Primeira Copa do Mundo do Brasil também foi alvo de fake news
Documentário 'Konspiration 58' faz sátira com vice-campeonato da Suécia em 1958. Enredo narra pseudo encenação da CIA e da Fifa durante Guerra Fria
Copa 2018|André Avelar, do R7
Perder uma Copa do Mundo em casa gera as mais profundas frustrações nos anfitriões. Entre os que aceitam a derrota depois de um tempo e os que embarcam em teorias, os diretores de “Konspiration 58” decidiram fazer uma crítica a tudo que é publicado e absorvido sem filtros pela sociedade. Até mesmo o primeiro título da seleção brasileira foi alvo de fake news.
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O “mocumentário” sueco (uma paródia ou sátira em formato de documentário) narra que a Copa do Mundo de 1958, perdida pela própria Suécia contra o Brasil, não aconteceu. A competição teria sido encenada para a televisão e o rádio norte-americano, em uma obra do serviço de inteligência da CIA e da Fifa no contexto da Guerra Fria.
Na mesma linha de “Elvis Presley não morreu”, “Michael Jackson está vivo” e “vocês ficariam enojados se soubessem o que aconteceu na Copa”, o filme de 2002 propositalmente se apega em teorias da conspiração para justificar que os suecos jamais poderiam ter perdido aquele Mundial. As chuteiras incomuns para a época, a floresta que foi substituída por prédio e, sobretudo, as entrevistas dão ar de veracidade para o trabalho quase investigativo.
Nada que se sustente no entanto. Os brasileiros usavam as mesmas chuteiras que os suecos, a paisagem do estádio em nada lembrava as da Califórnia e o historiador entrevistado na verdade era um ator. Ao longo de 28 minutos, o filme dá pistas quase imperceptíveis de que aquilo não aconteceu. Ainda assim, a revelação se dá mesmo somente nos créditos, com o aviso de “documentário de ficção”.
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Se o historiador Bror Jacques de Waern é apenas um ator, Lennart Johansson foi de fato presidente da Uefa e também dá o tom de veracidade para a história. Os ex-jogadores da seleção sueca Sigvard Parling e Kurt Hamrin também entram no clima.
A Copa do Mundo de 1958 aconteceu de 8 a 29 de junho, em 12 estádios na Suécia. Na decisão, o Brasil venceu a Suécia por 5 a 2, com gols de Vavá (dois), Pelé (dois) e Zagallo — Nils Liedholm e Agne Simonsson, que não entrou na brincadeira para o documentário, marcaram para os donos da casa. No final das contas, o capitão Bellini eternizou o gesto de levantar o troféu da competição.
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