Quarta eliminação. Ameaça das organizadas. Elenco fraco. Carille apresentado ao Santos
Derrota na Vila Belmiro para o Athletico elimina o Santos da Copa do Brasil. O clube, que deve R$ 600 milhões, perdeu a chance de ganhar R$ 7,3 milhões. Foi a oitava partida sem vitória. Carille conhece o atual Santos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"Ou joga por amor, ou joga por terror."
Os gritos dos torcedores organizados eram ouvidos durante a entrevista de Fábio Carille, tentando explicar a derrota para o Athletico Paranaense, por 1 a 0, em plena Vila Belmiro, repetindo o resultado de Curitiba, deixando escapar não só a classificação à semifinal da Copa do Brasil.
O time jogou mal, outra vez. Sem consistência ofensiva. Paulo Autuori sabia: mandou marcar forte Marinho e o rival pouco fez no ataque.
Para desgosto da diretoria, que tenta administrar uma dívida de R$ 600 milhões, o Santos não teve a capacidade de conquistar R$ 7,3 milhões, premiação reservada aos semifinalistas da competição.
O Athletico enfrentará o time classificado entre Flamengo e Grêmio. Na primeira partida, em Porto Alegre, a equipe carioca goleou por 4 a 0.
Foi apenas a segunda partida de Carille, que conseguiu treinar o time apenas três vezes. Duas antes do empate diante do Bahia e uma, antes da derrota de ontem.
O Santos chegou ao oitavo jogo seguido sem vitória.
"Sei que é um grupo jovem, mas temos que ir trabalhar de cabeça erguida amanhã. Com sabedoria e trabalho vamos conseguir sair dessa situação.
"Estou aqui há seis dias, sei de tudo isso, quero ser esse termômetro para os jovens limparem a cabeça e trabalhar bastante. O quanto antes vamos sair dessa situação", desabafou Carille.
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O treinador tinha a obrigação de exagerar. Ele sabe que comanda um elenco fraco. E que nesta temporada já acumula desclassificações no Paulista, Libertadores, Copa Sul-Americana e, agora, Copa do Brasil.
E que estava muito mal organizado nas mãos do demitido Fernando Diniz.
"Sei que é um grupo jovem, mas temos que ir trabalhar de cabeça erguida amanhã. Com sabedoria e trabalho vamos conseguir sair dessa situação. Estou aqui há seis dias, sei de tudo isso, quero ser esse termômetro para os jovens limparem a cabeça e trabalhar bastante. O quanto antes vamos sair dessa situação", garantiu.
Carille só tem até o final do ano a verdadeira missão que o levou para o Santos: evitar o rebaixamento à Segunda DIvisão no Brasileiro.
Não será nada fácil.
O treinador argentino Ariel Holand desistiu do Santos, assustado não só pelas ameaças de torcedores organizados. Mas, principalmente, pela falta de condições financeiras da diretoria contratar jogadores importantes. Ainda no começo do ano, ele vislumbrou que o ano poderia ser desastroso. Fernando Diniz não conseguiu montar um bom time. Pelo contrário, o Santos, com ele, era fraquíssimo na marcação, extremamente vulnerável.
Não é por acaso que o time está há oito partidas sem vencer.
" (Quero) Pedir desculpas (à torcida), a gente tentou. Viemos desfalcados. Eu, particularmente, tive um dia ruim. Tentei ir no meu limite, tentar dar o meu melhor.
"A gente fica triste porque queríamos essa classificação, tanto para o torcedor, como para nós. Sabemos que precisamos melhorar muito", assumiu o meio-campista Jean Mota.
Como Carille acabou de chegar ao Santos, as maiores ameaças das organizadas são contra os assustados jogadores santistas.
O técnico está muito tenso.
Os jogos se acumulam. E a equipe está a apenas dois pontos da zona do rebaixamento.
O Santos já enfrenta, sábado, o Ceará, em Fortaleza. Depois, o Juventude, em Caxias do Sul. Em seguida o Fluminense, em casa. E o clássico contra o São Paulo, no Morumbi. Essas quatro partidas são fundamentais para tranquilizar ou complicar de vez o ambiente.
A preocupação domina Carille.
Campeão brasileiro de 2017.
E agora sabe, comanda um clube que comemorará muito se não cair para a Segunda Divisão.
A pressão é enorme na Vila Belmiro.
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