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BRASILEIRO 2022

Nelsinho Piquet apoia Felipe Massa, mas diz não saber se bateria carro de propósito novamente

Piloto brasileiro foi pressionado por Flavio Briatore e Pat Simmons, ex-funcionários da Renault, para causar acidente proposital na F1

Automobilismo|Do R7

Nelsinho Piquet foi piloto da Renault em 2008, ao lado de Fernando Alonso, e foi protagonista do "Cingapuragate"
Nelsinho Piquet foi piloto da Renault em 2008, ao lado de Fernando Alonso, e foi protagonista do "Cingapuragate"

A polêmica envolvendo o GP de Cingapura de 2008 segue movimentando o mundo da velocidade. Depois de Bernie Ecclestone falar na última semana que sabia do escândalo envolvendo Renault, e Felipe Massa confirmar que vai buscar uma forma de contestar o título daquela temporada, Nelsinho Piquet comentou o caso. Em um episódio do podcast "Pelas Pistas", o ex-piloto da Fórmula 1 foi direto ao relembrar a situação.

"Eu nunca falei muito sobre isso. Acho que o Felipe e a equipe dele têm que fazer o que é melhor. É uma oportunidade de falar o que eu passei. Muita gente julga sem saber o que eu passei. Eu saí de casa com 16, ganhei uma Fórmula 3 com uma equipe brasileira, passei a testar carros de Fórmula 1 e fiquei mais perto do sonho. Tive uma oportunidade de ter o convite da equipe campeã do mundo, em 2006, com um contrato para ser piloto de teste e depois ser piloto da equipe. Em 2007, por mudança da regra de treino, eu praticamente não andei. Para ajudar, o Alonso tem a confusão com o Hamilton e em 2008, que seria meu primeiro ano, ele volta para a Renault. Se vocês acham que ele anda hoje de Fórmula 1 imagina 15 anos atrás", comentou Nelsinho.

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"Eu tive muitas dificuldades, que eu sabia que aconteceriam, mas foi ainda mais. Dessa forma, a cada corrida, a pressão foi aumentando e era complicado. A cada GP eu estava sempre três, quatro décimos atrás do Alonso e a pressão do Flávio (Briatori) era enorme. Quando chegou o fim de semana da corrida, eles me colocaram contra a parede e aconteceu. Se me perguntam hoje se eu faria o que eu fiz, a resposta óbvia é não. Mas me colocando na mesma posição que eu estava, com toda pressão, tudo que falavam a cada corrida, eu não sei responder. Acho que o que eu consigo responder é que se eu pudesse mudar algo seria não entrar na Fórmula 1 totalmente sozinho como eu fiz", analisou.

Ainda relembrando todo o episódio, Nelsinho Piquet ressaltou que, mesmo tendo sido o responsável pelo acidente que gerou toda a questão do GP de Cingapura, ele não foi banido da Fórmula 1 como os outros envolvidos.


"Todo mundo acha que eu fui banido da Fórmula 1 e isso não é verdade. Quem foi foram Flavio Briatore e Pat Simmons. Eu não fiquei porque a minha passagem lá me fez perder a vontade de correr, perdi a vontade de correr. Depois de tudo, eu recebi um telefone dos Estados Unidos para um teste na Nascar e, após o teste, a paixão voltou e eu consegui tudo que aconteceu, com título da Nascar e da Fórmula E", explicou.

Nelsinho Piquet também foi questionado sobre o motivo que o fez não falar com o seu pai, Nelson Piquet, sobre a pressão de Briatore e Simmons para que batesse de propósito no GP de Cingapura. "Não lembro. Era muito fuso horário para ligar e não lembro ao certo o momento em que os dois me colocaram contra a parede, se foi na sexta ou no sábado", finalizou.


ENTENDA O CINGAPURAGATE

O chamado "Cingapuragate", um dos casos mais rumorosos da história da F-1, aconteceu em setembro de 2008, na 15ª de 18 etapas daquela temporada. Na ocasião, Massa disputava o título com Hamilton. Foi o pole position da corrida e liderava a prova quando Nelsinho Piquet sofreu uma batida, o que mudou os rumos da disputa. Fernando Alonso, da mesma equipe Renault de Nelsinho, acabou ficando com a vitória naquele GP.

Um ano depois, Nelson Piquet veio a público para denunciar que seu filho batera de propósito por ordem de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para beneficiar o companheiro de equipe, Alonso. O caso foi investigado pela FIA, que puniu os envolvidos. Briatore foi banido da F-1, embora a decisão já tenha sido revogada, e o engenheiro Pat Symonds, outro responsável pela ordem para a batida, foi suspenso por cinco anos - atualmente é o diretor técnico da F-1.

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