30 buracos na pista pode ter sido pouco perto do que pode ocorrer no GP de Las Vegas; entenda
Depois de 41 anos, a etapa dos Estados Unidos voltou ao calendário, mas se mostrou problemática já nos primeiros treinos
Automobilismo|Isabella Pugliese Vellani*, do R7
O Grande Prêmio de Las Vegas da Fórmula 1 começou oficialmente na madrugada desta quinta (16) para sexta-feira (17). À 1h30 (horário de Brasília), os carros foram liberados para invadir a pista de rua na cidade americana pela primeira vez.
No entanto, o treino livre 1 durou apenas oito minutos, depois que Carlos Sainz se tornou vítima de uma das maiores vergonhas para a categoria sob o domínio da Liberty Media, proprietária dos direitos da F1.
O espanhol pilotava sua Ferrari na reta mais famosa de Las Vegas, a Strip, quando foi surpreendido por uma tampa de bueiro, que se soltou e atingiu com força o assoalho do carro. A equipe italiana arcou com um custo milionário de colocar Sainz de volta no segundo treino livre.
• Clique aqui e receba as notícias do R7 Esportes no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo Telegram
• Assine a newsletter R7 em Ponto
Além de Sainz, Esteban Ocon, da Alpine, sofreu com as tampas de bueiro e foi obrigado a trocar de chassi.
Esses acidentes poderiam ter sido evitados com uma inspeção mais detalhada da FIA, que ignorou cerca de 30 buracos na reta, e com o uso das tampas-padrão, como as que existem em Mônaco e Cingapura.
Quando os erros foram arrumados, já passavam das 2h30 da manhã no horário de Las Vegas, e os carros retornaram para o TL2. No entanto, o trágico show não tinha terminado. Pilotos como George Russell, da Mercedes, foram flagrados ao sair do traçado, com dificuldades de manter o carro na pista.
Porém, o caos do GP de Las Vegas pode ser ainda maior, já que os pilotos não usaram toda a potência dos motores nas ruas da famosa cidade. Isso só acontecerá na noite desta sexta, na qualificação e na corrida.
Em entrevista ao R7, o jornalista especializado em automobilismo Fábio Seixas explicou que o circuito pode ser palco de batidas e pausas na corrida.
Leia também
"Vamos ver muitos pilotos esbarrando nos muros e passando reto nas curvas. É uma corrida para safety car. A pista tem longas retas e freadas muito bruscas. Quando os pneus não estão aquecidos, é um convite para bater no muro", diz.
Para a reportagem, o também especialista Flavio Gomes contou que o frio pode ser mais um aspecto ao qual os pilotos devem ficar atentos durante a corrida.
A disputa será a mais tardia da Fórmula 1 e, nesta época do ano, as temperaturas na cidade dos Estados Unidos variam de 20ºC a 11ºC, dificultando o aquecimento dos pneus.
"Se os pneus não chegam à temperatura ideal de funcionamento, os carros tendem a escorregar porque têm muita potência. É a corrida mais tardia da história; por isso, pode ser um perigo adicional", comenta.
Apesar do frio e das surpresas, é esperado que a Red Bull e Max Verstappen dominem a penúltima etapa do ano, que acontece às 2h (horário de Brasília) do domingo (19).
"Não tem mais essa história de ser uma pista que favorece alguma equipe, ainda mais no final do ano. Todo mundo já sabe como cada carro anda em qual. A Red Bull dominou todas as etapas deste ano e, quantas etapas houvesse, iria continuar dominando", conclui Gomes.
*Sob a supervisão de Carla Canteras