Para não prejudicar o orçamento, Inter tem pressa de faturar com o Beira-Rio
Colorado gaúcho passará por eleições presidenciais no próximo mês
Internacional|Do R7
Não é à toa que o Internacional despontou na última década conquistando títulos expressivos para a sua galeria de troféus e chegando sempre em decisões. Até 2012, o Colorado se orgulhava da competente gestão financeira de seus cartolas, com receitas controladas e um lucrativo programa de sócio-torcedor – o maior do País – que permitia ao clube a montagem cuidadosa de bons elencos.
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Mas, assim como ocorre com seus coirmãos, o Inter passou a conviver com a crise financeira que toma conta dos clubes do País. Com uma folha salaria em torno de R$ 10 milhões mensais, a situação atual da equipe é diferente de outrora.
Apesar de ser um dos poucos clubes que têm mantido em dia os seus pagamentos – embora tenham surgido boatos sobre atraso nos direitos de imagem dos jogadores –, o Colorado viu nos últimos anos sua dívida aumentar e ultrapassar a marca de suas receitas. Principalmente pelo baixo valor com que vem vendendo jogadores, já que a negociação de direitos de atletas vinha sendo a salvação da lavoura.
E um exemplo do quanto isso é arriscado está no caso do atacante Rafael Moura, que não emplacou no Beira-Rio e deverá ser negociado com o futebol mexicano ao final da temporada. O problema é que por um valor inferior aos cerca de R$ 9,3 milhões pagos pelo Inter ao Fluminense em 2012. E quem paga por isso? O balanço do clube.
Outro problema que afeta as contas reside na reforma do Beira-Rio para a Copa do Mundo. Ou melhor, na locação de estruturas temporárias como tendas, catracas e outros equipamentos. Como o Inter e o Governo do Rio Grande do Sul se negaram a arcar com tais custos na época do Mundial, uma lei permitiu que empresas doassem o dinheiro através da isenção fiscal. No entanto, o custo ficou da obra ficou em R$ 25 milhões e o clube só captou R$ 20 milhões até agora.
Segundo o governo gaúcho, a responsabilidade de fechar a conte é do clube. Mas o vice-presidente administrativo do Inter, José Amarante, afirmou recentemente que a questão não preocupa.
— O Inter já tem parceiros para captar os recursos. O prazo para captação do dinheiro foi estendido apenas por questões burocráticas. Já sabemos quem vai pagar. Falta só a entrega dos papéis.
Nos próximos meses o clube passará por eleições presidenciais. Quem assumir a gestão, a partir de 2015, receberá um orçamento projetado para mais de R$ 260 milhões, porém com a difícil e custosa tarefa de construir um novo CT na cidade de Guaíba e, sobretudo, iniciar a exploração no entorno do agora moderno Beira-Rio.gd