, e ainda que prestaram informações falsas às autoridades, essa assim, sim, exigiu a atuação da Agência de estado, a tempo e a modo”, disse a entidade.
Agentes da Anvisa foram ao hotel em que a seleção argentina estava hospedada, próximo ao aeroporto de Guarulhos, mas não conseguiram fazer com que os jogadores não entrasse no ônibus. Na chegada ao estádio, teriam tentado entrar no vestiário, mas sido impedidos por seguranças.
A Argentina deixou o estádio e seguiu direto para o aeroporto. O embaixador da Argentina no Brasil atuou para que os jogadores não fossem presos pela Polícia Federal.