Apesar da doação de ingressos, Brasil joga só para 22 mil pessoas
Frio, chuva e bilhete caro durante a pandemia afastaram torcedores da partida contra Colômbia, em São Paulo
Futebol|André Avelar, do R7
“Vai ter jogo hoje?”. Essa era a sensação no entorno da Neo Química Arena, na fria noite de quinta-feira (11), em São Paulo. A partida entre Brasil e Colômbia, foi acompanhada por 22.080 presente pessoas no estádio, para uma renda de R$ 7.111.200.
O péssimo público foi justamente na primeira partida da seleção com 100% da capacidade liberada. Anteriormente, na Arena da Amazônia, em Manaus, pouco mais de 12.500 pessoas estiveram presentes. Contra a Argentina, interrompida pela Anvisa, 1.500 convidados estiveram presentes na mesma arquibancada do estádio em Itaquera.
Para o jogo desta noite, com 16º C e uma fina chuva na hora da partida, os torcedores precisavam apresentar uma espécie de passaporte da vacinação contra a covid-19. No caso da imunização incompleta, era exigido um exame PCR, com até 48 horas de antecedência.
As medidas pegaram muita gente de surpresa e, só com 35 minutos do primeiro tempo, não era possível ver mais ninguém em uma das entradas para o setor mais popular do estádio. Para piorar, o sistema utilizado para a triagem sofreu com oscilações e atrasou a entrada de muita gente.
Doação de ingressos
Na véspera do confronto, a CBF decidiu doar 8.000. O comunicado distribuído à imprensa dizia se tratar de uma homenagem aos profissionais de saúde do estado e do município de São Paulo, durante a pandemia do novo coronavírus. Assim, na reabertura dos eventos esportivos, esses mesmos profissionais poderiam assistir ao jogo de perto.
Independente da ação, a entrada mais barata para o estádio custa R$ 300 (com opção de meia-entrada para estudantes e idosos), atrás do gol em que a seleção atacou no primeiro tempo. Já o ingresso mais caro era comercializado a R$ 800, no setor oeste inferior.
Se pelas imagens da TV era possível imaginar um estádio lotado, os setores superiores do estavam praticamente vazios. Mas constrangedor mesmo estava atrás do goleiro defendido por Alisson, seguramente com menos de cem pessoas.
Apear de pouca gente, os presentes estavam animados. A cada ataque da seleção brasileira, sobretudo quando nos pés de Neymar, a torcida se levantava. Uma insistente charanga também fazia questão de ditar o ritmo do jogo. Curiosamente, em determinados momentos, os colombianos misturados aos brasileiros também se faziam ouvir.
Público ainda pior
Mas o time do técnico Tite já havia jogado para um público ainda menor do que o registrado na zona leste da capital paulista. Em junho de 2019, na goleada contra Honduras.
Naquele amistoso, no Beira-Rio, em Porto Alegre (RS), a equipe brasileira goleou por 7 a 0, mas só 16.521 pagantes estiveram presentes, para uma renda de R$ 1.202.898.
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