Andrés, presidente do Corinthians, é citado em delação de J.Hawilla
Em documento publicado pelo jornalista Wanderley Nogueira, empresário acusa Sanchez de receber propina e dirigente nega relação com Teixeira
Futebol|Carla Canteras, do R7
De acordo com o que publicou o blog do jornalista Wanderley Nogueira, neste sábado (17), o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, foi citado na delação que o empresário J.Hawilla fez para a justiça americana.
No depoimento de Hawilla divulgado pelo blog, o empresário explica que a relação entre Andrés e Ricardo Teixeira começou em 2010.
"Durante a Copa do Mundo de 2010, o Sr. Ricardo Teixeira começa uma relação de divisão com o chefe da seleção Sr. Andrés Sanches e este, muito ambicioso, se dispôs a ajudar a mim e ao Sr. Ricardo Teixeira, desde ao pagamento de clubes, entidades e até mesmo empresários de jogadores, para que o dinheiro não aparecesse através do Sr. Ricardo Teixeira. O sr. Sanchez passou a ter uma função de muita atuação em prol da CBF (Ricardo Teixeira)."
Na delação, o empresário explica ainda que Andrés pedia evitava aparecer e pedi para receber as propinas em um endereço em São Paulo. "O Sr. J.Hawilla diz que o Sr.Sanches evitava aparecer, mas os mais próximos de Teixeira sabiam que ele estava por trás e que a parte dele, e dos clubes do Brasil, vinham de empresas de material esportivo. Ele pedia para ser entregue em um apartamento na Rua Apinages, bairo do Sumaré, em São Paulo, Brasil".
Andrés Sanchez divulgou uma carta aberta em que nega ter tido qualquer relação comercial com o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. "Jamais mantive qualquer relação comercial com o cidadão Ricardo Teixeira; tivemos apenas trato institucional, onde ele era Presidente da CBF e eu Diretor de Seleções (cargo que abandonei em situação pública, dizente com minha insatisfação diante da substituição equivocada do comando técnico da Seleção, à época, sem que me fosse consultado)".
Na delação para a justiça americana, J.Hawilla citou o nome de outros empresários e dirigentes de futebol, que serão investigados.
O empresário está de volta ao Brasil, depois de ficar preso nos Estados Unidos desde 2013 e de pagar uma multa de USD 151 milhões (R$ 550 milhões).
Veja a íntegra da carta aberta de Andrés Sanchez:
Vivemos tempos difíceis, onde valores são atropelados e há uma nítida subversão da conformação cidadã dos povos. Assim, alguém que tem a própria situação complicada perante a justiça, começa a disparar afirmações falsas, alimentando calúnias e, de consequência, já se forma um juízo de valor negativo em torno do cidadão apontado.
O mentiroso, no caso, é J. Hawilla (se, efetivamente ele disse o que está noticiado no blog do repórter Wanderley Nogueira), o caluniado sou Eu, Andrés Navarro Sanchez.
Em primeiro lugar, nunca tive um encontro privado com J. Hawilla. Estive com ele, quando muito, umas quatro vezes, todas em ocasiões públicas, onde não trocamos nenhum assunto em particular (até porque nunca tivemos qualquer negócio) e, neste ponto, tudo o que falamos poderia ser repetido em alto e bom tom, em qualquer ambiente público; de igrejas, aos salões nobres dos Tribunais de Justiça.
Em segundo lugar, jamais mantive qualquer relação comercial com o cidadão Ricardo Teixeira; tivemos apenas trato institucional, onde ele era Presidente da CBF e eu Diretor de Seleções (cargo que abandonei em situação pública, dizente com minha insatisfação diante da substituição equivocada do comando técnico da Seleção, à época, sem que me fosse consultado).
Ademais, ter sido Diretor de Seleções jamais me qualificou para qualquer outra participação em nome da CBF, o que me deixa muito à vontade para afirmar que nunca participei de qualquer reunião de caráter comercial e/ou para atender eventual interesse que não fosse da própria Confederação (CBF), durante o mandato de Ricardo Teixeira – ou em qualquer outra época, durante o mandato de quem quer que fosse.
Em terceiro lugar, nunca morei, comprei ou ganhei qualquer propriedade nos Estados Unidos da América.
Em quarto lugar, jamais mantive qualquer qualidade de relação com qualquer dirigente de futebol (ontem, hoje e sempre, ouso cravar!), que não fosse estritamente dentro de nossas atuações junto aos clubes de futebol do Brasil. Neste ponto, desafio quem quer que seja a demonstrar o contrário.
Por derradeiro, o Sr. J. Hawilla teria dito que eu comecei a querer mais e mais propina, deixando, porém, de esclarecer (mínima e racionalmente) a qual título seriam estas aleivosas pagas?
No ponto, não há que se tergiversar: Eu, Andrés Navarro Sanches, jamais, em qualquer tempo e a qualquer título, pedi, recebi, ou tive qualquer oferta de dinheiro, bens, mimos, agrados ou seja lá o que se recebe, pede, ou se oferta, em situações que não sejam republicanas. Nunca recebi o que não me fosse por direito!
É mentirosa, portanto e também, esta asseveração (se é que ela foi praticada, insisto) e contra ela insurgirei de todas as formas, inclusive na própria Corte Americana.
Tampouco estive no endereço mencionado no bairro do Sumaré, onde não tive ou tenho residência, nem casa de qualquer amigo ou conhecido.
Encerrando, insisto: são mentirosas, as falas do Senhor J. Hawilla no que se referem a minha pessoa – se é que ele as fez!
Andrés Sanchez