Jardim Peri já tem o substituto de Gabriel: conheça Bebê Jesus
Sobrenome, bairro, amor materno e time de infância são algumas das semelhanças entre Edson de Jesus e camisa 9 da seleção brasileira
Copa 2018|Guilherme Padin, do R7
Ele nasceu e foi criado no Jardim Peri. Carrega consigo o sobrenome “Jesus”. Já marcou muitos gols pelo Pequeninos do Meio Ambiente. E ainda realizou o sonho de vestir a camisa de um grande clube de São Paulo.
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Essas características, que poderiam perfeitamente servir para Gabriel, o camisa 9 da seleção brasileira, descrevem Edson Osias Aguiar Teles de Jesus, ou apenas "Bebê". Ele tem 12 anos.
Edson joga pelo Pequeninos desde os sete anos de idade e começou nas categorias de base do São Paulo em setembro do ano passado. Também divide com seu ídolo e conterrâneo o sonho de jogar na Europa e levar família e amigos ao Velho Continente.
O time do Pequeninos, localizado próximo ao Jardim Peri, também revelou o meia Matheus Pereira, que acumula passagens por Corinthians e Juventus-ITA, e hoje está no Paraná Clube, e Douglas, atacante que foi campeão brasileiro com o Santos em 2002. A principal revelação, claro, continua sendo Gabriel Jesus.
Se o craque do Manchester City já alcançou parte considerável de seus objetivos, a joia da zona norte paulistana se mostra confiante e crê que pode fazer o mesmo.
"Mãe e pai ao mesmo tempo" — forma como Edson a descreve —, Jacqueline relembra a promessa do filho.
“Ele já me falou isso algumas vezes: ‘Mãe, eu vou virar jogador e tirar a gente daqui. Vocês todos vão morar comigo’. E eu acredito muito nele. É um garoto talentoso e muito centrado”, diz ela, orgulhosa. E faz uma ressalva: “Não é por vergonha daqui, mas porque ele almeja algo melhor para todos nós”.
A reportagem do R7 esteve com Edson no Jardim Peri. Pelas ruas do bairro da zona norte paulistana, acompanhado de Jacqueline e Éverton, seu irmão, o garoto contou sua história e revelou suas ambições.
“Quero fazer dupla de ataque com o Gabriel Jesus no Manchester City. Vou jogar na Inglaterra e minha família, meus amigos da escola e os companheiros do Pequeninos vão estar comigo”, vislumbra o versátil atleta, que é ambidestro e também atua como lateral.
Ele me falou%3A ‘Mãe%2C eu vou virar jogador e tirar a gente daqui'
“No São Paulo eu jogo na lateral. No Pequeninos, depende do jogo. Na Recopa Liga Norte, o último campeonato que eu joguei, fui atacante e marquei 7 gols em 5 jogos. Caímos na semifinal, mas fui considerado o melhor jogador”, relembra Bebê.
Como as semelhanças se espalham por toda a história de Edson, ele começou a jogar aos sete anos, no campo do Tiradentes — onde o ídolo Gabriel também deu seus primeiros passos.
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Polivalente, assim como Gabriel
Até a versatilidade é um ponto em comum entre o jovem atacante da seleção brasileira e o garoto do Pequeninos do Meio Ambiente e do Tricolor Paulista.
Por chutar com as duas pernas e ser ágil, Bebê é frequentemente escalado como lateral.
“Às vezes, o professor Mamede (técnico do Pequeninos, que também treinou Gabriel) me coloca na lateral quando precisa de mais sustentação na defesa. Mas, quando chegam os últimos minutos e precisamos fazer um gol, ele me coloca no ataque”, conta o sorridente garoto.
Bebê atua como lateral%2C mas com frequência é escalado no ataque. Gabriel Jesus fazia o mesmo em 'peladas'
Como não poderia ser diferente, mais uma coincidência entre os dois atletas: Gabriel, por razões diferentes, também já atuou como lateral.
Diego ‘Fofão’, educador físico que trabalhou com Gabriel e hoje é empresário de Edson, relembra que o craque, ao ir em 'peladas' com jogadores mais velhos, atuava como lateral por conta da diferença da estrutura física entre as idades.
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Semelhança pouca é bobagem
Pequeninos do Meio Ambiente, Jardim Peri, proximidade com a mãe, sobrenome e versatilidade não são os únicos pontos em comum entre Bebê e Gabriel Jesus.
Como se todas essas semelhanças não bastassem, os dois goleadores dividem o mesmo time de infância e, além disso, a postura ao falar sobre isso.
Quando perguntado, Gabriel, ídolo do Palmeiras, opta por não tocar no assunto e apenas diz ser palmeirense hoje em dia. Alguns amigos, no entanto, já revelaram que o craque era torcedor do Corinthians.
Mantendo o profissionalismo, seguindo o comportamento de seu ídolo, o pequeno Edson garante se dedicar e manter o foco no São Paulo. Mas não nega ser torcedor do Alvinegro Paulista — assim como seus parentes.
Futebol está no sangue
Na família Aguiar, não é apenas Edson que joga futebol. Seu irmão mais velho, Éverton, de 14 anos, é lateral-direito e atua pelo time sub-15 do Pequeninos do Meio Ambiente.
O irmão divide os sonhos com Bebê: “Também quero ser jogador profissional. Na hora certa, se tudo der certo, vou conseguir”, diz Éverton, que deseja ser parceiro em campo de seu caçula: “Espero que a gente possa jogar junto, no futuro, pelo mesmo time”.
E não são só os filhos de Jacqueline que jogam futebol. Ela conta que Alex, seu irmão e tio dos meninos, foi jogador profissional do Nacional-SP, além de ter atuado em outras equipes do interior paulista.
“Ele jogava bem. Era um dos orgulhos da família. Minha mãe guarda reportagens dele nos jornais do interior até hoje”, conta a mãe de Bebê e Éverton.
Apoio de Dona Jacqueline
Se o atacante do Manchester City conta com o apoio de sua mãe, Dona Vera, que vive com ele, seu irmão e mais dois amigos em Manchester, é Jacqueline a responsável pela educação do pequeno Edson.
Mãe solteira de cinco filhos, ela até conta com o sustento do pai dos quatro mais velhos, que vive na Bahia, mas é a única responsável pela criação e a educação dos garotos.
“Ele é um menino muito bom. Não dá trabalho. À medida que ele cria a liberdade dele, eu vou soltando um pouco a corda, mas sempre sabendo que alguma hora vou precisar puxar de volta”, explica ela, que trabalha como encarregada em uma confeitaria.
Jacqueline diz também não é apenas a família que confia no sucesso do filho: “O pessoal do bairro (Jardim Peri) diz que ele vai ser jogador, que vai vingar. As pessoas percebem o talento dele”.
Conheça Edson de Jesus, o Bebê, novo craque do Jardim Peri
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